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Indígena de 86 anos morre por Covid-19 em Rondônia. — Foto: Divulgação/Condisi |
Indígena
de 86 anos morre por Covid-19 em Rondônia, diz ONG
Mais um
óbito registrado na aldeia Karitiana. Enedina Karitiana ficou internada por 7
dias; ela era mãe de Gumercindo Karitiana, primeiro indígena que morreu por
coronavírus no estado.
Uma
indígena de 86 anos do povo Karitiana, identificada como Enedina Karitiana,
morreu por Covid-19 em Rondônia. A informação foi confirmada pela Associação de
Defesa Etnoambiental Kanindé e o Conselho Distrital de Saúde Indígena (Condisi).
De
acordo com a ONG, Enedina ficou internada por sete dias no Hospital e Pronto
Socorro João Paulo II. O óbito foi informado no boletim informativo da
Secretaria Estadual de Saúde (Sesau).
Esse foi
o segundo óbito na aldeia Karitiana, que fica a 90 quilômetros da capital Porto
Velho. Na noite de 25 de maio, Rondônia registrava a primeira morte de indígena
com o novo coronavírus.
A
vítima, o líder indígena Gumercindo da Silva Karitiana, de 66 anos, era tio de
Elivar Karitiana, vice-presidente do Condisi. "Confirmo sim. Ele estava
com Covid-19. Estava entubado há dois dias", disse Elivar, emocionado.
Segundo Elivar, Enedina era mãe de Gumercindo.
O
arcebispo de Porto Velho e presidente do Cimi, Dom Roque Paloschi, chegou a
mencionar que a tendência é ter mais confirmações de Covid-19 entre indígenas.
"Sim, podem ser muito mais. Eles são obrigados a vir para a cidade e há
pessoas nas terras indígenas", disse.
Até a
primeira semana de junho, Rondônia acumulava 180 mortes por Covid-19 e 5.714
casos confirmados da doença.
Temor
pelo avanço
Em
abril, entidades se disseram preocupadas com a disseminação do novo coronavírus
nas aldeias.
Na
ocasião, Funai e Ibama afirmaram estarem atuando para combater o avanço do
vírus em terras indígenas com medidas como o bloqueio de entradas das aldeias e
ações de comando e controle contra ilícitos ambientais nas áreas federais.
Dom
Roque Paloschi contou que o Cimi orienta que os indígenas cumpram com as
recomendações das autoridades de saúde de permanecerem dentro das aldeias para
evitar a disseminação da doença. "Mas diante da desassistência, eles são
obrigados a chegar nas cidades, e isso é um risco maior", reforçou o
presidente.
Por G1
RO — Porto Velho
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