Deu na folha de hoje:
CICLOS, OU PROGRESSÃO CONTINUADA É O MELHOR SISTEMA NA EDUCAÇÃO!
(Fernando Barros - FSP, 30) 1. Quem implantou o sistema de progressão continuada em São Paulo foi o educador Paulo Freire, insuspeito de "tucanismo", quando secretário de Luiza Erundina. Mário Covas adotou o modelo no Estado em 1995. O desafio daquela época era, fundamentalmente, colocar (e manter) a criança na escola. As taxas de repetência e de evasão escolar eram alarmantes. Hoje, ao menos no ensino fundamental, as crianças estão na escola. O que é um avanço.
2. Reprovar mais não é sinônimo de elevar o nível do ensino. Pode, dizem especialistas, significar o contrário. Estudos mostram que o aluno repetente aprende menos, e não mais que seus colegas; que a reprovação pode ser fator de "deseducação", além de estímulo à exclusão social.
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E o que publiquei sobre o assunto, algum tempo atrás:
Erro histórico? Bah!!! ou "O sistema de ciclos"
Muitos apelidos e paradigmas pegam em função das oportunidades, dos interesses e até do humor do freguês. Às vezes escudam-se em justificativas inconsistentes, meias-verdades, arrazoados apenas envernizados de lógica. Não são poucas as vezes em que caem no domínio público em decorrência da mesquinharia que acomete meio mundo, mas não devemos perder de vista o impacto do preconceito sobre nosso comportamento.
Quantas vezes na vida já refugamos um bom livro, um filme interessante, uma idéia instigante por puro preconceito? Quem jamais se abrigou nas entranhas do jargão “não li, não vi, não conheço, e não gostei”?
Já faz um bom tempo que não encontro questão que galvanize tanta resistência e má vontade quanto o sistema de ciclos.
Este modelo surgiu como alternativa para substituir as antigas séries que avaliam os alunos ao término de cada ano letivo. No novo modelo as avaliações são realizadas ao longo do ciclo. Em decorrência da nova sistemática de avaliação, não existe mais a possibilidade do aluno ser reprovado ao final de cada ano, ao final de cada série. Quando não consegue responder ao demandado pelos professores, o aluno é reprovado ao final de cada ciclo. O ensino fundamental, por exemplo, está estruturado em dois ciclos, um da primeira à quarta série e o outro da quinta à oitava.
Como marco regulatório, o sistema de ciclos está amparado pela Lei 9.394, de 20 de dezembro de 1996, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, que assegurou autonomia para estados, municípios e unidades escolares decidirem se incorporam ou não a nova estratégia.
Cá entre nós, o sistema é o que existe de mais produtivo. Despreza a possibilidade das provas e testes estanques, determinados num único instante, e abraça a visão larga do processo continuado, onde as avaliações não constituem um fim em si, mas uma sistemática diuturna, que incorpora múltiplos formatos, variados componentes, ensejando a interação do ensino formal com apreendido no universo familiar e social do estudante. Para ler o artigo na íntegra, clique aqui.
Antônio Carlos dos Santos - criador da metodologia de planejamento estratégico Quasar K+