quinta-feira, 31 de agosto de 2017

Excelência em alta tecnologia, destaque no Salão de Eletrônica de Berlim

O Salão da Eletrônica IFA de Berlim vai se concentrar este ano no aperfeiçoamento dos dispositivos, e não tanto na apresentação de novos produtos

O Salão da Eletrônica IFA de Berlim, que abre suas portas na sexta-feira, vai se concentrar este ano no aperfeiçoamento dos dispositivos, e não tanto na apresentação de novos produtos.
"A inteligência artificial será um dos grandes temas, com produtos na mesma linha dos lançados pela Amazon e pelo Google, equipados, assim, com assistentes pessoais inteligentes - não só em casa, mas também nos telefones e relógios inteligentes", afirma Klaus Böhm, da consultora Deloitte.
Quanto aos televisores, os pixeis transmitem ainda mais sinais para melhorar a resolução das telas. Os eletrodomésticos integram comandos de voz que lhes permitem falar com toda a família. Os smartphones recolhem cada vez mais dados e se tornam capazes de antecipar por conta própria as necessidades do usuário.
O espaço central do salão, sua vitrine principal apresentada na quarta-feira à imprensa, se parece mais com uma biblioteca universitária do que com uma grande superfície eletrônica: este ano, pesquisadores e desenvolvedores se misturam com as 'start-ups'.
Um dos expositores mais fiéis do IFA, o fabricante de telefones chinês Huawei, apresentará seu primeiro programa de assistente pessoal, "Kirin", o futuro concorrente da Alexa (Amazon), Bixby (Samsung) e Siri (Apple).
A Microsoft poderia ter algo a apresentar neste terreno, com os resultados das suas colaborações recém-anunciadas com a Intel, HP e Harmon Kardon.
- 'A televisão não está morta!' -
Os televisores conectados (smart TV), com conteúdos de vídeo a la carte, permitirão este ano que as telinhas recuperem seus direitos diante dos tablets e computadores portáteis.
"A televisão não está morta! As pessoas compram cada vez mais telas grandes, o tamanho da imagem aumenta, torna-se necessário se equipar com uma alta resolução", considera Roland Stehle, da federação alemã GFU, co-organizadora da IFA.
Os organizadores da IFA preveem um bom ano para os fabricantes de televisores, pois as tecnologias OLED e Ultra-Alta Definição (UHD/4k) se tornam financeiramente acessíveis e muito mais tentadoras.
Em 2017, o mercado mundial da eletrônica (telefones incluídos) alcançou um montante de 887 bilhões de euros, 4% a mais que no ano anterior, segundo a GFU.
Dedicado mais ao grande público que seu concorrente de Las Vegas, o Consumer Electronic Show, que aconteceu em janeiro, o IFA costuma orientar as compras de Natal, tanto em eletrônica como em eletrodomésticos.
Espera-se que entre 1 e 6 de setembro compareçam cerca de 240.000 visitantes, um quarto deles estrangeiros, indicaram os organizadores.
Muitos grupos internacionais aproveitarão a oportunidade para revelar suas últimas novidades à imprensa na quarta-feira e na quinta-feira.
A Apple está tradicionalmente ausente do IFA, e a Samsung já revelou em 23 de agosto seu novo smartphone de gama alta, o Galaxy Note 8, que deveria deixar para trás o fiasco do Galaxy 7 e suas baterias explosivas.
No entanto, a coreana deveria lançar em Berlim sua última pulseira inteligente, Gear Fit 2, e seu relógio inteligente Samsung Gear S4.
Por Daphne ROUSSEAU, da AFP


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quarta-feira, 30 de agosto de 2017

Coleção de 150 cartas inéditas de Alan Turing é descoberta no Reino Unido

 
Máquina "Enigma", usada pelos nazistas durante a II Guerra, cujo código foi decifrado por Turing. EPA/Bernd Thissen
Uma coleção de quase 150 cartas do matemático britânico Alan Turing, famoso por decifrar a criptografia dos nazistas na Segunda Guerra Mundial, foi encontrada em um antigo armário da Universidade de Manchester.
As correspondências não revelam muito sobre a vida pessoal de Turing. Ele critica os Estados Unidos e descreve muito do trabalho que fazia como professor dessa instituição de ensino.
"Não gostaria de viajar e detesto os EUA", escreveu em uma das cartas o matemático, que teve sua carreira encerrada de forma prematura após ser processado por homossexualidade no Reino Unido.
O destinatário da carta era o físico Donald Mackay, da King's College de Londres, escrita em resposta a um convite para participar de uma conferência nos EUA em abril de 1953.
Essa coleção corresponde ao período entre 1949 e 1954. Ela foi descoberta por acaso por um acadêmico que limpava arquivos velhos da Universidade de Manchester, onde Turing foi subdiretor da área de informática de 1948 até o início dos anos 1950.
O cientista é considerado hoje como pai da informática moderna e trabalhou para decifrar os códigos nazistas, especialmente os da máquina Enigma, durante a Segunda Guerra Mundial. A história de Turing foi contada no cinema no filme "O Jogo da Imitação".
O professor Jim Miles, da Escola de Ciências Informáticas da Universidade de Manchester, disse ao jornal "The Observer" que ficou surpreso ao encontrar as cartas.
"Quando as achei, pensei: 'não acredito que seja verdade'. Mas, depois de uma rápida olhada, vi que era um arquivo de velhas cartas de Turing", explicou.
"Fiquei assombrado por uma coisa dessa ter permanecido tanto tempo escondida. Ninguém que trabalha na escola agora sabia de sua existência. Foi realmente um estimulante achado", completou.

EFE

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Coleção Quasar K+: 

Livro 1: Quasar K+ Planejamento Estratégico;
Livro 2: Shakespeare: Medida por medida. Ensaios sobre corrupção, administração pública e administração da justiça;
Livro 3: Nikolai Gogol: O inspetor geral. Accountability pública; Fiscalização e controle;
Livro 4: Liebe und Hass: nicht vergessen Aylan Kurdi. A visão de futuro, a missão, as políticas e as estratégias; os objetivos e as metas.


O que é a metodologia Quasar K+ de planejamento estratégico?

QUASAR K+ é uma metodologia que procura radicalizar os processos de participação cidadã através de três componentes básicos:
a.Planejamento;
b.Educação e Teatro;
c.Participação intensiva.

Para quem se destina a ferramenta?

A metodologia QUASAR K+ foi desenvolvida para se constituir em uma base referencial tanto para as pessoas, os indivíduos, como para as organizações. Portanto, sua utilização pode ensejar a modernização desde o simples comércio de esquina ao grande conglomerado corporativo. Mas, também, os projetos de crescimento e desenvolvimento individuais, a melhoria das relações familiares...

Fazendo uso da metodologia QUASAR K+ poderemos descortinar novos horizontes nos habilitando a fazer mais e melhor com menor dispêndio de recursos.

Qual a razão desta metodologia?

Nas democracias modernas as sociedades se mostram tanto mais evoluídas e sustentáveis quanto mais aprimoram a qualidade da participação na vida organizacional, política e social.

Para que a participação se revista de qualidade se faz necessário dominar um conjunto de técnicas e instrumentais capazes de impregnar o processo de maior eficácia.

É deste contexto que emerge a metodologia QUASAR K+: disponibilizar técnicas específicas ancoradas em valores e princípios da educação e do teatro, incorporando - como eixo estruturante - as ferramentas do planejamento.

Portanto, é uma metodologia que busca assegurar qualidade à consecução dos objetivos, estratégias e metas traçados.

Por conseguinte, a aplicação da tecnologia possibilitará que nossa inserção e participação nos ambientes de estudo, trabalho, entretenimento e moradia, se verifique de maneira progressivamente mais satisfatória. Ao mesmo tempo em que nos empodera:

- eleva a autoestima – na medida em que tomamos consciência da evolução de nossa capacidade produtiva, da habilidade adquirida para interagir e contribuir com a família, o grupo social, a organização, a sociedade;

- incorpora ganhos sociais para a família, a escola, a instituição em que trabalhamos e a comunidade onde moramos, considerando que os produtos e resultados de nossa intervenção direta passam a ostentar qualidade diferenciada, mais fina, apurada e consentânea com as aspirações por um mundo melhor e mais justo.

De maneira estruturada, o livro enfoca:



- Planejamento e Administração
- O setor público
- Empreendedorismo & iniciativa privada
- Participação intensiva & terceiro setor
- Cidadania
- Qualidade Total
- Educação & Teatro




terça-feira, 29 de agosto de 2017

Ciência comportamental ganha espaço dentro de políticas públicas no Brasil


Na busca pela melhor compreensão do comportamento humano, a ciência comportamental oferece uma nova perspectiva sobre como funciona a tomada de decisão dos indivíduos. O campo científico surgiu na década de 1970, mas agora um dos setores que têm absorvido seus princípios e técnicas é o de políticas públicas. Já são vários os exemplos, principalmente no exterior e, mais recentemente, no Brasil.
“As ciências comportamentais derivam da própria psicologia. É entender como a cabeça das pessoas funciona para pensar, por exemplo, em políticas públicas, essa é uma das aplicações e a principal, é a que interessa mesmo”, explica a psicóloga Vera Rita de Mello Ferreira, professora e doutora em Psicologia Econômica.
“A grande novidade é quando as ciências comportamentais se posicionam a favor do cidadão, trazendo contribuições em diferentes ramos para ajudar as pessoas a tomarem melhores decisões para elas mesmas”, acrescenta
No Brasil, ciência comportamental foi usada no desenho e na implementação do programa de educação financeira dentro do Bolsa Família, que atende famílias de baixa renda. A ideia principal é como estimular as mulheres, que recebem o benefício, a poupar, pagar dívidas e planejar o orçamento familiar.
“A partir dessa abordagem, de entender o comportamento e a tomada de decisão financeira das famílias, nós passamos a desenhar soluções que pudessem alterar aqueles comportamentos”, diz a diretora do Departamento de Benefícios do Bolsa Família do Ministério do Desenvolvimento Social, Caroline Paranayba.
As soluações, chamadas de tecnologias sociais, foram elaboradas em conjunto com as beneficiárias. “Chegamos a um conjunto de soluções que não foram desenvolvidas para elas, mas com elas, que é a premissa dessa abordagem: construir a solução com quem está envolvido no problema”.
Para o desenvolvimento, foram feitas oficinas e imersão dos profissionais envolvidos, que chegaram a conviver diariamente na casa das beneficiárias para entender a rotina. “Precisamos nos envolver para entender o conceito de escassez na prática”, disse a diretora.
O resultado foi a elaboração de três passos: o primeiro, uma agenda de controle financeiro. “Vimos que muitas tinham dificuldade de letramento e utilizamos figuras em adesivos para identificar o gasto do mês, assim elas tomaram consciência de valores”, explicou.
A segunda foi uma carteira para controlarem o dinheiro que entra e onde era gasto. A terceira solução foram três cofrinhos: cada um deverá ser usado em uma situação. “Eles têm uma abordagem diferente, onde podem separar o dinheiro para as emergências, outro para o dia a dia, e o terceiro que é o cofre dos sonhos, para um objetivo maior”, detalhou Caroline.
Segundo a superintendente da Associação de Educação Financeira do Brasil, Cláudia Forte, as avaliações já apontam para uma mudança de comportamento entre as beneficiárias. De acordo com a superintendente, 34% da amostragem analisada já começou a resolver as pendências com recursos próprios e 39% no número de famílias conseguiram poupar.
Baixo custo
A consultora da Associação Travessia - organização sem fins lucrativos que ajudou na elaboração do programa - Marina Cançado, destaca que a aplicação das técnicas envolvendo a ciência comportamental não depende de altos investimentos em tecnologia ou estrutura.
“As intervenções da ciência comportamental tem custo baixíssimo, muitas vezes é mudar um formulário, ou como no Bolsa Família, foi distribuir para as beneficiárias formas de organizarem o dinheiro. Muito das ciências comportamentais está nos detalhes que são negligenciados”.
Nos Estados Unidos e no Reino Unido, a ciência também tem sido usada por instituições e governos na construção de políticas e programas sociais mais eficientes. Marina Cançado cita um exemplo do governo inglês na área de educação e arrecadação de impostos. “Fizeram mais de 400 projetos nas políticas públicas com a utilização dos ensaios comportamentais, desde aumentar a presença de pais nas reuniões de escolas públicas até aumentar a arrecadação de impostos de pessoas que não estavam pagando”.
Ética
Sobre se a ciência comportamental em políticas poderia influenciar as decisões de um indíviduo, a consultora não acredita que as técnicas restrinjam a liberdade de escolha. “Poderia ser encarada como manipulação, ou com o governo querendo que as pessoas se comportem de determinada forma, mas eu não concordo, porque um dos princípios da ciência comportamental é sempre preservar a liberdade de escolha do indivíduo, então em nenhum momento você está obrigando ninguém a fazer nada, você só está criando um contexto para facilitar”, defende.
Especialistas e interessados na área se reuniram na última semana em São Paulo para debater o tema, com o objetivo de trazer a discussão para o contexto brasileiro principalmente em relação às políticas públicas e programas sociais.
Um dos principais especialistas em estudos da economia comportamental no mundo e professor de psicologia da Universidade de Duke, nos Estados Unidos, Dan Ariely, participou do evento e disse que a discussão ética  envolvendo o uso das ciências comportamentais precisa levar em conta o alto custo das más escolhas dos cidadãos e os reflexos na sociedade. “Quanto mais tempo eu estudo mais acho que temos que ser paternalistas, pois o mundo que está aí é complexo. Quanto mais avançamos em todas as áreas da vida, mais as decisões se tornam difíceis e as pessoas não sabem qual o ponto certo a escolher. Precisamos analisar o custo-benefício das más escolhas”.
O especialista ainda aconselha a quem quer mudar comportamentos pessoais e no trabalho ficar atento aos detalhes. “É se debruçar sobre os detalhes, sobre o comportamento que se espera.Ver quais são os obstáculos e como eliminá-los”.
Em 2015, a a Fundação de Previdência Complementar do Servidor Público Federal do Poder Executivo (Funpresp) decidiu mudar o formato do formulário da previdência complementar que é entregue ao funcionário público no primeiro dia de trabalho para identificar se ele quer ou não participar do plano.
No documento, a opção “Sim, eu quero aderir ao plano” passou a ser marcada automaticamente, com o objetivo de aumentar a adesão. Desde então, caso não queira aderir ao plano, o funcionário tem 90 dias para desistir. A iniciativa, baseada em uma prática aplicada nos Estados Unidos, fez subir de 40% para 82% a fatia de participantes ao plano.
“Em nenhum momento a liberdade [de escolha] é suprimida, porque a pessoa pode deixar de fazer, não tem nada compulsório”, disse a psicológa Vera Rita. A especialista diz ainda que não existe nenhum perigo na adoção da ciência comportamental na coletividade, pois está a favor da população. “É sempre uma indução leve e caso você queira revelar tudo que está sendo feito para o tomador de decisão, isso não diminui a eficácia. O que eu defendo também é colocar o público-alvo para pensar junto, antes de formular [iniciativas]”.
Incentivo do Banco Mundial
De acordo com o Relatório do Desenvolvimento Mundial 2015: Mente, Sociedade e Comportamento, do Banco Mundial, diversos fatores comportamentais e sociais podem afetar o êxito de uma política. “A prática de desenvolvimento exige um processo interativo de descoberta e aprendizagem, que implica a distribuição do tempo, dinheiro e conhecimento técnico ao longo de vários ciclos de projeto, implementação e avaliação”.
Segundo o relatório, uma visão mais profunda do comportamento humano pode contribuir para o alcance dos objetivos de desenvolvimento em muitas áreas, como desenvolvimento na primeira infância, finanças domésticas, produtividade, saúde e mudança climática.

Por Ludmilla Souza – Repórter da Agência Brasil

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segunda-feira, 28 de agosto de 2017

Apenas 1% dos brasileiros com deficiência está no mercado de trabalho


Há seis anos, Diones Gonçalves da Silva, de 29 anos, trabalha em um hospital como auxiliar de hotelaria. Ele tem deficiência intelectual e dificuldade de aprender a ler e escrever. “Têm algumas pessoas que não tratam a gente muito bem por causa da deficiência, não tratam a gente como outro ser humano”, disse Diones. “Mas isso está melhorando muito, as pessoas estão cada vez mais conscientes de nos tratar com mais respeito e apoio”.
Quase 24% dos brasileiros (45 milhões de pessoas) possuem algum tipo de deficiência, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Assim como Diones, muitos enfrentam dificuldades de inserção social, e exercer uma função profissional pode ajudar a ultrapassar essas dificuldades. Apesar da importância e da obrigatoriedade legal, a inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho formal ainda é pequena. Apenas 403.255 estão empregados, o que corresponde a menos de 1% das 45 milhões de pessoas com deficiência no país.
Considerando-se apenas a participação de pessoas com deficiência intelectual, vem crescendo no mercado de trabalho formal. De 25.332 trabalhadores em 2013 passou para 32.144 em 2015, último período de dados disponíveis da Relação Anual de Informações Sociais (Rais).
Diones já desempenhou várias funções dentro do hospital e, antes disso, já havia trabalhado em dois supermercados. Ela por oito anos na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais do Distrito Federal (Apae-DF) e está muito feliz com o acompanhamento que ainda recebe da associação e com o bom tratamento que recebe dos colegas do hospital. “Na Apae aprendi a fazer meu nome e já sei ler algumas palavras”, disse ele, que reforçou os estudos para conseguir ser promovido no trabalho.
A coordenadora do Setor de Inserção no Mercado de Trabalho da Apae-DF, Adriana Lotti, explica que as pessoas com deficiência estão mostrando sua capacidade, mas que poucos empregadores dão oportunidade de trabalho pensando na função social. Grande parte ainda o faz apenas para cumprir a cota. “De qualquer forma, é uma maneira de irem para o trabalho e mostrar que são profissionais, são bons trabalhadores”, disse.
Segundo a Lei de Cotas (Lei nº 8213/1991), se a empresa tem entre 100 e 200 empregados, 2% das vagas devem ser garantidas a beneficiários reabilitados e pessoas com deficiência. A porcentagem varia de acordo com o número total de contratados, chegando a um máximo de 5% caso haja mais de 1.001 funcionários. A Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Lei nº 13.146/2005), segundo Adriana, pode ajudar a mudar essa cultura, mas no longo prazo.
“Às vezes, acho que as pessoas têm medo por que não sabem lidar com a pessoa com deficiência intelectual, sendo que é muito simples, não tem uma fórmula, é só tratá-la como um funcionário como outro qualquer. Só que ela têm de ser respeitada, às vezes, na lentidão ou em alguma atividade, mas ela vai conseguir fazer o trabalho”, disse a coordenadora.
Ela explica, inclusive, que as pessoas com deficiência precisam ser cobradas no cumprimento da função da mesma forma, em relação a pontualidade, por exemplo. “Eles não são coitadinhos, são pessoas como nós que precisam de uma chance para mostrar que são excelentes profissionais, que são produtivos”, disse.
Hoje, a Apae-DF faz o acompanhamento de 216 pessoas que estão no mercado competitivo, distribuídas em 52 empresas. Durante o tempo que a pessoa passa na instituição, recebe capacitação para ser um bom profissional, aprende as normas, direitos e deveres e respeito à hierarquia, por exemplo. A capacitação para atividade fim que vai desempenhar é feita, em geral, na própria empresa.
Além do acompanhamento, a associação encaminha as pessoas para o trabalho apoiado, aquelas que têm uma deficiência mais severa e que necessitam de outra pessoa durante o trabalho. Nesse caso, a qualificação acontece dentro da Apae-DF e os profissionais são encaminhados, geralmente, para órgãos públicos.
Fiscalização e multa
Segundo a secretária de Inspeção do Trabalho do Ministério do Trabalho, Maria Teresa Pacheco Jensen, caso as empresas cumprissem a lei, o número de pessoas com deficiência que estão empregadas seria maior. Os auditores-fiscais atuam na fiscalização e, para ela, existe mesmo uma resistência ou dificuldade das empresas contratarem pessoas com deficiência, porque muitas, inicialmente, preferem pagar as multas, que vão de R$ de 2,2 mil a R$ 228 mil.
Ela conta, no entanto, que o Ministério do Trabalho celebra acordos de compromisso e orienta e acompanha as empresas na contratação de pessoas com deficiência e no desenvolvimento de programas de aprendizagem.
“É mais uma questão de conscientização. A pessoa com deficiência tem o direito a exercer todas as funções, cabe ao empregador fazer os ajustes necessários”, explicou Maria Teresa. “Não é um favor, é uma função social. Queremos mudar essa visão e tirar a ideia que a pessoa com deficiência deve receber tratamento assistencial. Ela não quer isso e não seria bom para a sociedade. Não queremos o modelo de assistencialismo, queremos o modelo de inclusão”.
Participação da família
A procuradora do Trabalho, Maria Aparecida Gurgel, explicou que alguns dispositivos da lei de inclusão poderiam ser regulamentados e melhor explorados, como o trabalho apoiado e a capacitação pelas próprias empresas, a exemplo do que é feito pela Apae-DF. Para ela, as empresas também devem abrir oportunidades para as pessoas com deficiência intelectual em todas as funções.
“Nós estamos em um processo de mudança de cultura e como temos jovens e adultos com deficiência intelectual empregados, temos que aprender com esse sistema. O que foi feito para que essa pessoas estejam no mercado de trabalho?”, questionou, argumentando que Estado e sociedade civil têm seu papel nessa inserção.
Ela ressalta, entretanto que a família também é extremamente importante para o desenvolvimento profissional da pessoa com deficiência intelectual. “A família tem que acreditar nas suas potencialidades. Todos os pais e mães querem proteger o seu filho, e na área da deficiência intelectual, há uma proteção necessária, mas não há uma crença nas potencialidades de aprendizagem para o desempenho de funções”, disse Maria Aparecida. “Temos que quebrar essa cultura de que a pessoa com déficit cognitivo não aprende e não pode trabalhar ou que vai trabalhar somente em cargos de menores”, disse.
A coordenadora da Apae-DF, Adriana Lotti, explica que a família também é essencial após a inserção no mercado, porque é ela quem vai observar se a pessoa com deficiência relatar alguma dificuldade e ainda se ela está cumprindo suas obrigações, como os horários e os uniformes, por exemplo.
Semana nacional
Para promover ações de inclusão social e de combate ao preconceito e à discriminação contra as pessoas com deficiência, a Federação Nacional das Apaes (Fenapaes) está promovendo a Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla, de 21 a 28 de agosto. A primeira semana nacional foi celebrada em 1964, como Semana Nacional do Excepcional, homenageando o trabalho das Apaes
O objetivo da federação é sensibilizar governos e comunidades em relação às potencialidades das pessoas com deficiência e chamar a atenção para suas necessidades, tanto para a definição de políticas públicas quanto para o combate ao preconceito. “A lógica de que o deficiente pode aprender direcionou o olhar de que o deficiente pode se integrar na sociedade. Aí começa o reconhecimento dos direitos do cidadão e, com seus direitos, surgem as necessidades”, disse a presidente da Fenapaes, Aracy Maria da Silva Lêdo, em mensagem pela semana.
Agência Brasil



 O livro com a peça teatral Irena Sendler, minha Irena:


A história registra as ações de um grande herói, o espião e membro do Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães, Oskar Schindler, que salvou cerca de 1.200 judeus durante o genocídio perpetrado pelos nazistas. O industrial alemão empregava os judeus em suas fábricas de esmaltes e munições, localizadas na Polónia e na, então, Tchecoslováquia.   

Irena Sendler, utilizando-se, tão somente, de sua posição profissional – assistente social do Departamento de Bem-estar Social de Varsóvia – e se valendo de muita coragem, criatividade e altruísmo, conseguiu salvar mais de 2.500 crianças judias.

"O Anjo do Gueto de Varsóvia", como ficou conhecida Irena Sendlerowa, conseguiu salvar milhares de vidas ao convencer famílias cristãs polonesas a esconder, abrigando em seus lares, os pequeninos cujo pecado capital – sob a ótica do führer – consistia em serem filhos de pais judeus.

Período: 2ª Guerra Mundial, Polônia ocupada pela Alemanha nazista. A ideologia de extrema-direita que sistematizou o racismo científico e levou o antissemitismo ao extremo com a Solução Final, implementava a eliminação dos judeus do continente europeu.

A guerra desencadeada pelos nazistas – a maior deflagração do planeta – mobilizou 100 milhões de militares, provocando a maior carnificina já experimentada pela humanidade, entre 50 e 70 milhões de mortes, incluindo a barbárie absoluta, o Holocausto, o genocídio, o assassinato em massa de 6 milhões de judeus.

Este é o contexto que inspirou o autor a escrever a peça teatral “Irena Sendler, minha Irena”.

Para dar sustentação à trama dramática, Antônio Carlos mergulhou fundo na pesquisa histórica, promovendo a vasta investigação que conferiu à peça um realismo que inquieta, suscitando reflexões sobre as razões que levam o homem a entranhar tão exageradamente no infesto, no sinistro, no maléfico. Por outro lado, como se desanuviando o anverso da mesma moeda, destaca personagens da vida real como Irena Sendler, seres que, mesmo diante das adversidades, da brutalidade mais atroz, invariavelmente optam pelo altruísmo, pela caridade, pela luz.

É quando o autor interage a realidade à ficção que desponta o rico e insólito universo com personagens intensos – de complexa construção psicológica - maquinações ardilosas, intrigas e conspirações maquiavélicas, complôs e subterfúgios delineados para brindar o leitor – não com a catarse, o êxtase, o enlevo – e sim com a reflexão crítica e a oxigenação do pensamento.
Dividida em oito atos, a peça traz à tona o processo de desumanização construído pelas diferentes correntes políticas. Sob o regime nazista, Irena Sandler foi presa e torturada – só não executada porque conseguiu fugir. O término da guerra, em 1945, que deveria levar à liberdade, lancinou o “Anjo do Gueto” com novas violências, novas intolerâncias, novas repressões. Um novo autoritarismo dominava a Polônia e o leste Europeu. Tão obscuro e cruel quanto o de Hitler, Heydrich, Goebbels, Hess e Menguele, surgia o sistema que prometia a sociedade igualitária, sem classes sociais, assentada na propriedade comum dos meios de produção. Como a fascista, a ditadura comunista, também, planejava erigir o novo homem, o novo mundo. Além de continuar perseguindo Irena, apagou-a dos livros e da historiografia oficial, situação que só cessaria com o debacle do império vermelho e a ascensão da democracia, na Polônia, em 1989.


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domingo, 27 de agosto de 2017

Primeiro satélite de comunicação quântica chinês envia dados à Terra

EFE/Kay Nietfeld
O primeiro satélite de comunicação quântica que a China colocou no espaço há um ano conseguiu enviar com sucesso dados à Terra, lançando as bases para construir uma rede global de comunicação quântica, informaram nesta quinta-feira fontes oficiais.
A agência oficial de notícias "Xinhua" explicou que o QUESS, sigla em inglês de "Experimentos com Quantos em Escala Espacial", operou com sucesso e que os seus resultados foram publicados na revista acadêmica "Nature".
Os científicos chineses se tornaram os primeiros a realizar o envio de chaves quânticas para a terra a partir de um satélite, depois que em agosto do ano passado ele foi lançado do centro espacial de Jiuquan, no deserto de Gobi (noroeste da China).
A comunicação quântica é baseada em trocas de estado de partículas subatômicas como os fótons e na prática poderia ter dois grandes usos: um sistema de transmissão de dados mais rápidos que os atuais e impossível de interceptar e, mais remoto e complicado, o teletransporte.
Estados Unidos, Europa e Japão já testaram a comunicação quântica na superfície, mas a China, que também começou a desenvolver uma rede de transmissão deste tipo entre Pequim e Xangai, é a primeira a leva a pesquisa ao espaço.
A equipe científica chinesa que desenvolve estes experimentos é comandada pelo físico quântico Pan Jianwei, que explicou que o satélite enviou chaves quânticas às estações terrestres em Xinglong (Hebei, norte da China) e Nanshan (Xinjiang).
A distância de comunicação entre o satélite e a estação terrestre varia de 645 quilômetros a 1.200 quilômetros e a velocidade de transmissão da chave quântica é de até 20 ordens de magnitude mais eficiente que a experimentada usando uma fibra ótica de mesmo tamanho.
Quando o satélite sobrevoa a China proporciona uma janela do experimento de quase 10 minutos. Durante esse tempo, a chave segura de 300 kbits pode ser gerada e enviada pelo satélite, segundo explicou Pan.
"Isso, por exemplo, pode satisfazer a demanda de fazer uma ligação telefônica segura absoluta ou transmitir uma grande quantidade de dados bancários", acrescentou.
"A distribuição de chaves quânticas baseada nos satélites pode ser vinculada às redes quânticas metropolitanas" e ajudar "vários usuários a se conectarem dentro de uma cidade a mais de 100 quilômetros", acrescentou o cientista.
Os cientistas esperam que as comunicações quânticas mudem fundamentalmente o desenvolvimento humano nas próximas duas ou três décadas, já que há enormes perspectivas para aplicar esta nova geração de comunicação em campos como defesa e finanças.
EFE


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