terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Ex-diretor de estatal relata propina a ministro do TCU


Na negociação para fechar sua delação premiada, Renato Duque disse que Augusto Nardes recebeu R$ 1 mi
Essa é a terceira vez que Duque tenta firmar um acordo de delação; penas de ex-diretor já somam 51 anos
O ex-diretor da Petrobras Renato Duque, preso em Curitiba, disse na negociação de sua delação premiada na Lava Jato que Augusto Nardes, ministro do TCU (Tribunal de Contas da União), recebeu R$ 1 milhão entre 2011 e 2012 para não criar empecilhos em procedimentos contratuais de uma plataforma. Em anexo que integra a proposta de acordo, Duque relata, segundo a Folha apurou com pessoas ligadas à investigação, que se reuniu com Nardes em um jantar na casa do ministro para acertar o pagamento. No encontro, chegaram ao montante de R$ 1 milhão, que corresponderia a um percentual do contrato.
Os valores, segundo o ex-diretor da Petrobras, foram repassados por Pedro Bamsco, na época gerente de Serviços da estatal e braço direito de Duque. O dinheiro teria sido direcionado a uma pessoa ligada a Nardes responsável por repassar a ele o valor, segundo o ex-dirigente da Petrobras. Essa não é a primeira vez que o ministro do TCU é alvo de uma delação premiada.
Como a Folha revelou em março de 2016, o ex-deputado Pedro Corrêa relatou que, entre 2003 e 2005, quando Nardes era deputado pelo PP, ele estava entre os nomes que recebiam propina da Petrobras. Em 2005, quando Nardes foi nomeado para o TCU, foi destruído um recibo que comprovava o pagamento da propina para não “prejudicar sua nomeação”, segundo Corrêa.
Esta é pelo menos a terceira vez que Duque tenta fazer um acordo de delação. Desde o ano passado, as negociações passaram a ser conduzidas por Figueiredo Basto, Adriano Bretas e Tracy Reinaldet, que juntos são os advogados que mais fecharam delações na Lava Jato, cerca de 20. As negociações avançaram até a assinatura do termo de confidencialidade, mas o acordo parou na proposta de pena de cinco anos de prisão.
Com novas delações como a da Odebrecht, integrantes da força-tarefa ouvidos pela Folha afirmam que o interesse em eventual negociação com Duque se perdeu mais uma vez. Os motivos são diversos, como informações insuficientes ou impossíveis de serem comprovadas. Condenado em três ações, as penas de Duque já somam 51 anos.
OUTRO LADO ‘Deve ser vingança’, diz Augusto Nardes
DE BRASÍLIA
Procurado pela reportagem, o ministro do TCU Augusto Nardes afirmou que as informações da negociação do ex-diretor da Petrobras Renato Duque não procedem. “Nunca recebi o Duque em minha casa”, disse ele sobre suposto encontro com o ex-executivo para tratar de pagamento ilícito. “O condenei [Duque] em processos do TCU. Deve ser vingança”, disse o ministro à Folha.

Por Letícia Casado Bela Megale, na Folha de S. Paulo

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O que o maior escritor russo, nos idos de 1.800, falou ao Brasil - da corrupção endêmica - de hoje? Para saber, clique aqui.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Contos de fadas: a única verdade da vida.


"Os contos de fadas são assim. Uma manhã, a agente acorda e diz: "era só um conto de fadas..." E a gente sorri de si mesma. Mas, no fundo, não estamos sorrindo. Sabemos muito bem que os contos de fadas são a única verdade da vida". Antoine de Saint-Exupery

É verdade: fábulas não são contos de fada, apesar de, tanto uma como a outra, apostarem na fantasia e na extensão do imaginário. Mas, se Saint-Exupery afirma que os contos de fadas "são a única verdade da vida", as fábulas têm - ao longo do tempo - mostrado que são muito mais: porque, além de espraiar a imaginação, ensinam e perpetuam as lições que permitiram à humanidade chegar ao atual estágio de desenvolvimento.

As 100 maisbelas fábulas da humanidade é um livro especial.
Condensa em um só volume o referencial teórico sobre o assunto, as principais fábulas já elaboradas desde os idos de antes de Cristo, enfocando este rico, mágico e onírico universo.
Desta forma, conceitos e definições, as principais características deste gênero literário, o panorama da evolução das fábulas através dos tempos até romper no Brasil dos dias presentes, todo este referencial teórico encontra-se sistematizado e hierarquizado no primeiro capítulo.
Este capítulo apresenta uma panorâmica de como este gênero mantêm-se sintonizado com a atualidade: Monteiro Lobato, Millôr Fernandes, Rodoux Faugh, Manuel Maria Barbosa du Bocage, este escrita e, ainda, Esopo e Jean de La Fountaine.
O segundo capítulo mergulha no universo do mais importante escritor de fábulas de todos os tempos: o grego Esopo – o grande precursor. No total são mais de cem narrativas ilustradas expressando todas as nuances e facetas desta modalidade artística que provoca, instiga e ensina.
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Quando a respiração, a dicção e a emissão vocal dão personalidade à voz humana


A voz humana apresenta uma variedade de característica e entonações de impressionar.

O som produzido pelo ser humano pode se desdobrar de ruídos e tinidos a timbres que remetem às mais belas e inusitadas melodias. No interim, o choro e o grito, o riso e a gargalhada, o murmúrio e o brado, o burburinho e o bramido, a simples fala e o complexo cântico.

Com a voz podemos cuidar da comunicação oral, interagindo e compartilhando informações físicas e culturais; mas podemos também lidar com a magia do canto e suas implicações acústicas. Com a voz instrumentalizamos as pessoas para que exerçam suas atividades profissionais. 

É neste contexto que este livro se insere. Destina-se a atores, cantores, professores e trabalhadores que atuam nos meios de comunicação oral e na área de telemarketing, é certo. Mas, também, orienta-se para as pessoas comuns porque a emissão vocal integra uma das facetas de nossa identidade. 

Vamos, neste livro, empreender uma jornada de modo que possamos compreender a engenhosa linha de produção da voz. Como se origina? Do que depende? Do que se constitui? O que a enfraquece e o que a fortalece? É possível ‘educá-la’ ou este importante insumo humano já nasce ‘pronto e acabado’? Quais as vinculações existentes entre a respiração e a emissão vocal? São questões sobre as quais nos debruçaremos.


Daí a parte inicial onde é apresentado o referencial teórico, o substrato de onde emergirá um conjunto de exercícios capazes de tornar os leitores senhores absolutos de suas vozes. Não uma voz qualquer e sim uma voz qualificada. Para isso, o livro disponibiliza mais de 200 exercícios. Praticados cotidianamente, com natural habitualidade, permitirão elevar a performance da voz, alcançando o máximo desempenho. 

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Leitura e treino levam mineiros à nota mil na redação do Enem


Três estudantes de Juiz de Fora estão entre os 77 inscritos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2016 que tiraram nota mil na redação. O tema foi "Caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil". Para Nathália Couri e Igor Farinazzo, de 18 anos, e Tamyres dos Santos Vieira, de 20, o gosto pela leitura e o treinamento voltado para a prova ajudaram no desenvolvimento do texto.
Houve queda das notas mil em redação, segundo o Ministério da Educação (MEC). Em 2015, foram 104 notas máximas. Em 2014, foram 250 redações com notas mil.
A ex-aluna da Escola Adventista e do Colégio Apogeu, Tamyres dos Santos Vieira, investiu em curso de redação. "Eu fiz cursinho com o professor Eliandro Luiz Andrade na época que estava estudando pro Enem. Considero que o aprendizado com ele foi decisivo para o meu processo de escrita", lembrou.
Ela lembrou que, no sábado, fez a prova mais tarde, já que os adventistas precisam guardar este dia até o pôr do sol. Para a jovem, o resultado mostrou que a nota máxima não é algo impossível.
"Sempre gostei muito de ler e, desde que comecei a fazer o Enem, minha nota na redação ficou próxima de mil, mas esse ano tive a alegria de alcançar a nota máxima. Decidi falar sobre essa conquista para incentivar aqueles que prestam o exame, porque é possível alcançar uma boa nota na redação.
Principalmente porque sou sabatista e, mesmo com o desgaste adicional do dia anterior, devido à espera, consegui fazer um bom texto", disse Tamyres.
Atualmente estudando em uma instituição particular, Tamyres dos Santos Vieira não pretende se candidatar a uma faculdade pública. "Sempre faço o Enem porque é um meio de abrir diversas portas. Como já estou indo para o quarto período de Medicina, pretendo continuar na minha faculdade mesmo. A princípio não irei me candidatar a uma faculdade pública", disse

Prática que faz diferença

Igor e Nathália estudaram no Colégio Santa Catarina, fizeram aulas extras e agora acreditam que a boa nota irá ajudá-los a entrar na faculdade. Ela quer cursar Medicina na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) ou na de São João Del Rei (UFSJ). Ele espera ingressar no curso de Engenharia Química na Federal de Minas Gerais (UFMG).
O gosto pela leitura começou, para ela, com um livro comprado no sebo: O ladrão de olhos, de Jonathan Auxier. Nathália contou que investiu em aulas específicas para conseguir aperfeiçoar a escrita. "Eu fiz o cursinho de redação. Fazia entre uma e duas por semana, para a escola e para o cursinho porque é muito importante treinar a estrutura". 
O hábito de ler ajudou muito a buscar argumentos que pudessem enriquecer o texto sobre como combater a intolerância religiosa no Brasil. "Até citei o estado islâmico na redação. É importante demonstrar que você tem conhecimento geral do que ocorre ao seu redor, conhecimento de outras áreas, uma interdisciplinariedade, que torna a sua redação diferente", comentou.
Este conhecimento foi construído sem exagero, segundo Nathália. "Eu não estudo exaustivamente, porque acho que isso atrapalha o rendimento. Você tem que saber o seu limite.
Equilíbrio é tudo. Se chega a certo ponto em que estou cansada, eu paro para me preservar", disse a estudante.
Para Igor, o caminho começou com a série Harry Potter, de J. K. Rowling, aos 11 anos. Além disso, passou pela mudança na forma de encarar os estudos. "Eu não gostava muito de estudar, eu preferia jogar e fazer outras coisas. Foi uma questão mais de começar e depois de aprender a como estudar, passar de uma coisa espontânea a uma coisa trabalhada com o tempo. Você vai aprimorando, principalmente no ensino médio quando você tem vários vestibulares", explico.
Para o Enem, além do treinamento, ele destacou a possibilidade do acesso à correção e da discussão com os professores.
"Sempre fiz redações, uma semana sim e outra não, fazia duas. Procurava redações extras que a plataforma do colégio disponibilizava. E sempre marcava, isso é importantíssimo, horários com o professor que corrigia a redação para que eles me mostrassem como podia fazer, me dessem sugestões e eu discutisse ponto a ponto cada parte", disse Igor.
Igor Farinazzo ressaltou que os candidatos precisam buscar experiências que os ajudem a analisar qualquer tema proposto. "Não tem questão de superioridade, não é necessário ser um gênio, ler Dostoiévski. Você tem que ler, absorver o máximo de onde você vive, da sua leitura, de tudo que você presencia. A leitura não só de livros, mas da sua vivência, de experiências, de cinema, tudo o mais", comentou.
O professor da dupla nota mil, Edson Munk, destacou que o aluno tem que entender o que o Enem exige, para descobrir como construir o texto que obtenha o melhor resultado.
"É importante que cada estudante que se prepara para fazer um texto dissertativo e argumentativo tenha a clareza de tomar uma posição. Isso a gente chama de tese. E toda tese precisa ser sustentada, com argumentos coerentes, claros e diretos em relação ao tema. O Enem tem o diferencial de exigir ainda na conclusão do texto a proposta de intervenção, que é nada mais como se pode solucionar os problemas apresentados", explicou.
Explorando esses aspectos, Nathália Couri usou as exigências do Enem a seu favor. "Só a proposta de intervenção são 200 pontos na redação. Então eu sabia que se fechasse bem o texto ele iria se diferenciar e eu tentei pensar em propostas mais diferentes que fugissem do óbvio", afirmou.
Igor Farinazzo destacou que as pessoas precisam descobrir a melhor forma de se dedicar. "Começar sempre é a parte mais importante, se envolver com a prática, depois começa a ficar natural. Acreditar em si mesmo, começar e sempre saber aonde quer chegar", disse.
Assista à reportagem neste link.
G1 

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Coleção estórias maravilhosas para aprender se divertindo

São 10 peças teatrais completas, direcionadas ao público infanto-juvenil:
•Livro 1 – A onça e a capivara ou Não é melhor saber dividir?
•Livro 2 – Eu compro, tu compras, ele compra
•Livro 3 – A cigarra e as formiguinhas
•Livro 4 – A lebre e a tartaruga
•Livro 5 – O galo e a raposa
•Livro 6 – Todas as cores são legais
•Livro 7 – Verde que te quero verde
•Livro 8 – Como é bom ser diferente
•Livro 9 – O bruxo Esculfield do Castelo de Chamberleim
•Livro 10 – Quem vai querer a nova escola.
O teatro e a dramaturgia - ao contrário das demais ramificações da literatura – transcendem o mero prazer, regalo e deleite da leitura bem como os aspectos educativos e pedagógicos intrínsecos às letras.
É isto que o leitor perceberá tão logo adentre as páginas dos livros que compõem a coleção infanto-juvenil.
A leitura dos livros e a reflexão sobre os seus conteúdos poderão remeter o leitor a um universo só possibilitado pelo teatro.
Não por acaso, esta arte milenar tem sido cultuada por todos os povos, do ocidente e do oriente, desde muitos séculos antes de Cristo. De tão importante, os antigos egípcios e gregos chegaram a vincular o teatro aos rituais destinados a homenagear suas divindades e entes sagrados.
A dramaturgia e o teatro continuam mantendo as características que os tornaram imprescindíveis na antiguidade clássica:
- o auxilio para vencer a timidez e desenvolver a autoestima;
- o aprimoramento da oratória e da dicção;
- a aprendizagem quanto à impostação de voz, a postura, a presença cênica;
- os predicados da argumentação lógica e da reflexão crítica;
insumos que, sem dúvidas, qualificam a participação, o que – convenhamos – não é pouca coisa num ambiente social obliterado pela mediocridade. 

Preferencialmente destinada às crianças e à juventude, os livros atendem a todas as faixas etárias, dos pequenos que ainda engatinham na pré-escola e no ensino fundamental, aos jovens de ideias e propósitos que já romperam a terceira idade.
Para saber mais, clique aqui. 



domingo, 29 de janeiro de 2017

Feira discute melhores formas de usar a tecnologia para incentivar aprendizagem


Kiishaan, 6 anos, foi um dos dez estudantes que levantaram a mão para falar sobre o programa para a alfabetização em inglês Literacy Planet. "Desenvolvo várias atividades e aprendo muito." Em seguida apontou para a parede da sala de aula, onde seu nome estava gravado dentro de uma estrela, mostrando que ele conseguiu o melhor desempenho da turma na semana. Kiishaan estuda pelo computador desde cedo e é um exemplo de como, quando bem utilizadas, as novas tecnologias podem ajudar no aprendizado.
Há um ano, a Guru Gobind Singh Khalsa (GGSK) College, em Londres, usa o programa nas séries iniciais para ajudar professores e alunos na alfabetização. Cerca de 70% dos estudantes da escola são imigrantes ou filhos de imigrantes e têm o inglês como segunda língua. Trata-se de uma escola privada de baixo custo, com taxas quatro vezes menores que as demais escolas. Com 375 alunos, a unidade está entre as três com o melhor desempenho nas avaliações nacionais da região.
A família de Kiishaan é do Sri Lanka. Em casa, ele tem a oportunidade de treinar o que é ensinado na sala de aula. O programa oferece desafios e exercícios que podem ser acompanhados pelos pais e professores. Há exercícios de pronúncia e de escrita. O programa permite que os estudantes avancem em ritmos diferentes, sempre orientados pelo professor.
"Na sala de aula, o Literacy Planet é usado apenas em situações pontuais e em atividades de grupo. A intenção é que os estudantes façam os exercícios em casa. É uma forma divertida, eles gostam", diz Susan Atwal, coordenadora do ensino primário, etapa que atende estudantes de 5 a 11 anos. O programa, desenvolvido pela empresa australiana de mesmo nome, custa à escola 4,50 libras por ano por estudante – cerca de R$ 18.
A visita à GGSK College fez parte da programação paralela especial para a delegação brasileira que visita o British Educational Training and Technology (BETT) Show, em Londres. Neste ano, a programação começou ontem (25) e vai até o dia 28. Trata-se de um dos grandes eventos mundiais de educação e tecnologia, onde diversas empresas e educadores se reúnem para discutir o ensino e apresentar as tendências de mercado. Conta também com a participação de políticos e ministros da Educação de diversos países.
Uso de tecnologia
Para participantes do BETT Show, o uso ou não de tecnologia para o ensino e aprendizagem é discussão vencida. "Não é uma questão de discutir se devemos ou não utilizar tecnologia na educação. As tecnologias estão aí. Hoje em dia todos têm acesso a um smartphone ou computador. A discussão é como elas devem ser usadas para efetivamente ajudar no aprendizado", diz Vera Cabral, diretora de conteúdo da BETT Educar no Brasil.
Em apresentação para 1 mil pessoas completamente lotada, o vice-presidente mundial de educação da Microsoft, Anthony Salcito, defendeu que os empregos e as empresas estão mudando e que as novas dinâmicas estabelecidas exigem pessoas criativas e com habilidades que não se restringem a boas notas na escola. "Estamos falando de novas dinâmicas tanto nas salas de aula quanto nas novas relações de trabalho. Temos que desenvolver algo que possa desenvolver essas capacidades de sucesso nos estudantes", diz.
Um dos produtos apresentados pela Microsoft é o Minecraft, um jogo que permite aos estudantes criar e copiar lugares e mundos. Se usada na educação, a ferramenta pode, por exemplo, ajudar no ensino e na observação de detalhes em obras de arte a partir da cópia das telas. "A nossa discussão está nesse ponto, estamos medindo e pesando como usamos a tecnologia dentro e fora da escola para conectar estudantes e fazer com que colaborem em projetos", diz Salcito.
Bons exemplos
Com o objetivo de divulgar bons exemplos em educação pelo mundo, o portal hundrED.org reúne iniciativas de diversos países. "As coisas mudam muito rápido ao redor do mundo, muito se perde e acabamos não conhecendo iniciativas interessantes. A intenção é reunir essas iniciativas e torná-las acessíveis. Fazemos materiais explicativos de cada uma delas", diz Saku Tuominen, diretor de criatividade da hundrED.
A hundrED é um projeto finlandês, sem fins lucrativos. As iniciativas vão desde o incentivo à socialização por meio de uma roda de conversa em um café até o uso de impressoras 3D para ensinar de forma concreta conteúdos de diversas disciplinas.
"Existe uma certa tentação a acreditar que tecnologia pode revolucionar a educação, a nossa visão é um pouco mais realista. Achamos que não é a ferramenta em si, mas as pessoas que estão usando, os professores em sala de aula, os gestores, eles que vão fazer a mudança acontecer", defende o diretor da América Latina do Canvas, Lars Janér. Segundo ele, o papel das empresas é desenvolver produtos que possam ser usados facilmente por professores e estudantes.
O Canvas é uma plataforma aberta que permite, entre outros recursos, o compartilhamento de aulas, exercícios e provas online. Tudo fica armazenado na nuvem e pode ser acessado de qualquer equipamento eletrônico. A empresa está presente no Brasil há oito meses. A plataforma é gratuita para pessoas físicas, ou seja, professores e alunos podem usá-la. Já instituições devem pagar pelo armazenamento de informações.
Por Mariana Tokarnia da Agência Brasil

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sábado, 28 de janeiro de 2017

Professores reconhecidos mundialmente discutem em Londres educação e tecnologia


A professora palestina Hanan Al Hroub, vencedora do Global Teacher Prize 2016, considerado o Prêmio Nobel da Educação, foi a última a se apresentar em um dos painéis do British Educational Training and Technology (BETT) Show. Já no fim do dia, Hanan dispensou o microfone e o palco, usado pelos demais conferencistas. A exposição tornou-se uma conversa. A professora sentou-se em uma mesa redonda com 15 participantes, a maioria, professores e diretores de escolas. Ao lado, um rapaz traduzia sua fala. A maior parte da audiência não a entendia, com exceção de um casal que estava na mesa e que fazia as perguntas em árabe. Mesmo assim, Hanan fazia questão de olhar nos olhos de cada um à medida que falava.
"Antes de qualquer coisa, os estudantes precisam se sentir bem-vindos, amados. Eles devem ser integrados e não isolados", afirmou. "Eu não começo com regras ou julgamentos. Eu sempre digo que são bons nisso, criativos naquilo e aponto no que precisam melhorar. Digo que vamos fazer isso juntos". A fala de Hanan não é supreendente para quem passou por um curso de licenciatura. Colocar essas ideias em prática, no entanto, foi o que conferiu a ela o Global Teacher Prize.
Hanan cresceu em um campo de refugiados na Palestina. Tornou-se professora depois de os filhos terem presenciado uma cena de violência quando voltavam da escola. Em uma região de conflito, ela dá prioridade a não violência e ao uso da brincadeira para aprender. "O primeiro mês de aula das crianças é de adaptação. Temos menos conteúdos e mais jogos, danças, esportes. Aprender tem que ser prazeroso, o elemento do divertimento deve estar presente", disse.
A professora participou do BETT Show, que ocorre em Londres. A programação começou quarta-feira (25) e vai até o dia 28. Trata-se de um dos grandes eventos mundiais de educação e tecnologia, onde diversas empresas e educadores se reúnem para discutir temas ligados ao setor e apresentar as tendências de mercado. O encontro conta também com a participação de políticos e ministros da Educação de diversos países.
Finalistas
Também participaram de outros debates que ocorreram durante o evento professores classificados entre os dez finalistas do prêmio do ano passado. O divertimento, citado por Hanan, é também comum às praticas do professor japonês Kazuya Takahashi. "Os japoneses adoram testes, acham que assim provam a sabedoria que têm. O que fazemos com nossos projetos é diferente. Acredito que as escolas têm que ser como um playground, os estudantes têm que gostar de ir à escola", defendeu.
No início da apresentação, Takahashi procurou na internet por escolas japonesas. As imagens era todas de locais extremamente organizados, limpos, com paredes brancas e carteiras enfileiradas. Logo em seguida, mostrou uma imagem da escola onde leciona. Paredes cheias de posters, de cartolinas com desenhos das crianças e salas de aula com carteiras dispostas em círculo.
"Se eu peço a um aluno japonês qualquer para desenvolver um projeto, ele vai me perguntar as regras, ele quer que eu dê o caminho para que execute. Com os nossos alunos, buscamos desenvolver a criatividade. Queremos que sejam criativos e que sejam livres. Basta dar algum tempo para eles, que resolvem os desafios que são propostos de forma criativa", disse.
A realidade de Maarit Rossi é diferente da de Takahashi. Professora finlandesa, ela leciona no país considerado modelo em educação. Lá, os testes não são tão importantes e os estudantes são avaliados ao longo do ano letivo pelas diversas capacidades que desenvolvem. Maarit ensina matemática de forma prática e incentiva projetos que os alunos possam ver no dia a dia o resultado do que estudam. "Temos que tomar conta das nossas crianças, ser professora hoje é construir um pedaço do mundo".
Tecnologia
Em um mundo em constante mudança, Maarit defende que as tecnologias não podem ocupar o lugar da socialização. "Os estudantes são diferentes e precisam de jeitos diferentes de aprender. As crianças são sociais, gostam de vir para a escola por causa de outros estudantes. Temos que usar métodos que incentivem isso. As tecnologias são um caminho, mas não o único", afirmou.
Perguntada sobre o uso de tecnologia, Hanan disse que se sente um peixe fora d'água em um evento como o BETT Show, por não usar nenhuma tecnologia de última geração. "Eu acho que a tecnologia tem um papel importante no ensino. Por exemplo na minha classe eu tenho um projetor e tenho um laptop que tive que comprar com o meu dinheiro para que os estudantes tivessem acesso a algumas imagens necessárias ao aprendizado". Para ela, a tecnologia tem o seu lugar, seu propósito e seu tempo.
Estudantes têm que ter as ferramentas para usar a tecnologia, mas não para ficar estacionados, têm que usar para se conectar, para participar".
Depois da conversa, um dos participantes mostrou a ela um site que disponibiliza conteúdo para refugiados, ainda em construção. Hanan prontamente lhe deu um cartão. "Vamos conversar", disse.

Por Mariana Tokarnia, da Agência Brasil

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sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

Project Gutenberg disponibiliza mais de 53 mil livros gratuitos

 Há mais de quatro décadas que o Project Gutenberg vem funcionando no meio digital. Esta iniciativa voluntária do americano Michael S. Hart visava a criação e distribuição de ebooks (Michael S. Hart é apontado como o criador dos livros digitais). Dispondo de um acervo com mais de cinquenta e três mil itens, a maior parte das obras existentes são de domínio público e vão ao encontro dos objetivos de promover, para qualquer público, a diversidade literária e científica existente.

A designação do projeto remete para a figura de Johannes Gutenberg, criador da prensa amovível e, desta forma, promotor de um novo método de difusão de conhecimento e de cultura por todo o mundo. Obras como a Bíblia foram assim propagadas pelo mundo, o que permitiu consciencializar e instruir bastantes países e dar o mote para a idealização e formalização do Iluminismo. A prensa criada por este alemão tornou-se fulcral na edificação de um mundo com muito maior acesso à informação e ao conhecimento, estes outrora limitados às classes assalariadas e para os eclesiásticos.

Os ficheiros estão disponibilizados em diversos formatos, incluindo em texto livre, HTML, PDF e até em EPUB. Com a maior parte dos ebooks a estar redigida em língua inglesa, há, apesar disso, também uma grande quantidade redigidos em língua portuguesa. Diversos autores, tais como Fernando Pessoa, Eça de Queirós ou Cesário Verde, figuram no top-100 de transferências em português a partir deste repositório cultural. Para a consolidação da extensa biblioteca digital, existem projetos afiliados de cariz regional e/ou nacional que disponibilizam alguns dos trabalhos do seu espectro geográfico; para a retificação de eventuais erros das obras digitalizadas, existe uma ligação com uma comunidade denominada Distributed Proofreaders.

O Project Gutenberg é de acesso livre e público e encontra-se também posicionado nas redes sociais. Para a sustentação do projeto, existe a possibilidade de se efetuar doações monetárias, isto para além das relações existentes com diferentes instituições que credibilizam toda esta iniciativa, que leva já quase meio século de existência.
Por Lucas Brandão, na Comunicade de Cultura e Arte


Shakespeare e o Direito. Para saber mais, clique aqui.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Vai ser publicado um conto inédito de Mark Twain


Era uma vez um menino que conseguia falar com animais. Um dia, para encontrar um príncipe que tinha sido raptado, foi até à floresta para lhes pedir ajuda.” A história será, certamente, mil vezes mais bem escrita mas é basicamente isto que se conta em “The Purloining of Prince Oleomargarine”, um livro inédito de Mark Twain que vai chegar às lojas em 2017.

O conto é inédito e foi descoberto em 2011 entre os arquivos do escritor armazenados na Universidade da Califórnia, Estados Unidos. Baseia-se nos apontamentos de Twain de uma história que ele terá contado às filhas numa noite de 1879 em Paris, França. Como todos os pais, o criador de Tom Sawyer e Huckleberry Finn terá inventado inúmeros relatos e personagens fantásticas para adormecer as três crianças mas esta terá sido a única passada para papel.

Às anotações foram agora acrescentadas detalhes e imagens do autor Philip Stead e do ilustrador Erin Stead. De acordo com a editora que vai publicar o livro, a história explora “temas de caridade, bondade e bravura perante a tirania, com uma forte sátira e emoção tocante”.

A Random House Books, responsável pela obra, já garantiu que colocar no mercado uma nova história de Mark Twain é “um acontecimento literário incrível”. “Quando tive a oportunidade de ler esta história inédita pela primeira vez, não conseguia acreditar no que estava a segurar”, explicou Frances Gilbert, responsável pela seção de literatura juvenil da editora, ao “The Guardian”.

A publicação de “The Purloining of Prince Oleomargarine” vai coincidir com a comemoração dos 150 anos da primeira obra de Twain, “The Celebrated Jumping Frog of Calaveras County and Other Sketches”, uma coleção de contos de 1867, o que significa que será preciso esperar até 26 de setembro deste ano.
Por Andreia Costa, na NIT.pt

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Coleção estórias maravilhosas para aprender se divertindo

São 10 peças teatrais completas, direcionadas ao público infanto-juvenil:
•Livro 1 – A onça e a capivara ou Não é melhor saber dividir?
•Livro 2 – Eu compro, tu compras, ele compra
•Livro 3 – A cigarra e as formiguinhas
•Livro 4 – A lebre e a tartaruga
•Livro 5 – O galo e a raposa
•Livro 6 – Todas as cores são legais
•Livro 7 – Verde que te quero verde
•Livro 8 – Como é bom ser diferente
•Livro 9 – O bruxo Esculfield do Castelo de Chamberleim
•Livro 10 – Quem vai querer a nova escola.
O teatro e a dramaturgia - ao contrário das demais ramificações da literatura – transcendem o mero prazer, regalo e deleite da leitura bem como os aspectos educativos e pedagógicos intrínsecos às letras.
É isto que o leitor perceberá tão logo adentre as páginas dos livros que compõem a coleção infanto-juvenil.
A leitura dos livros e a reflexão sobre os seus conteúdos poderão remeter o leitor a um universo só possibilitado pelo teatro.
Não por acaso, esta arte milenar tem sido cultuada por todos os povos, do ocidente e do oriente, desde muitos séculos antes de Cristo. De tão importante, os antigos egípcios e gregos chegaram a vincular o teatro aos rituais destinados a homenagear suas divindades e entes sagrados.
A dramaturgia e o teatro continuam mantendo as características que os tornaram imprescindíveis na antiguidade clássica:
- o auxilio para vencer a timidez e desenvolver a autoestima;
- o aprimoramento da oratória e da dicção;
- a aprendizagem quanto à impostação de voz, a postura, a presença cênica;
- os predicados da argumentação lógica e da reflexão crítica;
insumos que, sem dúvidas, qualificam a participação, o que – convenhamos – não é pouca coisa num ambiente social obliterado pela mediocridade. 

Preferencialmente destinada às crianças e à juventude, os livros atendem a todas as faixas etárias, dos pequenos que ainda engatinham na pré-escola e no ensino fundamental, aos jovens de ideias e propósitos que já romperam a terceira idade.
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quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

Temer procura perfil técnico para o Supremo

Presidente se reuniu com Gilmar Mendes e representantes do PMDB e do PSDB
Técnico, apartidário e discreto. Assim deve ser o novo ocupante da vaga que era de Teori Zavascki no Supremo Tribunal Federal (STF). Com receio de indicar alguém que passe a mensagem pública de interferência no Poder Judiciário, o presidente Michel Temer (PMDB) avalia candidatos com perfis e trajetórias semelhantes aos do ministro falecido na última quinta-feira em acidente aéreo.
Em conversas reservadas, auxiliares e aliados do presidente passaram a citar ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ), como Isabel Gallotti, Luis Felipe Salomão e Ricardo Villas Cueva, e o presidente doTri-bunal Superior do Trabalho (TST), Ives Gandra Filho.
Temer, que decidiu só indicar um novo nome para a Suprema Corte depois que os ministros do STF definirem a relatoria da Operação Lava Jato, faz consultas em Brasília para tomar sua decisão.
No domingo, o presidente recebeu em audiência o ministro do Supremo e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Gilmar Mendes. Ontem, conversou com o presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), e com o líder do PMDB no Senado, Eunício de Oliveira (CE).
Também ontem, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou em nota que o PMDB do Senado e ele não pretendem influenciar a escolha do novo ministro. Renan disse que as “insinuações são especulações inverídicas”. Circula nos bastidores a informação de que o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Bruno Dantas teria o apoio do peemedebista.
Já a possibilidade de o presidente escolher os ministros Alexandre de Moraes (Justiça) e Grace Mendonça (AGU) foi criticada por magistrados e advogados, para os quais a vincu-lação de ambos com a atual administração pode gerar uma repercussão negativa no Poder Judiciário.
Moraes e Gracie evitaram falar sobre o assunto na cerimônia de posse dos novos advogados da União em Brasília ontem.
“Tenho absoluta certeza que qualquer pessoa que venha a receber esse convite, saberá honrá-lo e saberá desempenhar com toda a maestria a atuação junto à Suprema Corte”, ressaltou Grace.
“Vim apenas para a posse. Não vou dar declarações”, afirmou Moraes. (Com agências)
Leniência pode ser homologada
O acordo de leniência da Odebrecht pode ser homologado antes que as delações dos executivos da empresa sejam apreciadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A decisão caberá ao juiz Sérgio Moro, da 13a Vara Federal de Curitiba.
Segundo o Ministério Público Federal (MPF), não há qualquer impedimento para que Moro homologue a leniência, já que legalmente ela não tem vínculo com os acordos de delação dos executivos da empresa, que precisam do aval do STF.
Desta forma, Moro poderá optar por homologar ou por aguardar a escolha do novo relator da Lava Jato no STí* que substituirá Teori Zavascki, falecido na última quinta-feira, em acidente de avião em Paraty (RJ). O juiz deve retornar ao trabalho no próximo dia 30.0 acordo de leniência da Odebrecht foi aprovado em 15 de dezembro passado pela 5 a Câmara de Coordenação e Revisão do MPF (AG)
COTADOS PARA ASSUMIR A VAGA DE TEORI
Alexandre de Moraes - Ministro da Justiça
Bruno Dantas - Ministro do Tribunal de Contas da União
Flávia Piovesan - Secretária nacional dos Direitos Humanos e procuradora do Estado de São Paulo
Grace Mendonça - Advogada-geral da União
Heleno Tones - Advogado tributarista e professor da USP
Herman Benjamin - Ministro do Superior Tribunal de Justiça e membro substituto do Tribunal Superior Eleitoral
Humberto Martins - Vice-presidente do Superior Tribunal de Justiça
Isabel Galloti - Ministra do Superior Tribunal de Justiça
Ives Gandra Filho - Presidente do Tribunal Superior do Trabalho
Joio Otávio de Noronha - Ministro do Superior Tribunal de Justiça
Luis Felipe Salomão - Ministro do Superior Tribunal de Justiça
Luiz Antônio Marrey - Ex-procurador-geral de Justiça de São Paulo
Mauro Campbell - Ministro do Superior Tribunal de Justiça
Ricardo Villas Cueva - Ministro do Superior Tribunal de Justiça

Rogério Schietti Cruz - Ministro do Superior Tribunal de Justiça

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A expressão latina “castigat mores ridendo” que, numa tradução livre poderia significar “rindo se corrige a moral” é uma locução que parece ter sido moldada para justificar a peça teatral “O juiz”.

No texto, o autor utiliza a comédia para desvelar a farsa em que acabou se constituindo o poder judiciário num país imaginário, denominado Banânia, que, evidentemente, nenhuma semelhança guarda com o Brasil de hoje e, muito menos, com a porção latina do continente americano. 

A farsa, no teatro grego antigo, ao contrário do que muitos apregoam, não é uma forma dramática nova e sim uma variação da comédia. Apenas acentua as situações onde predominam o ridículo e o cômico, exatamente os eixos estruturantes sobre os quais Antônio Carlos desenvolveu a trama. Por sua vez, a palavra “comédia” é originária do grego “komoidia”, e seu sentido lato é folia, divertimento. A comédia grega está ligada ao inusitado, ao pitoresco, ao excêntrico. É franca e, mesmo, obscena. A confusão - de não poucos - é identificá-la tão somente com o sorriso fácil e a alegria despretensiosa. Porque pode despertar reações tão opostas como o desprezo e a arrogância. 

A partir da idade média, com a Commedia dell’Arte, o gênero passou a se constituir no preferido dos artistas para conduzir a crítica política e social, de modo a manterem-se protegidos da censura e da repressão governamental.

Na peça “O juiz”, Antônio Carlos aborda questões latentes em autores como Aristóteles (Política), John Locke (Segundo Tratado do Governo Civil), e Montesquieu (O Espírito das Leis) e que alavancaram o estado moderno e a democracia contemporânea para denunciar – com muito humor e irreverência – a propalada independência dos poderes, o sistema de freios e contrapesos, e a nefasta prevalência do judiciário quando os demais poderes, executivo e legislativo, são, deliberadamente, fragilizados. Uma das personagens da peça chega a se sublevar contra um dos principais ensinamentos de Rui Barbosa: “A pior ditadura é a ditadura do Poder Judiciário. Contra ela, não há a quem recorrer”.

Assim é que, na trama teatral, uma múmia ressuscita de seu milenar sarcófago para transformar um índio no presidente da mais alta corte judiciária do país. O terrível plano é instituir uma ‘república’ onde tão somente as corporações e os partidários do poder tenham vez. Nas palavras do presidente do Supremo Tribunal Nacional, o cacique indígena Morubixaba, um dos protagonistas da peça, “O império que estamos estruturando está acima de tudo e de todos. E aqui, no reino deste novo universo do trabalhadorismo, preside um juiz que potestade alguma poderá corromper, além, naturalmente, de todas as associações, sindicatos, corporações, grupos de interesses e organizações civis, políticas e populares comprometidos com os altos interesses de nosso projeto ideológico popular-progressista-desenvolvimentista, a mais nova vertente do messianismo sebastianista”.

Fatos e episódios ridículos e burlescos são enfocados desnudando a realidade caudilhesca e autoritária das autoridades do continente. Cenas e quadros - de intenso humor e fina ironia – personificam a essência da sátira, num jogo dramático que corrobora a tese de que a melhor maneira de modificar a realidade é revelar o quanto ela é absurda, kafkiana, e rir, gargalhar, divertir-se com a situação, pois que, assim, os costumes políticos e sociais estarão sendo ‘castigados’.
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