Secretaria da Educação criou
gabinete integrado de segurança escolar
Um ano após o massacre na
Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano, na região metropolitana de São Paulo,
completado ontem (13), que resultou na morte de dez pessoas, o governo do estado
busca acelerar projetos que aumentem a segurança dentro das escolas.
Na capital paulista, por
exemplo, na Escola Estadual Caetano de Campos, região central da cidade, um
policial da reserva permanece dentro do colégio no período das aulas, como
parte de um projeto-piloto do governo que está em desenvolvimento.
A Secretaria Estadual de
Educação criou também um gabinete integrado de segurança escolar, em que há a
participação da Polícia Militar e da Secretaria de Segurança Pública. De acordo
com a pasta, um relatório com os resultados da ação deverá ser publicado nos
próximos meses.
O governo do estado
promete ainda novas câmeras de segurança nas escolas, assim como redes de wi-fi
para possibilitar o acesso remoto às imagens. Novos protocolos de funcionamento
dos portões dos colégios também estão sendo implementados, assim como
orientações para elaboração dos regimentos internos, que é feito por cada
escola.
De acordo com a
secretaria, o governo dispõe de R$ 1,1 bilhão para realizar obras em mais de
1,3 mil escolas. Além das mudanças estruturais, o governo fez alteração na
parte pedagógica e está implementando nova disciplina, chamada Projeto de Vida,
que, entre outras atribuições, leva para a sala de aula a questão do bullying.
“A disciplina é sobre o
desenvolvimento do projeto de vida do aluno. Tem que haver um espaço dentro da
escola para que a gente cada vez mais escute, entenda quais são os sonhos, os
desejos dos nossos estudantes, para que a própria escola se organize em torno
deles e dê apoio. Neste ano, a disciplina já começou para todas as escolas,
desde o 6° ano até o ensino médio”, destacou o secretário de Educação do
estado, Rossieli Soares.
O governo estadual está
também criando equipes multidisciplinares para trabalhar com as diretorias de
ensino. Segundo a pasta, uma resolução, que deverá ser publicada em breve, vai
incorporar psicólogos e assistentes sociais para desenvolver trabalhos na rede
de ensino, especialmente nos grandes centros paulistas. A pasta informou que
chamou, ainda em 2019, 1,5 mil novos funcionários concursados - agentes de
organização escolar - e mais 2 mil temporários.
Suzano
De acordo com a
Secretaria de Educação, 90% das reformas na Escola Estadual Raul Brasil, em
Suzano, onde ocorreu o massacre, estão concluídas.
O término, inicialmente
previsto para março, deverá ocorrer no mês de abril. O projeto, que custará
mais de R$ 3,1 milhões, está sendo financiado com a ajuda de parceiros
privados.
“O projeto foi pensado
para ampliar os espaços de convivência, para que haja uma releitura da própria
escola, que é antiga e já precisava receber intervenções. Além disso, a mudança
olhou para aspectos de segurança”, disse o secretário Rossieli Soares. Está
sendo construída, por exemplo, uma entrada exclusiva para alunos à escola, e
outra para a comunidade e ex-alunos, que não dará acesso aos estudantes.
A revitalização da
unidade inclui a construção de novas áreas comuns, de estudo, de convivência e
administrativas. Prevê ainda a demolição e reconstrução de novas salas de aula,
do Centro de Ensino de Línguas (CEL), banheiros e cantinas, além da reforma das
salas de leitura e informática.
Também está sendo criada
uma área de 1,5 mil metros quadrados para uso comum, que contará com
paisagismo, além de um espaço destinado à prática de esportes, aulas ao ar livre
e bicicletário.
De acordo com a pasta, o
muralista Eduardo Kobra e sua equipe vão pintar painéis internos e os muros
externos da escola. Os desenhos serão criados a partir de um concurso que vai
reunir os alunos das 60 escolas da região de Suzano e selecionar os melhores
trabalhos.
Em 13 de março de 2019,
dois ex-alunos entraram armados na escola pela porta da frente, assassinaram
seis colegas, dois funcionários e se suicidaram.
Por Bruno Bocchini, na Agência Brasil
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