Até
domingo (6), 11 pontos da capital paulista serão ocupados por mais de 150
atividades gratuitas entre conversas com autores, oficinas, espetáculos de rua,
duelo de cordel, sarau, teatro, dança e música, em um fim de semana dedicado ao
livro e à leitura. É o Festival Mário de Andrade - A Virada do Livro,
organizado pela Secretaria Municipal de Cultura pela primeira vez na cidade.
Estarão reunidos autores, editores, leitores, bibliotecários, livreiros,
coletivos e públicos de todas as idades e de todo o país.
O
eixo central será o Corredor do Livro, trajeto entre a Biblioteca Mário de
Andrade e a Praça das Artes, passando pela Rua Coronel Xavier de Toledo e pelo
Theatro Municipal, compreendendo um quilômetro e meio ao ar livre, com tendas
que abrigarão as principais editoras, livrarias, bancas e coletivos do país. O
festival se espalhará ainda pelos centros culturais Tendal da Lapa e Cidade
Tiradentes, Centro de Culturas Negras e Centro Cultural da Juventude.
Participam
do trajeto editoras como Companhia das Letras, Record, Todavia, Planeta,
Editora 34, Ubu, Zahar, Saraiva, Banca Tatuí, Malê, Libre, Editora da Unesp,
Imprensa Oficial, Edições Sesc SP, Senac, Giostri, Leia Mulheres, Flima (Festa
Literária Internacional da Mantiqueira), Quilombhoje, Poetas do Tietê,
Coletivos Ponte Cultural, Nômade, Perifatividade e Fantasistas, Livraria do
Comendador e Território Geek, entre outros. A Virada do Livro terá ainda espaço
para iniciativas editoriais voltadas à diversidade LGBTQIA+, a questão racial e
o feminismo.
Programação
O
festival será aberto às 19h, na Praça das Artes, com a apresentação do
espetáculo Yebo, no estilo gumboot (dança de botas de borracha). O estilo foi
criado pelos trabalhadores das minas de ouro e carvão da África do Sul, no
século 19, e a coreografia aborda a exploração dos minérios e dos povos que os
extraíram, além da espera das mulheres por seus maridos mineiros.
Em
seguida, o autor moçambicano Mia Couto participa de conversa com a jornalista,
escritora e atriz Bianca Ramoneda, na qual serão abordadas questões como a
relação do homem com seus pares e o planeta. O atyor Silvio Restiffe lerá
trechos da obra de Couto.
Amanhã (5), no Theatro Municipal, a atriz Fernanda
Montenegro, indicada ao Oscar por Central do Brasil, lança o seu livro
de memórias “Prólogo, Ato, Epílogo”, relembrando a trajetória em conversa com a
jornalista Marta Góes, colaboradora do livro. Na Praça das Artes, a neta de Nelson
Mandela Zamaswazi Dlamini-Mandela e Sam Venther, organizadora das cartas da
prisão, encerram o festival no domingo (6) com um tributo a Mandela, ganhador
do Nobel da Paz. A conversa é mediada pela historiadora e antropóloga Lilia
Schwarcz e o ator Felipe Soares fará leituras das cartas de Mandala.
O
prefeito de São Paulo, Bruno Covas, disse que esse tipo de política pública tem
como foco a resolução de problemas da cidade. como o desemprego, porque grande
parte das ações culturais é vista como estratégica na geração de emprego e
renda, sendo esse um dos motivos que justificam o investimento. "Quando
falamos em ampliação da leitura, difusão dos livros, estamos falando da
formação da consciência, da cultura crítica, do conhecimento do mundo e, portanto,
da formação dos paulistanos. Fomentar o livro é fomentar uma sociedade mais
crítica e mais consciente do seu papel”, afirmou.
O
secretário municipal de Cultura, Alê Youssef, ressaltou que a secretaria tem
diversas ações para difundir a literatura e melhorar os índices de leitura na
cidade, inclusive dentro das bibliotecas, conseguindo aumentar a presença de
público em 24% com relação ao primeiro semestre do ano passado e aumentar em
74% o empréstimo de livros.
Da Agência Brasil