sábado, 16 de março de 2013

Dies irae, Requiem, Verdi. Zubin Meta



A Missa de Réquiem (em italiano: Messa da Requiem) de Giuseppe Verdi é um cenário musical da missa fúnebre católica romana (chamada réquiem a partir da primeira palavra do texto, que começa Requiem aeternam dona eis, Domine,, "concedei-lhes descanso eterno, ó Senhor"). A primeira apresentação foi realizada em 22 de maio de 1874 para comemorar o primeiro aniversário da morte de Alessandro Manzoni, um poeta e romancista italiano muito admirado por Verdi. A peça também é por vezes referida como Requiem de Manzoni.[1] Um desempenho típico leva cerca de 85 a 90 minutos.

Contexto histórico

Quando Gioachino Rossini morreu, em 1868, Verdi sugeriu que diversos compositores italianos deveriam compôr em conjunto um Requiem em homenagem ao mestre, e começou a empreitada com uma versão do "Libera me." No ano seguinte uma Messa per Rossini foi compilada por treze compositores (dos quais o único conhecido atualmente é o próprio Verdi). A estreia da obra foi marcada para 13 de novembro de 1869, primeiro aniversário da morte de Rossini.

No entanto, em 4 de novembro, nove dias antes da estreia, o comitê organizador abandonou o projeto. Verdi colocou a culpa no maestro que havia sido escalado, Angelo Mariani, indicando a falta de entusiasmo de Mariani pelo projeto - ainda que este tivesse feito parte do comitê organizador desde o seu início - marcando assim o fim de sua longa amizade. Verdi nunca perdoou Mariani pelo ocorrido; a obra caiu no esquecimento até 1988, quando o alemão Helmuth Rilling regeu uma versão completa da Messa per Rossini em Stuttgart.

Neste meio tempo, Verdi continuou a mexer em seu "Libera me," frustrado que a comemoração agendada da vida de Rossini não seria realizada durante a sua própria vida.

Em maio de 1873 o escritor e humanista italiano Alessandro Manzoni, a quem Verdi havia admirado por toda a sua vida adulta, e com quem havia se encontrado em 1868, morreu. Ao ouvir a notícia de sua morte Verdi decidiu finalizar um requiem - desta vez sozinho - em homenagem a Manzoni. Viajou para Paris em junho, onde começou a trabalhar na obra, dando-lhe a forma que apresenta atualmente, incluindo uma versão daquele "Libera me" composto originalmente para Rossini. O Requiem de Verdi foi executado pela primeira vez em maio do ano seguinte, na Igreja de São Marcos, em Milão, no primeiro aniversário da morte de Manzoni.

O próprio Verdi regeu a obra, e os quatro solistas foram Teresa Stolz (soprano), Maria Waldmann (mezzo-soprano), Giuseppe Coppini (tenor) e Ormando Maini (bass).[2] Stolz (Aída), Waldmann (Amnéris) e Maini (Ramfis) todos tinham participado da estreia europeia de Aida, em 1872, da qual Coppini também estava escalado para participar (no papel de Radamés), porém teve de ser substituído por motivos de saúde. Teresa Stolz acabou tendo uma longa e brilhante carreira, Waldmann se aposentou muito jovem, em 1875, e os outros cantores parecem ter tido destinos mais obscuros. Stolz também ficou noiva de Angelo Mariani, em 1869, porém posteriormente o abandonou entre boatos (nunca provados) de que ela estaria tendo um caso com Verdi.

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