sábado, 2 de julho de 2022

EUA aumentam forças na Europa, e Otan reforça defesas como não fazia desde a Guerra Fria


Em uma resposta direta à Rússia após a invasão da Ucrânia, os Estados Unidos anunciaram na quarta-feira que vão reforçar as defesas da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) na Europa, incluindo o estabelecimento de um novo modelo de força que deixará cerca de 300 mil soldados em nível de alerta máximo para lidar com quaisquer ameaças futuras.

 

Em uma cúpula da aliança que começou na terça-feira e vai até esta quinta em Madri, o presidente americano, Joe Biden, afirmou que o seu país estabelecerá um quartel-general permanente na Polônia para o Quinto Corpo do Exército e um batalhão de apoio de campo na Polônia. Estas serão as primeiras forças dos EUA permanentemente localizadas no flanco Leste da Otan.

Os EUA também manterão uma brigada rotativa adicional de milhares de soldados na Romênia e reforçarão outros destacamentos nos Estados bálticos. Além disso, as Forças Armadas americanas também vão aumentar a sua frota na base naval de Rota, na província de Cádiz, no Sul da Espanha, enviarão mais dois esquadrões de caças F-35 para o Reino Unido e aumentarão os sistemas de defesa aérea na Alemanha e na Itália.

Ao todo, cerca de 20 mil soldados americanos vão se somar aos cerca de 100 mil militares do país que já estão na Europa. Estes esforços devem se somar a reforços dos membros europeus da aliança esperados para serem oficializados na quinta-feira.

O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, disse que as decisões dos líderes da aliança representam "a maior revisão de nossa defesa coletiva desde o fim da Guerra Fria". A cúpula também é marcada pelo convite formal ao ingresso de Suécia e Finlândia, países vizinhos da Rússia, com o que a aliança passará a 32 integrantes.

Biden fez o anúncio do envio de reforços em "terra, mar e ar" em reunião com Stoltenberg. O presidente americano afirmou que, com as novas tropas, a Otan estará "pronta para enfrentar ameaças de todas as direções".

— Juntamente com nossos aliados, vamos garantir que a Otan esteja preparada para lidar com ameaças de qualquer lugar e em qualquer domínio — disse Biden. — No momento em que Putin destroçou a paz na Europa e atacou os princípios mais essenciais da ordem internacional baseada em regras, os Estados Unidos e seus aliados vão se fortalecer.

Além do informe da Casa Branca, é esperado que a Otan vá anunciar que aumentará significativamente o número de forças aliadas em “de prontidão” para caso de conflito, para 300 mil, em contraste com os atuais 40 mil, segundo Stoltenberg já havia anunciado na segunda-feira.

O objetivo dos anúncios é aumentar o poderio bélico para dissuadir qualquer possível ação agressiva por parte da Rússia, especialmente nos países mais próximos a ela.

Biden pretende também manifestar que a invasão lançada por Putin deu ao grupo uma nova unidade e uma nova determinação, três décadas após o colapso da União Soviética. O chefe de Estado americano disse que a entrada na aliança de Finlândia e Suécia prova que a invasão da Ucrânia se voltou contra o líder russo.

— É exatamente o que ele não queria — disse Biden.

A candidatura da Ucrânia à Otan, em 2008, anunciada durante o segundo governo de George W. Bush, foi um dos motivos alegados por Moscou para lançar a sua invasão. Apesar da condição de candidato, Kiev permaneceu à espera da adesão durante 14 anos, sem jamais se tornar membro de fato. Ao mesmo tempo, a Otan se negou a revogar o convite à adesão ucraniana.

Moscou respondeu que não está "intimidada" com o anúncio de Biden sobre o fortalecimento da presença militar dos EUA na Europa

— Acho que aqueles que propõem essas soluções têm a ilusão de que a Rússia pode se sentir intimidada, contida de alguma forma. Eles não terão sucesso — disse o vice-chanceler russo, Sergei Riabkov, a agências de notícias russas.

Por várias vezes, Biden e Stoltenberg afirmaram nos últimos meses que a aliança deseja evitar um confronto direto com a Rússia e, portanto, não enviará tropas para a própria Ucrânia, limitando-se a fornecer equipamento militar, inteligência e recursos financeiros, além de impor sanções econômicas a Moscou

Espera-se que, durante a cúpula em Madri, pela primeira vez em mais de uma década a Otan vá anunciar uma nova visão estratégica, projetada para responder a Moscou. O documento oferecerá orientações sobre quais devem ser a postura de defesa, as prioridades militares e os gastos da aliança.

O novo documento estratégico que os líderes da Otan aprovarão “deixará claro que os aliados consideram a Rússia como a ameaça mais significativa e direta à nossa segurança”, disse Stoltenberg.

Antes do encerramento do encontro, também é aguardado que os países-membros aprovem novos financiamentos para a Otan e anunciem planos para aumentar seus próprios gastos militares, como mais uma mensagem direcionada a Putin.

Nesta quarta-feira, após a Turquia anunciar na véspera a desistência de suas objeções às adesões de Finlândia e Suécia, os países iniciarão um processo de ratificação das candidaturas. A adesão dos países nórdicos resultaria na ampliação mais significativa da Otan em mais de uma década.

Enquanto acontece a cúpula na Espanha, Putin viajou para fora da Rússia nesta semana pela primeira vez desde o início da guerra. Na terça-feira, ele visitou o Tadjiquistão, e, nesta quarta, seguiu para o Turcomenistão. As viagens têm o objetivo de reforçar as relações da Rússia na Ásia Central e ajudar a compensar as sanções econômicas e o isolamento político impostos pelas potências ocidentais.

Em uma mensagem por vídeo aos líderes reunidos em Madri, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, voltou a pedir por artilharia moderna e mais apoio financeiro para enfrentar os invasores russos.

— Precisamos de sistemas muito mais modernos, artilharia moderna — disse Zelensky, antes de acrescentar que o apoio econômico "não é menos importante do que ajudar com armas". — A Rússia continua recebendo bilhões todos os dias e os gasta na guerra. Temos um déficit de bilhões de dólares. Não temos petróleo ou gasolina para cobri-lo.

Ele disse que a Ucrânia precisa de 5 bilhões de dólares por mês para a sua defesa. Além disso, o líder ucraniano, pediu mais sanções à Rússia "que interrompam sua capacidade de pagar pela guerra".

O Globo e Agências Internacionais



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