domingo, 29 de novembro de 2015

'Paris É uma Festa', de Hemingway, retoma popularidade após atentados

Livro é um dos mais vendidos da seção de biografias 

do site Amazon


Exemplar do romance 'Paris É Uma Festa' do escritor norte- americano Ernest Hemingway visto entre as homenagens às vítimas dos atentados na capital francesa
Exemplar de 'Paris É Uma Festa' visto entre as homenagens às vítimas dos atentados na capital francesa(@tremblay_p/Twitter)
O romance Paris É uma Festa, em que o escritor americano Ernest Hemingway relata sua temporada na capital francesa nos anos 1920, ganhou novo sopro de popularidade desde os atentados da última sexta-feira no país. O livro está voando das prateleiras das livrarias parisienses.
Paris É uma Festa era na quarta-feira, dia 18, o mais vendido da seção de biografias do site Amazon. O livro está atualmente em falta no estoque da gigante americana do e-commerce. Em livrarias físicas, o volume também está em alta. Em geral, os livreiros vendem dez exemplares da obra de Hemingway por dia. "Neste momento, são 500", contou David Ducreux, assessor de imprensa da editora Folio, que publica o romance. Enquanto 8.000 exemplares de Paris É uma Festa são vendidos em média anualmente, a editora previu uma reimpressão de 15.000 exemplares do livro.
Cópias do livro foram colocadas entre flores e velas diante da fachada atingida por balas de um dos bares atacados pelos terroristas e diante da casa de shows Bataclan, centro da chacina que deixou 129 mortos e mais de 350 feridos. Durante o minuto de silêncio em homenagem às vítimas na segunda-feira, inúmeras pessoas seguravam um exemplar da obra nas mãos.
O entusiasmo com o livro lembra o que foi gerado em torno do Tratado da Tolerância de Voltaire, em janeiro, após o ataque contra a revista francesa Charlie Hebdo. A editora teve que fazer uma reedição do livro do filósofo depois de vender 120.000 cópias.
Paris É uma Festa pode ser descrito como uma homenagem a uma cidade, aquela dos anos 1920, vibrante de cultura. É possível cruzar com artistas que frequentavam na época o bairro de Montparnasse, além de encontrar a colecionadora Gertrude Stein, o poeta Ezra Pound e o escritor James Joyce. "Essa era a Paris da nossa juventude, onde éramos muito pobres e muito felizes", escreve Hemingway. "Paris sempre vale a pena, e retribui tudo aquilo que você lhe dê."
Na revista Veja (Com agência France-Presse)