domingo, 28 de fevereiro de 2021

Assistimos a uma operação de destruição total da decência



O país assiste ao que foi definido como “legalização da corrupção” pela economista Maria Cristina Pinotti, em entrevista ao Estadão.

 

Nas palavras dela, trata-se de “descriminalizar a corrupção, desmontar as normas legais que a definem como crime. Simplesmente a corrupção deixa de ser crime. Depois desse acordo do Bolsonaro com o Centrão, abriu-se de vez a porteira. Talvez esse seja o grande marco histórico a ser identificado lá na frente. Há vários exemplos que demonstram esse fenômeno, sendo os mais recentes, além da decisão sobre as rachadinhas, a chamada PEC da Blindagem, a revisão das regras que configuram o nepotismo como crime e outras mudanças na Lei de Improbidade Administrativa. No mundo inteiro, o nepotismo é um dos primeiros itens da lista de mecanismos possíveis de corrupção”.

Embora o foco da economista seja o Legislativo, ela aponta como o Judiciário vem sendo moldado pelo Executivo de forma a avalizar a legalização da corrupção. “O Executivo tem o poder de nomear pessoas para postos-chave que vão acentuar ou minimizar esse movimento contrário aos desvios. Hoje o Executivo não tem interesse em nomear pessoas determinadas a enfrentar a corrupção. Não vou citar nomes, mas basta olhar o que está havendo na Procuradoria Geral da República, na Advocacia Geral da União, nas Cortes superiores. Nossa sorte é que temos uma imprensa livre e competente e a sociedade está alerta, mas estamos no meio de uma avalanche de legalização da corrupção”, diz a economista.


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O diagnóstico é corretíssimo, mas não se deve esquecer que faz parte do serviço a criminalização de quem combate a corrupção. Ela é perpetrada principalmente pelo Judiciário e soldados na advocacia. No caso da Lava Jato, a criminalização tem a sua semente nos ataques verbais violentos que a operação passou a sofrer no STF, depois que as investigações incluíram tucanos no rol dos suspeitos. Continuou com o roubo e a divulgação das mensagens do celular de Deltan Dallagnol. Aumentou de intensidade com a atuação do PGR e asseclas contra os procuradores da Lava Jato, alvo de acusações descabidas que criaram o arcabouço para a que operação fosse oficialmente desmantelada. Fechando o círculo, a criminalização de quem combate a corrupção segue no STF, que deu aval para que as mensagens roubadas de Dallagnol, em escandalosa quebra de sigilo de correspondência ilegal, possam ser usadas como provas em favor de um condenado por corrupção e lavagem de dinheiro — o que poderá, sim, abrir caminho na jurisprudência de ocasião para que outros réus tenham sentenças anuladas. O uso das mensagens roubadas, enfatize-se, está baseado em livres interpretações de material não periciado.

Por Mario Sabino, em O Antagonista


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sábado, 27 de fevereiro de 2021

Apenas 5% dos alunos da rede pública terminam o ensino médio com conhecimentos adequados de matemática



Dados do Sistema de Avaliação do Ensino Básico (Saeb) 2019 mostram que déficits na aprendizagem já eram preocupantes antes da pandemia. No Amazonas, onde a crise sanitária é maior, só 2% dos estudantes concluíram a escola com o nível esperado de raciocínio matemático.

 

De cada 100 estudantes que concluíram o ensino médio em escolas públicas brasileiras em 2019, apenas 5 alcançaram o nível esperado de conhecimentos em matemática. É o que aponta o Sistema de Avaliação do Ensino Básico (Saeb) 2019 — última avaliação nacional antes da pandemia.

A maior parte dos alunos (54%) demonstrou ter domínio insuficiente da disciplina, e 41% deles aprenderam só o básico.

Os dados, divulgados no fim de 2020 pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), foram tabulados e analisados nesta quarta-feira (24) pela plataforma QEdu, com apoio da Fundação Lehmann.

Desde o início da pandemia de Covid-19, quando as escolas foram fechadas, não houve um levantamento nacional que mostrasse o impacto na aprendizagem de crianças e jovens. É possível que, com as dificuldades de acesso ao ensino remoto, os números já preocupantes fiquem ainda piores.

Justamente os estados que enfrentam maior crise sanitária, como o Amazonas, já registravam, em 2019, índices abaixo da média nacional. Apenas 2% dos alunos de lá aprenderam o adequado em matemática no último ano do ensino médio. No Pará, 1%.

 

Desempenho piora entre os mais velhos

O desempenho dos alunos cai conforme eles avançam no fluxo escolar. Segundo o Saeb 2019, os índices de aproveitamento em matemática são mais altos nos anos iniciais.

Veja, abaixo, a porcentagem de estudantes com conhecimentos adequados na disciplina, por etapa avaliada:

 

5º ano do ensino fundamental: 47%

9º ano do ensino fundamental: 18%

3º ano do ensino médio: 5%

 

Domínio de português

Em português, o Saeb 2019 mostra que 31% dos estudantes da rede pública terminaram a escola com os conhecimentos adequados.

É observada a mesma tendência de queda a cada ciclo avaliado: no 5º ano do ensino fundamental, foram 57%; e no 9º ano, 36%.

Por G1.com


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