domingo, 9 de julho de 2023

O dia em que a China silenciou o único museu do país dedicado à Revolução Cultural

Museu chinÊs que presta homenagem às vítimas da Revolução Cultural fica na cidade de Shantou. EFE/Antonio Broto

Em uma montanha nos arredores da cidade de Shantou estava o único museu da China que prestava homenagem às vítimas da Revolução Cultural (1966-1976), um local que em 2016, quando o início do movimento completava 50 anos, foi silenciado.

Não era tarefa simples chegar ao museu. Os guias de viagens mal informavam sobre ele e não havia placas indicativas ao longo da estrada que levava ao Tashan Park, um parque natural de espessa vegetação onde ficava o memorial. Para passar despercebido, o museu tinha aspecto de templo tradicional, embora nele muros e lápides não mostrassem imagens budistas, mas os nomes de mais de 300 pessoas que foram acusadas de ser "contra-revolucionários" durante os anos 60 e 70.
Logo na entrada do museu e dentro dele havia uma estátua e um retrato, respectivamente, de Yu Xiqu, um prestigiado juiz local que sofreu, como outros lá mencionados, graves abusos por parte dos guardas vermelhos.
Em 16 de maio de 2016 foi comemorado, com quase total silêncio da imprensa oficial e das instituições comunistas, o 50º aniversário do início daquele período turbulento, e desde então todo o museu foi tapado por cartazes da propaganda comunista.
Na entrada, sobre o cartaz que indicava que ali ficava o museu era possível ler um cartaz que dizia "Ato de promoção dos valores nucleares do socialismo". Alusões ao "Sonho Chinês", o mantra ideológico do então presidente Xi Jinping, se repetiam nas paredes forradas de cartazes, decoradas com foices e martelos e imagens da porta da Praça da Paz Celestial.
Não era fácil observar outros detalhes, já que policiais à paisana, se passando por turistas, tentavam impedir a imprensa de fotografar e filmar o lugar, e interrogavam jornalistas que se aproximavam.
O museu foi construído em 2005 e é quase um milagre que continuasse de pé mais de dez anos depois, levando em conta que, embora o governo chinês reconhecesse oficialmente, após a morte de Mao Tsé-tung, que a Revolução Cultural foi um erro, sempre evitou relembrar publicamente, e menos ainda citar as vítimas concretas. Neste caso foi um líder comunista local que decidiu criar esse museu. Peng Qian, um antigo tenente do prefeito de Shantou, construiu o espaço e foi o que, possivelmente, salvou a estrutura de ser demolida.
Contou Peng no passado que decidiu criar um lugar para homenagear um assunto tão delicado na China, após ficar sabendo que muitos vítimas dos linchamentos dos guardas revolucionários foram enterradas na Montanha Pagoda.
Em seus primeiros anos de funcionamento, o museu chegou a atrair certa atenção da mídia, e até recebeu doações milionárias para sua manutenção, mas em 2014, pouco antes de se aposentar, Peng cedeu totalmente a gestão do local ao governo, o que fez com que ele caísse no esquecimento e, nas últimas semanas de 2016, a ser presa da censura.
Shantou, um dos principais portos do sul da China, está a mais de 2 mil quilômetros de Pequim, o epicentro da Revolução Cultural, mas sua distância não lhe livrou, como ao resto do país, dos excessos dessa época, na qual milhões de pessoas foram indiscriminadamente perseguidas. Embora a Revolução Cultural seja tema de livros e filmes na China - o fato de que quase toda a população do país naquela época tenha sofrido dificulta a sua total censura -, o Museu de Shantou foi o único dedicado integralmente a ela.
Existia pelo menos outro museu no país que mencionava o período de terror dos guardas vermelhos, o de Jianchuan (centro do país), mas ele não estava dedicado de forma exclusiva a isso, e dava uma imagem neutra ao fato histórico, sem mencionar as vítimas.
Da EFE

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