Para
bilionário brasileiro, situação global é passageira e vai gerar oportunidades;
'é importante ficar calmo, ajustar-se às mudanças e inovar'
O empresário Jorge Paulo Lemann, fundador do grupo 3G Capital,
disse que é importante manter o foco e seguir em frente diante do cenário de
crise gerada pela pandemia do novo coronavírus.
"Ja vivi muitas crises. Eu
nasci cinco dias antes da Segunda Guerra Mundial", disse o empresário de
80 anos, que contou que já atravessou de 10 a 11 crises ao longo de sua vida.
"É importante ficar calmo, ajustar-se às mudanças e
inovar", disse Lemann.
Ele afirmou que sua estratégia passa por avaliar e pensar as melhores
oportunidades geradas pela crise, mas nunca desistir.
"É importante seguir
adiante. Esta crise, que deve ser maior do que muita gente pensa, vai
passar."
Lemann participou no sábado, 9,
por videoconferência, do Brazil Conference at Harvard & MIT, evento anual
promovido por estudantes brasileiros em Boston, nos EUA, transmitido pelo
jornal O Estado de S. Paulo, em conjunto com o CEO da cervejaria venezuelana
Polar, Lorenzo Mendoza, e Verônica Serra, da Innova Capital, ex-bolsista de
Harvard.
O empresário reiterou que a
educação é chave para o desenvolvimento dos países.
"Eu tenho seis filhos, sete
netos, gosto do Brasil e quero vê-lo ser um país competitivo e próspero."
Ele relembrou suas iniciativas de
apoio à educação nas quais promove a distribuição de bolsas de estudo e
incentiva programas de ensino aos professores.
"O que eu faço é apenas uma
gota no oceano das enormes necessidades que o Brasil precisa para a
educação."
Entre as iniciativas, destacou o
bilionário, estão os programas de apoio ao ensino público realizado no
município de Sobral, no Ceará, bem avaliados pelo Índice de Desenvolvimento da
Educação Básica (Ideb).
"Temos investido em
educação, assim como o Itaú e a Natura e muitas outras empresas. Há um progresso
e uma consciência desta necessidade", disse o empresário.
"Não estamos fazendo tão
rápido como os outros países, mas o progresso tem acontecido, devagar, mas tem
acontecido", disse.
Ele contou o que mudou na sua
rotina com a covid-19. Sem fazer viagens de negócios, o empresário diz que tem
investido seu tempo, isolado com a família em sua casa na Suíça, lendo e
pensando.
"Eu costumava ficar o
equivalente a 30 dias por ano dentro do avião, não mais do que uma semana em um
lugar", disse ele, que tem participado de reuniões à distância.
"Estou amando o Zooming", disse, sobre o sistema de videoconferência.
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