segunda-feira, 6 de março de 2017

7 escritores e seus livros favoritos


Na busca por leituras clássicas, talvez não existam pessoas melhores para fazer recomendações do que os próprios grandes escritores. Além de terem publicado obras únicas e que marcaram história, todos eles tinham seus livros e autores favoritos. Em entrevistas e matérias antigas, alguns deles compartilharam suas listas com os títulos. Confira:

Ernest Hemingway

Hemingway disse uma vez que “não existe amigo mais leal do que um livro”. Em matéria publicada pela revista Esquire, em 1935, o autor de Paris é uma Festa citou uma lista com alguns dos seus “melhores amigos”, que incluem Anna Karenina, A Rainha Margot, As Aventuras de Huckleberry Finn, Guerra e Paz, Madame Bovary, O Morro dos Ventos Uivantes, Os Buddenbrooks e Os Irmãos Karamazov.

F. Scott Fitzgerald

Pouco antes de ter se suicidado, Fitzgerald anotou uma lista com 22 livros que considerava indispensáveis. Entre eles incluiu A Revolta dos Anjos, de Anatole France, Casa de Bonecas, peça teatral do norueguês Henrik Ibsen, e Guerra e Paz, de Liev Tolstói.

George R. R. Martin

Os fãs de Game of Thrones já devem ter ouvido falar que um dos livros que George Martin mais admira foi escrito por Tolkien. O autor declarou que leu O Senhor dos Anéis pela primeira vez na escola e ainda “é um livro que admira profundamente”.

Além desse, Martin disse ter encontrado inspiração em um livro mais recente: “Não vou me esquecer tão cedo de Estação Onze” O livro de ficção científica foi publicado por Emily St. John Mandel e envolve a história de um grupo de atores vivendo em uma sociedade pós-apocalíptica. “É um romance melancólico, mas lindamente escrito”, completou o escritor.

Jane Austen

A autora de clássicos como Emma e Orgulho e Preconceito foi uma leitora frequente de poesia e peças de teatro, incluindo The Corsair, um conto de Lord Byron, e The Mysteries of Udolpho, de Anne Radcliffe (ambos sem edição em português). Seu favorito, no entanto, era o livro publicado em 1753 por Samuel Richardson, A História de Sir Charles Grandison.

J. K. Rowling

Para a criadora da saga Harry Potter, sua escolha como livro favorito é um clássico: Emma, de Jane Austen. “Você é levado pela história, atraído até o final e sabe que acompanhou algo magnífico em ação”, definiu Rowling. “Mas não conseguimos ver a pirotecnia, não há nada berrante ou chamativo demais.”

R. L. Stine

Para o criador da série de terror Goosebumps, o livro Licor de Dente-de-Leão, de Ray Bradbury, é um de seus favoritos. Stine disse, em matéria do jornal The Washington Post, que a obra é “um dos livros mais subestimados de todos” e um dos poucos que alcançaram a bela sensação de nostalgia em uma narrativa.

Vladimir Nabokov

Durante entrevista com um canal de televisão francês, o autor de Lolita compartilhou sua lista de títulos que considerava ótima literatura: Ulisses, de James Joyce; A Metamorfose, de Franz Kafka; Petersburg, de Andrei Bely (sem edição no Brasil) e “a primeira parte dos contos de fadas de Proust, Em Busca do Tempo Perdido”.
Ariquemes Online

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Giordano Bruno, o homem executado na fogueira do Santo Ofício por revelar que o universo é infinito
17 de fevereiro de 1.600 é uma data fatídica. Neste dia, um herege foi executado no Campo das Flores, em Roma. Giordano Bruno foi aprisionado, torturado e, após dois julgamentos, condenado a morrer na fogueira do Santo Ofício. Seu crime? Acreditar na ideia de que o universo é infinito, de que ao redor de cada estrela gravitam planetas, e na concepção de que cada planeta irradia vida.

Ex monge dominicano, nos oito anos em que padeceu na prisão foi submetido a todo tipo de violência e opressão para que se retratasse, renegando suas convicções. O brutalizaram em vão. A congregação católica não logrou o êxito que obteria, poucos anos depois, com Galileu Galilei. Este, para não morrer na fogueira, teve que, de joelhos, abjurar toda a sua consistente obra científica e filosófica.

A ortodoxia da Igreja Católica de então concebia a terra como um planeta único no universo, resultado da intervenção direta de Deus. Um axioma que – em hipótese alguma – poderia ser questionado.

Mas, Giordano Bruno descortinou, antes da invenção do telescópio, a infinitude do universo. E que na imensidão do cosmos, existia não um, mas um número infinito de planetas. Sendo assim – questionaram os guardiões da fé – “cada planeta teria o seu próprio Jesus? Heresia! Blasfêmia! Sacrilégio! ”.

Suas ideias, formulações e livros foram proibidos, incinerados e incluídos no Index Librorum Prohibitorum, o Índice dos Livros Proibidos. 

Num ato de misericórdia, os condenados, antes de arderem no fogo da santa fogueira, eram estrangulados e mortos. Mas com Giordano Bruno foi diferente. Suas formulações representavam uma ameaça de tal dimensão aos alicerces da doutrina católica que a sentença estabeleceu que morresse diretamente em decorrência das chamas, línguas de fogo e labaredas originárias da fogueira. Seu pecado? Declarar que a terra não era o único planeta criado por Deus.

Este é o esteio de onde emerge a peça teatral “Giordano Bruno, a fogueira que incendeia é a mesma que ilumina”.

A trama se desenrola no intervalo entre a condenação do filósofo italiano e a aplicação da pena de morte. A ficção contextualiza o ambiente de transição entre a baixa idade média e a idade moderna. O ambiente de ‘caça às bruxas’, o absolutismo e o autoritarismo políticos, a corrupção endêmica, o feudalismo e a ascensão da burguesia, a ortodoxia e os paradigmas religiosos, o racionalismo e o iluminismo compõem o substrato por onde se movimentam as personagens da peça.

O conselheiro do papa Clemente VIII, o octogenário Giovanni Archetti, comanda - do Palácio do Vaticano - uma intrincada rede de corrupção e, através dela, planeja desposar a mais bela jovem da Europa, Donabella de Monferrato. A formosa mulher admira e integra um grupo de seguidores de Giordano Bruno. Para convencê-la acerca do matrimônio, o poderoso velhaco tenta ludibriá-la e mente, afirmando que promoverá a revisão do julgamento do famoso filósofo, anulando a pena de morte imposta. Sem ser correspondido, o poderoso Giovanni Archetti ama Donabella, que é amada pelo noviço Enrico Belinazzo, um jovem frade de corpo atlético que, por sua vez, é amado pelo vetusto padre Lorenzo, o diretor do seminário. 

De modo que conflitos secundários são explorados evidenciando os paradigmas da baixa idade média, os fundamentos dos novos modelos, dos novos arquétipos que surgiam em oposição ao poder do imperador do Sacro Império, do Papa e dos reis; o ocaso do feudalismo, suplantado pela burguesia que emerge como a nova classe dominante; a degeneração da política e a degradação moral e dos costumes. 

Adentre este universo povoado por conflitos, disputas, cizânias e querelas. Um enredo que, lançando mão de episódios verídicos da narrativa histórica, ambienta novelos densos e provocativos instigando os leitores a responder se o autoritarismo e a corrupção que vincaram o interim entre os séculos XVI e XVII não seriam equivalentes – em extensão, volume e vilania - aos verificados nos dias de hoje.
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