Tendo em vista as estatísticas que apontam o aumento das tentativas e suicídios após eventos extremos, identifica-se como fundamental o desenvolvimento de estratégias de prevenção, acompanhamento e “posvenção” (intervenção para as pessoas enlutadas), visando ao bem-estar da população.
No Brasil, 51% dos casos de suicídio acontecem dentro de casa. Estima-se que apenas um em cada três casos de tentativa de suicídio chegue aos serviços de saúde, de forma que os dados sobre o comportamento suicida são bastante incipientes.
Uma tentativa anterior aumenta o risco de concretização do suicídio cerca de cem vezes em relação a quem nunca tentou; esse é o principal fator de risco para a efetivação do intento.
Os transtornos mentais mais comumente associados ao comportamento suicida são: depressão, transtorno de humor bipolar, dependência de álcool e de outras drogas psicoativas, esquizofrenia e certos transtornos de personalidade. A coexistência dessas condições agrava a situação de risco.
Do mesmo modo, fatores situacionais, relacionados à pandemia, também podem potencializar ações suicidas, como reações agudas ao diagnóstico de Covid-19, discussões sobre prognóstico, espera por resultado de testes e, em alguns casos, pela própria evolução da doença. No caso de pacientes com histórico de tentativas de suicídio, ou que estejam internados justamente por esse motivo, deve-se redobrar a atenção.
Cabe lembrar que o suicídio é um fenômeno complexo e multifatorial e o possível aumento no seu número de casos, em uma situação de pandemia, pode estar relacionado a diferentes fatores como: medo, isolamento, solidão, desesperança, acesso reduzido a suporte comunitário e religioso/espiritual, dificuldade de acesso ao tratamento em saúde mental, doenças e problemas de saúde, suicídios de familiares, conhecidos ou profissionais de saúde.
De forma geral, podemos entender que, se a presença de um transtorno mental é identificada como um importante risco para o suicídio, o agravamento de seus sintomas em vigência da pandemia se configura como um risco ainda maior. Estressores financeiros e outros precipitadores de suicídio, como aumento do uso de álcool e outras drogas e violência doméstica, também tendem a se elevar neste momento de pandemia.
Crianças e adolescentes
O contexto da pandemia de Covid-19 associado ao isolamento, às incertezas, ao medo de perder entes queridos e à recessão econômica podem tornar vulneráveis crianças, adolescentes e suas famílias. Esse cenário tende a suscitar ou agravar o sofrimento e consequentemente os problemas de saúde mental, em especial a depressão e ansiedade, aumentando o risco do comportamento suicida.
A interação on-line é uma ferramenta importante de comunicação e fortalecimento de laços sociais durante o isolamento. Contudo, é preciso ficar atento ao uso das mídias virtuais com conteúdo sobre o comportamento autolesivo e suicida.
Páginas de Facebook, Instagram, grupos de WhatsApp e outras mídias digitais possibilitam tanto a construção de vínculos, o compartilhamento de experiências e a oferta de apoio, quanto podem contribuir para a normalização de comportamentos autolesivos. Embora a autoagressão seja frequentemente um comportamento velado, a criança ou o jovem podem dar sinais sutis de que precisam de ajuda.
Adultos
Durante a pandemia do Covid-19, os adultos, sendo a parcela geralmente responsável pela renda familiar, podem se sentir pressionados devido às tendências de desemprego, a manterem sua dinâmica laboral, rompendo as normativas de isolamento social e, consequentemente, colocando-se em situação de risco para a infecção.
Em decorrência dessa conjuntura e do possível contexto de forte pressão pelo qual podem passar os adultos, economicamente responsáveis pelas famílias, é necessário observar mudanças de comportamento, pois eles podem ser sinais de alerta. Em adultos, alguns dos sinais mais comuns, além dos já mencionados, são:
- isolamento afetivo e sentimento de solidão;
- sentimento de desamparo e desesperança;
- autodesvalorização;
- aquisição de meios para morrer de suicídio;
- crise existencial;
- exposições frequentes a situações de risco.
Também devemos considerar outros fatores de risco, como presença de casos de suicídio na família ou de pessoas próximas, além de problemas de relacionamentos.
Pessoas idosas
Durante a pandemia da Covid-19, a necessidade de adoção de estratégias de isolamento e distanciamento social podem ser emocionalmente desafiadoras para esta população. Particularmente durante momentos de isolamento social, a vulnerabilidade psicossocial, assim como o luto por perda ou distanciamento de seus entes queridos podem ser grandes e prolongados.
O risco de suicídio é duas a três vezes maior na população idosa e é frequentemente subnotificado.
Portanto, os idosos constituem um grupo sensível à solidão e ao isolamento, pois costumam depender de forte apoio social, especialmente em tempos difíceis.
Diante disso, deve-se observar a frequência de declarações que possam indicar que o idoso não se importa mais com a vida ou “não quer ser um peso para ninguém”. Isso pode incluir declarações como: “é melhor você não ter que se preocupar comigo”, “sinto que vivi por muito tempo” ou “gostaria de poder dormir e não acordar”. Às vezes, a pessoa pode sugerir ideação suicida com declarações que apontam para um sofrimento significativo.
Pessoas impactadas
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (WHO, 2010), cerca de seis a dez pessoas são impactadas de maneira importante pelo suicídio de alguém. Considerando esse dado, entre os anos de 2002 e 2012, o Brasil contabilizou mais de 500 mil pessoas enlutadas por suicídio.
Durante o isolamento social você pode:
- estar emocionalmente presente, por meio de ligações e vídeos;
- ouvir a pessoa;
- preparar um local da casa para servir de memorial;
- conectar a pessoa com serviços de apoio virtuais.
Sugestões de onde encontrar ajuda
Existem diversos grupos de apoio e suporte ao luto por suicídio espalhados em nosso país, além de psicólogos especializados. Busque por alguma iniciativa em sua região, você pode consultar o site www.posvencaodosuicidio.com.br. Se quiser conversar com alguém e obter suporte emocional, entre em contato com o
CVV no número 188 ou por meio do site: www.cvv.org.br. O mapa da saúde mental traz uma lista de locais de atendimento voluntário on-line e presencial em todo o País no www.mapasaudemental.com.br.
Busque ajuda!
Este material foi adaptado da Cartilha Suicídio na Pandemia Covid-19, elaborada pela Fiocruz e o Ministério da Saúde, disponível em:
https://www.fiocruzbrasilia.fiocruz.br/wp-content/uploads/2020/05/cartilha_prevencaosuicidio.pdf
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