Três estudantes de Juiz de Fora estão
entre os 77 inscritos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2016 que tiraram
nota mil na redação. O tema foi "Caminhos para combater a intolerância
religiosa no Brasil". Para Nathália Couri e Igor Farinazzo, de 18 anos, e
Tamyres dos Santos Vieira, de 20, o gosto pela leitura e o treinamento voltado
para a prova ajudaram no desenvolvimento do texto.
Houve queda das notas mil em redação,
segundo o Ministério da Educação (MEC). Em 2015, foram 104 notas máximas. Em
2014, foram 250 redações com notas mil.
A ex-aluna da Escola Adventista e do
Colégio Apogeu, Tamyres dos Santos Vieira, investiu em curso de redação.
"Eu fiz cursinho com o professor Eliandro Luiz Andrade na época que estava
estudando pro Enem. Considero que o aprendizado com ele foi decisivo para o meu
processo de escrita", lembrou.
Ela lembrou que, no sábado, fez a
prova mais tarde, já que os adventistas precisam guardar este dia até o pôr do
sol. Para a jovem, o resultado mostrou que a nota máxima não é algo impossível.
"Sempre gostei muito de ler e,
desde que comecei a fazer o Enem, minha nota na redação ficou próxima de mil,
mas esse ano tive a alegria de alcançar a nota máxima. Decidi falar sobre essa
conquista para incentivar aqueles que prestam o exame, porque é possível
alcançar uma boa nota na redação.
Principalmente porque sou sabatista
e, mesmo com o desgaste adicional do dia anterior, devido à espera, consegui
fazer um bom texto", disse Tamyres.
Atualmente estudando em uma
instituição particular, Tamyres dos Santos Vieira não pretende se candidatar a
uma faculdade pública. "Sempre faço o Enem porque é um meio de abrir
diversas portas. Como já estou indo para o quarto período de Medicina, pretendo
continuar na minha faculdade mesmo. A princípio não irei me candidatar a uma
faculdade pública", disse
Prática que faz diferença
Igor e Nathália estudaram no Colégio
Santa Catarina, fizeram aulas extras e agora acreditam que a boa nota irá
ajudá-los a entrar na faculdade. Ela quer cursar Medicina na Universidade
Federal de Juiz de Fora (UFJF) ou na de São João Del Rei (UFSJ). Ele espera
ingressar no curso de Engenharia Química na Federal de Minas Gerais (UFMG).
O gosto pela leitura começou, para
ela, com um livro comprado no sebo: O ladrão de olhos, de Jonathan Auxier.
Nathália contou que investiu em aulas específicas para conseguir aperfeiçoar a
escrita. "Eu fiz o cursinho de redação. Fazia entre uma e duas por semana,
para a escola e para o cursinho porque é muito importante treinar a
estrutura".
O hábito de ler ajudou muito a buscar
argumentos que pudessem enriquecer o texto sobre como combater a intolerância
religiosa no Brasil. "Até citei o estado islâmico na redação. É importante
demonstrar que você tem conhecimento geral do que ocorre ao seu redor,
conhecimento de outras áreas, uma interdisciplinariedade, que torna a sua
redação diferente", comentou.
Este conhecimento foi construído sem
exagero, segundo Nathália. "Eu não estudo exaustivamente, porque acho que
isso atrapalha o rendimento. Você tem que saber o seu limite.
Equilíbrio é tudo. Se chega a certo
ponto em que estou cansada, eu paro para me preservar", disse a estudante.
Para Igor, o caminho começou com a
série Harry Potter, de J. K. Rowling, aos 11 anos. Além disso, passou pela
mudança na forma de encarar os estudos. "Eu não gostava muito de estudar,
eu preferia jogar e fazer outras coisas. Foi uma questão mais de começar e
depois de aprender a como estudar, passar de uma coisa espontânea a uma coisa
trabalhada com o tempo. Você vai aprimorando, principalmente no ensino médio
quando você tem vários vestibulares", explico.
Para o Enem, além do treinamento, ele
destacou a possibilidade do acesso à correção e da discussão com os
professores.
"Sempre fiz redações, uma semana
sim e outra não, fazia duas. Procurava redações extras que a plataforma do
colégio disponibilizava. E sempre marcava, isso é importantíssimo, horários com
o professor que corrigia a redação para que eles me mostrassem como podia
fazer, me dessem sugestões e eu discutisse ponto a ponto cada parte",
disse Igor.
Igor Farinazzo ressaltou que os
candidatos precisam buscar experiências que os ajudem a analisar qualquer tema
proposto. "Não tem questão de superioridade, não é necessário ser um
gênio, ler Dostoiévski. Você tem que ler, absorver o máximo de onde você vive,
da sua leitura, de tudo que você presencia. A leitura não só de livros, mas da
sua vivência, de experiências, de cinema, tudo o mais", comentou.
O professor da dupla nota mil, Edson
Munk, destacou que o aluno tem que entender o que o Enem exige, para descobrir
como construir o texto que obtenha o melhor resultado.
"É importante que cada estudante
que se prepara para fazer um texto dissertativo e argumentativo tenha a clareza
de tomar uma posição. Isso a gente chama de tese. E toda tese precisa ser
sustentada, com argumentos coerentes, claros e diretos em relação ao tema. O
Enem tem o diferencial de exigir ainda na conclusão do texto a proposta de
intervenção, que é nada mais como se pode solucionar os problemas apresentados",
explicou.
Explorando esses aspectos, Nathália
Couri usou as exigências do Enem a seu favor. "Só a proposta de
intervenção são 200 pontos na redação. Então eu sabia que se fechasse bem o
texto ele iria se diferenciar e eu tentei pensar em propostas mais diferentes
que fugissem do óbvio", afirmou.
Igor Farinazzo destacou que as
pessoas precisam descobrir a melhor forma de se dedicar. "Começar sempre é
a parte mais importante, se envolver com a prática, depois começa a ficar
natural. Acreditar em si mesmo, começar e sempre saber aonde quer chegar",
disse.
Assista à reportagem neste link.
G1
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O teatro e a dramaturgia - ao contrário das demais ramificações da literatura – transcendem o mero prazer, regalo e deleite da leitura bem como os aspectos educativos e pedagógicos intrínsecos às letras.
A leitura dos livros e a reflexão sobre os seus conteúdos poderão remeter o leitor a um universo só possibilitado pelo teatro.
Não por acaso, esta arte milenar tem sido cultuada por todos os povos, do ocidente e do oriente, desde muitos séculos antes de Cristo. De tão importante, os antigos egípcios e gregos chegaram a vincular o teatro aos rituais destinados a homenagear suas divindades e entes sagrados.
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Preferencialmente destinada às crianças e à juventude, os livros atendem a todas as faixas etárias, dos pequenos que ainda engatinham na pré-escola e no ensino fundamental, aos jovens de ideias e propósitos que já romperam a terceira idade.