terça-feira, 5 de julho de 2022

Pacto Global da ONU no Brasil lança termômetro para medir respeito aos direitos humanos pelas empresas


O Pacto Global da ONU no Brasil lançou na segunda-feira uma nova ferramenta para ajudar as empresas a caminharem na jornada ESG (sigla em inglês para se referir a questões ambientais, sociais e de governança).

 

A chamada Trilha de Direitos Humanos, que está dentro da Plataforma de Ação pelos Direitos Humanos na organização, funciona como uma espécie de termômetro que mede o nível de comprometimento e engajamento das empresas com essa frente importante social.

- A discussão sobre direitos humanos e empresas tem crescido significativamente nos últimos anos, muito puxada por casos de desrespeito, com graves danos à reputação das empresas e prejuízos financeiros imensuráveis. Mas também pela tomada de consciência cada vez maior de uma parcela do setor privado, de que é também papel das empresas e sobretudo de suas lideranças garantir o respeito aos direitos humanos e assegurar que o impacto de suas atividades seja mitigado e remediado - comenta Carlo Pereira, CEO do Pacto Global da ONU no Brasil, ao Prática ESG.

Para fazer isso, continua, é preciso medir e acompanhar seu progresso.

Desenvolvida pela Proactiva Results, consultoria de estratégias em ESG, sustentabilidade e Direitos Humanos, a ferramenta permite que as empresas façam um autodiagnóstico inicial sobre governança e temas críticos como trabalho decente, igualdade, inclusão, saúde e segurança ocupacional, incluindo saúde mental, impactos na comunidade, meio ambiente e clima.

A ideia é que elas avaliam em que situação se encontram nessas temáticas para, então, entender quais soluções pode propor para melhorar nos indicadores. Os parâmetros avaliados incluem os Princípios Orientadores sobre Empresas e Direitos Humanos da ONU (POs).

Pereira explica que o Pacto não terá acesso a dados individualizados, mas da fotografia, o que é importante para ajudar a priorizar e endereçar as principais áreas de fragilidade do setor privado e ajudar as próprias companhias entenderem desafios e onde devem avançar.

- Esperamos aferir a temperatura e monitorar o progresso ao longo dos anos do nível de aderência das empresas participantes do Pacto aos Princípios Orientadores para que possamos apoiá-las em seus gaps, mas também para que seja possível monitorar o avanço coletivo dessas empresas como um bloco - diz o executivo do Pacto Global.

Ele explica que não é mais difícil mapear, mas “é necessário ter metodologia e consistência no monitoramento e ferramentas de apoio como um plano de ação efetivo para direcionar os gaps encontrados”.

A escolha por indicadores de direitos humanos veio por ser um grande guarda-chuva, que abrange os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODSs) da ONU - 92% das metas dos 17 ODSs são diretamente relacionadas – e estreito relacionamento com questões ambientais.

- A devida diligência em Direitos Humanos é central para o ‘S’, social, do ESG. Não é por acaso que a relação entre empresas e direitos humanos estão na agenda estratégica internacional - comenta Rafael Benke, CEO da Proactiva.

O lançamento conversa com outra iniciativa do Pacto Global da ONU no Brasil, a Ambição 2030, estratégia que cobra das empresas compromissos e metas dentro de temas específicos ligados às questões urgentes, e visa acelerar 7 ODSs prioritários.

-A Plataforma de Direitos Humanos lidera 3 dos 7 movimentos e trabalha transversalmente nos demais- lembra Pereira.

Em Nova York, o Pacto lançou recentemente também o Business and Human Rights Navigator, plataforma para compilar informações sobre o tema. Será lançado ainda, na Assembleia Geral das Nações Unidas no evento Uniting Business, o Business and Human Rights Accelerator, com uma série de cursos e oficinas, que nós iremos também ter por aqui junto com a Trilha.

Quem pode usar e como funciona

Poderá usar a ferramenta de forma gratuito quem for participante da rede do Pacto Global no Brasil, que já soma mais de 1.600 empresas e organizações.

O resultado e a mensuração do nível de compromisso com o tema serão calculados automaticamente e apresentados ao fim do preenchimento, como um retrato de maturidade naquele momento, por meio de gráficos, porcentagem de aderência e textos explicativos, aos quais apenas a empresa terá acesso.

- O questionário foi construído com base nas principais referências sobre a devida diligência de Direitos Humanos, com perguntas objetivas e parametrizadas sobre as etapas deste processo. São perguntas binárias (sim/não) ou múltipla escolha, em que a empresa pode selecionar uma ou mais medidas que esteja implementando - diz Benke.

Acessando a ferramenta Termômetro de Direitos Humanos da Proactiva, as empresas terão acesso a 60 perguntas baseadas em parâmetros internacionais de respeito aos direitos humanos, compromissos públicos, nível de transparência, políticas e gestão sobre o tema dentro da operação, procedimentos de identificação, monitoramento de impacto e como evitam impactos negativos nas áreas de operações, cadeia de suprimentos, logística, gestão de pessoas e temas específicos relacionados aos seus negócios. Assim, terão um diagnóstico completo sobre as suas ações.

-A partir desse diagnóstico, as empresas podem atuar de forma mais efetiva e seguir para uma análise aprofundada e qualitativa de uma avaliação técnica necessária para a devida diligência, conduzida por especialistas a respeito dos gaps de gestão de Direitos Humanos, riscos e impactos críticos - pontua Benke

- O termômetro é uma oportunidade para que o setor privado tenha um autodiagnóstico de forma simplificada, podendo evoluir para uma trilha de avanços alinhados aos Princípios Orientadores da ONU - reforça Rafael Benke, CEO e fundador da Proactiva – que tem trabalhado em diversas Due Diligences em Direitos Humanos na América do Sul.

No dia 1º de julho, as empresas inscritas iniciarão a utilização da Ferramenta Eletrônica, que ficará aberta até o dia 22 de julho, quando serão fechados os resultados. Para participar, é necessário se inscrever por meio do site: https://termometroedh.proactivaresults.com/.

Empresas não signatárias do Pacto Global da ONU no Brasil, poderão demonstrar interesse para participar, com 15 vagas para essa finalidade, além de outras 15 para as que estão em outras redes do Pacto Global, mas não participam no Brasil.

O Globo, Naiara Bertão


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