Estudantes brasileiros estão trazendo para o país uma medalha de ouro e quatro de bronze, conquistadas na Olimpíada Internacional de Matemática (IMO, do nome em inglês), realizada em ClujNapoca, Romênia.
A medalha de ouro foi obtida por Pedro Lucas Lanaro
Sponchiado, de 17 anos, de São Paulo, classificado na 12ª posição geral no
certame, que contou com a participação de 594 mil estudantes e mais de 107
equipes de todo o mundo. Os seis representantes do Brasil foram escolhidos depois
de quatro provas seletivas realizadas entre os premiados da fase nacional da
39ª Olimpíada Brasileira de Matemática (OBM).
As medalhas de bronze foram conquistadas pelos
estudantes Bruno Brasil Meinhart, de 17 anos, e Pedro Gomes Cabral, de 15 anos,
ambos de Fortaleza (CE); e Bernardo Peruzzo Trevizan, de 16 anos, e André Yuji
Hisatsuga, de 18 anos, de São Paulo (SP). Lucas Hiroshi Hanke Harada, de 17
anos, também de São Paulo, ficou com a menção honrosa.
A equipe foi liderada pelos professores Régis Prado
Barbosa (São Paulo) e Armando Barbosa Filho (Fortaleza) e ficou na 28ª posição
no quadro geral da competição. O resultado superou o do ano anterior, quando o
Brasil alcançou a 37ª colocação, com duas medalhas de prata, uma de bronze e
duas menções honrosas. Em 2017, a IMO foi disputada no Rio de Janeiro.
Coroação
“A conquista vem coroar um trabalho que está sendo
realizado há vários anos de preparação dos representantes brasileiros na
olimpíada internacional”, avalia Claudio Landim, diretor adjunto do Instituto
de Matemática Pura e Aplicada (IMPA), entidade que coordena as olimpíadas
nacionais de matemática.
A IMO é a mais antiga e prestigiada olimpíada
científica para estudantes do ensino médio. Foi criada em 1959 e conta com a
participação do Brasil desde 1979.
A primeira medalha de ouro obtida pelo Brasil na disputa
foi nos anos de 1980. Ao longo dos últimos 39 anos, as equipes brasileiras
conquistaram 130 medalhas, sendo 10 de ouro, 43 de prata e 77 de bronze, além
de 32 menções honrosas.
Participação
feminina
Claudio Landim, que também é coordenador-geral da Olimpíada
Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP), afirmou que a
participação feminina tanto na Olimpíada Brasileira de Matemática, como no
certame internacional ainda é reduzida.
“Na OBMEP, por exemplo, se nota uma diminuição do
número de alunas premiadas ao longo dos anos. Isso significa que, no sexto ano
do ensino fundamental, a porcentagem de alunas que recebem medalhas fica entre
30% e 40%. Mas já no terceiro ano do ensino médio, essa proporção cai para
10%”, diz. Segundo ele, esse é um fenômeno que precisa ser compreendido
para que se possa explicar o porquê dessa diminuição do número de alunas
premiadas.
Para estimular a participação de meninas, no ano
passado o instituto contribuiu enviando uma equipe para participar, na Europa,
da primeira olimpíada de matemática exclusiva para estudantes do sexo feminino.
“E, aliás, o time brasileiro foi muito bem nesse ano”. Landim observou que são
poucas as meninas que escolhem áreas de engenharias ou ciências exatas, mas o
número vem aumentando.
A partir de agora, o IMPA vai se dedicar à preparação
da próxima OBMEP, que acontece em setembro e classifica para a OBM. Essa
competição seleciona então as equipes que vão representar o Brasil nas
olimpíadas internacionais. Em 2019, a IMO será na Inglaterra e, em 2020, na
Rússia.
EBC