Humilhas, avanças, provocas, agrides, espancas, torturas, aprisionas indefesos – e quem bate e violenta é a tropa de choque?
Te tornaste carne, sexo e prostituta de incubo de Saturno –
e ensandecidamente acusas o outro de estupro? (...)
Leia o poema Uma oração para canalhas clicando aqui.
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Trânsito, a tragédia vil
O Brasil é um país de muitas tragédias. Um das mais agudas e perversas é a do trânsito.
As mortes por acidente de trânsito no Brasil caíram na vala comum. Quando a dor é extrema, o corpo humano aciona um sistema de defesa que a amortece e elimina nos momentos mais intensos. É o que vem ocorrendo no trânsito. As tragédias ocorrem com tal profusão e violência que tudo se tornou banal, normal, aceitável. Fomos tragados pela indiferença que avilta e pela hipocrisia social: 35 mil mortes por ano, 98 por dia. Nos últimos dez anos, 327 mil mortos - 40 Maracanãs inteiramente lotados.
O parágrafo que vai acima, extraí do artigo “A hipocrisia Social”. Caso queira lê-lo na íntegra, clique aqui.
Na edição da Revista Bula desta semana, está publicado um novo artigo que escrevi sobre o assunto. Denomina-se “Trânsito: os senhores da guerra”. Aqui vão dois parágrafos:
Em 15 anos de guerra, os Estados Unidos lançaram sobre o Vietnã mais toneladas de bombas que as lançadas em todo o decorrer da 2ª Guerra mundial. Além dos armamentos convencionais, os EUA experimentaram armas químicas e biológicas, destruíram quase 70% de todos as vilas e cidades do norte e gastaram, no conflito, mais de 150 bilhões de dólares. Em 15 anos de guerra intensa, o número de americanos mortos foi de 58.193. Menos dos que morrem, no Brasil, por ano, em acidentes de trânsito.
Já na Guerra do Iraque, em cinco anos de conflito, completados em 23 de março, o número de soldados americanos mortos não chegou aos 4.000. Portanto, cinco anos de guerra e 4.000 soldados mortos. No Brasil, a cada ano de guerra civil, a cada ano da insana tragédia do trânsito, 35.000 mortos (segundo dados oficiais); em torno de 60.000, segundo os estudiosos e especialistas “não dependentes” do governo seja pelo emprego que (neste caso) amesquinha, seja pelos interesses que avilta.
Caso queira lê-lo na íntegra, clique aqui
Para resolver o problema, além de vergonha na cara é necessário expertise, investimentos em educação, alterar a face canalha do jeitinho brasileiro, aquela de “levar vantagem em tudo”.
Campanhas importantes
O governo australiano polemiza o mundo com uma ousada propaganda institucional em que vincula a velocidade ao tamanho do pênis do motorista, e assegura que a campanha tem sido eficaz.
Para manter controle sobre a polêmica e acusações de discriminação, o governo daquele país divulgou pesquisa em que em torno de “60% dos homens jovens entrevistados admitiram que os comerciais fizeram com que eles repensassem seus hábitos na direção”.
A propaganda é direcionada aos jovens do sexo masculino com idades entre 17 e 25 anos. As peças inseridas na grade das emissoras de TV apresentam cenas em que mulheres dobram o dedo mínimo quando motoristas passam em alta velocidade, insinuando que o motorista está correndo porque tem o pênis pequeno.
Na Austrália, o excesso de velocidade é responsável por cerca de 40% dos acidentes nas estradas.
Eis o que diz o Secretário de Trânsito Eric Roozendaal:
O ato de dobrar o dedinho atinge uma faixa crucial dos motoristas jovens. Eles estão usando (o gesto) para diminuir a velocidade dos amigos e impedir que eles ajam de forma imprudente nas nossas estradas.
O mote da campanha publicitária "Alta velocidade. Ninguém te acha grande" que, além da TV, mantêm anúncios no cinema, Internet e pontos de transporte coletivo. E outra provocação é que oferecem preservativos "extra extra pequenos" aos que se excedem na velocidade.
E porque as autoridades australianas optaram por este modelo?
Porque perceberam que os anúncios convencionais insistindo nas conseqüências do excesso de velocidade, como cenas de acidentes e feridos, se tornaram pouco efetivos no seio da juventude.
Jovens expostos a jogos de computador, à mídia moderna e a filmes de terror não se impressionam mais com as imagens das campanhas tradicionais, defende John Whelan, diretor da agência de trânsito.
Uma das peças institucionais você vê logo abaixo:
Agora é aguardar para ver o que virá quando relacionarem excesso de velocidade ao sexo das mulheres.
Logo abaixo você assiste uma peça da campanha francesa:
E aqui a uma peça do governo português:
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Vatapá & artesanato
Convidado por uma amiga, saboreei na noite de ontem um vatapá que trouxe recordações de minha passagem por Vitória, onde ministrei um curso de planejamento estratégico e um outro de teatro, anos atrás. Aproveitei para visitar um povoado onde artesãos fabricavam as panelas de barro. Como todos sabem, vatapá que é vatapá tem que, necessariamente, ser feito em panela de barro. Caso contrário a iguaria passa por peixada, como argumentam os capixabas. O trabalho dos artesãos é algo simplesmente primoroso. Fazem com uma maestria de deixar qualquer mortal boquiaberto, embasbacado. Depois disso, acreditem, vatapá para mim passou a ter um quê de espiritualidade divina. Abaixo um pequeno vídeo sobre o processo de fabricação do instrumento que ajuda a dar incomparável sabor à especiaria.
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Sobre os espertinhos...
A Profª Letícia Ferreira envia para o Blog uma forma muito bacana e engenhosa de nos livrar dos espertalões. Vejam:
COMO TRATAR AS PESSOAS GROSSAS
Para todos os que têm de tratar com clientes irritantes, ou com pessoas que se acham superiores aos outros, aprenda com a funcionária da GOL.
Destrua um ignorante sendo original, como ela foi.
Uma funcionária da GOL, no aeroporto de Congonhas, São Paulo, deveria ganhar um prêmio por ter sido esperta, divertida e ter atingido seu objetivo, quando teve que lidar com um passageiro que, provavelmente, merecia voar junto com a bagagem...
Um vôo lotado da GOL foi cancelado. Uma única funcionária atendia e tentava resolver o problema de uma longa fila de passageiros. De repente, um passageiro irritado cortou toda a fila até o balcão, atirou o bilhete e disse:
- Eu tenho que estar neste vôo, e tem que ser na primeira classe!
A funcionária respondeu:
- O senhor desculpe, terei todo o prazer em ajudar, mas tenho que atender estas pessoas primeiro, já que elas também estão aguardando pacientemente na fila. Quando chegar a sua vez, farei tudo para poder satisfazê-lo. O passageiro ficou irredutível e disse, bastante alto para que todos na fila ouvissem:
- Você faz alguma idéia de quem eu sou ?
Sem hesitar, a funcionária sorriu, pediu um instante e pegou no microfone anunciando:
- Posso ter um minuto da atenção dos senhores, por favor? (a voz ecoou por todo o terminal).
E continuou:
- Nós temos aqui no balcão um passageiro que não sabe quem é, deve estar perdido... Se alguém é responsável pelo mesmo, ou é parente, ou então puder ajudá-lo a descobrir a sua identidade, favor comparecer aqui no balcão da GOL.
Obrigada.
Com as pessoas atrás dele gargalhando histericamente, o homem olhou furiosamente para a funcionária, rangeu os dentes e disse, gritando:
- Eu vou te foder!
Sem recuar, ela sorriu e disse:
- Desculpe, meu senhor, mas mesmo para isso, o senhor vai ter que esperar na fila; tem muita gente querendo o mesmo...