Ele foi um dos responsáveis pela introdução do Realismo, movimento estético que quebrou os padrões do Romantismo presentes até a segunda metade de século XIX
Ao lado de Machado de Assis, Eça de Queiroz é considerado o maior escritor em língua portuguesa do século XIX. O reconhecimento veio pela originalidade e pelas características do Realismo, um movimento estético que, na literatura, tem como um dos principais traços narrativos representar a realidade da forma mais fidedigna possível. Dessa forma, Eça de Queiroz foi uma dos grandes nomes do Realismo ao quebrar os ideais de subjetividade e individualismo presentes até então por causa do Romantismo. Além disso, é evidente na obra do autor um ponto de vista crítico sobre a sociedade e uma espécie de liberdade na construção dos textos.
Eça
nasceu em 25 de novembro de 1845 e nos deixou há 120, no dia 12 de agosto de
1900. Por isso, aqui vão alguns pontos marcantes na carreira do escritor e de suas
obras. Confira!
Trajetória
José
Maria Eça de Queiroz nasceu em Portugal, na cidade de Póvoa de Varzim. Era
filho do brasileiro José Maria Teixeira de Queiroz e da portuguesa Carolina
Augusta Pereira de Eça. Até os quatro anos de idade a sua existência foi
escondida, já que os pais não era casados. Passou a infância e a adolescência
com os avós paternos, estudou em um colégio interno na cidade do Porto e,
depois, se formou em direito na Universidade de Coimbra em 1866. Depois,
mudou-se para a casa dos pais em Lisboa e exerceu durante pouco tempo a
advocacia. A carreira literária começaria logo em seguida.
Carreira na literatura
Após se
formar em Direito, Eça de Queiroz começou a atuar também como jornalista. Dessa
forma, foi diretor do periódico O Distrito de Évora e colaborou com a
Renascença. O periódico, publicado em 1878, se apresentava como um órgão de
renovação literária (surge na passagem do Romantismo para o Realismo e
Naturalismo). Antes disso, durante a faculdade, conheceu e conviveu com Antero
de Quental, um dos escritores que participou da “Questão Coimbrã” uma das
primeiras manifestações em busca da inovação na literatura portuguesa no século
XIX. Esse contato fez com que o gosto de Queiroz pela literatura se aprimorasse
ainda mais. Inclusive, foi nessa época que começou a publicar os seus textos.
Conferências Democráticas
Em
1871, fez parte das Conferências Democráticas do Casino Lisbonense, que tinham
a intenção em discutir o panorama literário português e renová-lo e também
refletir sobre questões sociais e políticas do país. Tudo isso para que o
diálogo com o restante da Europa e com o que de novo emergia na época fosse
expandido. Para isso, foram planejadas dez conferências no que hoje é conhecido
como o largo Rafael Bordalo Pinheiro, em Lisboa. Apenas cinco delas foram
realizadas até a proibição pelo governo.
Nas
conferências, além de Eça de Queiroz, que apresentou “A Literatura Nova” ou “O
Realismo como nova expressão da arte”, participaram nomes como Antero de
Quental, Adolfo Coelho e Augusto Soromenho. Em resumo, mesmo com a proibição da
continuidade dos encontros, eles foram importantes para o desenvolvimento das
ideias e interesse pelos temas propostos. Entenda mais sobre o assunto aqui.
Publicações
O mistério da Estrada de Sintra foi o primeiro romance de Eça de Queiroz, em
parceria com Ramalho Ortigão. O título foi publicado no Diário de Notícias, de
Lisboa, entre 24 de julho e 27 de setembro de 1870, em formato de cartas
anônimas. O formato de livro saiu em 1884. Mesmo não sendo uma obra notável,
essa foi a primeira narrativa policial da literatura portuguesa.
Em
seguida, em 1875, publicou O crime do Padre Amaro, uma das suas obras mais conhecidas
mundialmente e a primeira produção do Realismo. A novela realista causou
polêmica e até protestos por parte da Igreja Católica. O livro conta a história
de um padre que chega em uma cidade e inicia um relação com uma devota. O
objetivo foi mostrar como membros da Igreja podiam ser corruptos e hipócritas e
discutir questões sociais ligadas à religiosidade.
Os Maias
Outra obra amplamente
conhecida é Os Maias (1888), que conta a trajetória de três
gerações da tradicional família portuguesa Maia, focando na mais recente. Assim
como nas outras obras, o escritor vai além da história do núcleo familiar. Ele
explora o contexto da época, criticando a sociedade provinciana, os costumes e
hábitos. Em 2001, o livro foi adaptado para a minissérie de mesmo nome produzida
pela Globo em parceria com a SIC (emissora portuguesa). Outros grandes
destaques são O primo Basílio (1878) e O mandarim (1880).
Em resumo, a habilidade de
Eça de Queiroz em construir narrativas, que inclusive mesclavam características
do Romantismo e do Realismo, como é o caso de Os Maias, retratar a
sociedade fazendo críticas e utilizando a linguagem direta e, em grande parte,
simples, o projetou a ser um dos maiores nomes da literatura mundial. Vale
ressaltar, ainda, que o escritor também foi diplomata a partir de 1972, sendo
nomeado cônsul de Portugal em Havana e passando também pela Inglaterra. A
carreira no serviço público foi importante, pois as vivências como tal ajudaram
na composição de cenários e narrativas.
Toda a obra de Eça de
Queiroz está disponível gratuitamente. Acesse pelo Domínio Público.
Por
Jaiane Souza, na Culturadoria
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