segunda-feira, 2 de março de 2009

A avaliação das Instituições de Ensino Superior

A avaliação das Instituições de Ensino Superior – a espertise do MEC
“(...) Naturalmente, este é um processo alvo de resistências nem sempre amenas. Neste caso, particularmente, as resistências se manifestam com certa virulência através das corporações que representam as instituições privadas. Mas que o governo federal vem administrando com competência (...)”
Não há como falar de planejamento se a vista não alcança - com acuidade, profundidade e perfeição - a avaliação. E, infelizmente, é o que, quase sempre, ocorre: gestores incapazes de emprestar justa importância ao que talvez seja um dos processos mais eficazes para a correção de rumos e intervenções controladas.

O planejamento é um importante instrumento de gestão que, por incrível que pareça, geralmente passa ao largo das instituições governamentais. Foi pasteurizado, hipocritamente acostumou-se a tomá-lo como uma panacéia técnico-burocrática, um baralho de cartas avulsas e desconexas, uma mescla de procedimentos concebida para responder exclusivamente à legislação e aos organismos de fiscalização e controle, ensejando a elaboração de relatórios e mais relatórios, processos e mais processos, inspeções e mais inspeções, abarrotando escaninhos e consumindo mega memórias de computadores, todos fingindo que estão planejando, todos fingindo que estão executando, todos fingindo que estão avaliando e todos fingindo que estão fiscalizando.

Como não há mal que dure para sempre, este cenário de “faz de conta” está mudando, sobretudo no âmbito do Ministério da Educação, onde as avaliações, de fato, tem servido de insumo para retro-alimentar os sistemas de planejamento, promovendo importantes correções nas políticas públicas que conduzem a educação no país.

A partir de 08 de março é a vez das Instituições de Ensino Superior que serão objeto de um minucioso processo de avaliação.

A avaliação caberá aos Inep, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais do Ministério da Educação, que também executará o procedimento com relação aos cursos.

O objetivo é renovar o reconhecimento de curso e avaliar os processos de autorização das faculdades de Medicina e Direito, dois grandes gargalos do ensino superior.

A avaliação que se inicia em março é, na realidade, uma das três etapas integrantes do Sinaes, o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior, que verifica ainda as avaliações de cursos e de estudantes cotejando os resultados do Enade, o Exame do Desempenho dos Estudantes.

O Inep, neste ano, inovará apresentando um cronograma com a relação das instituições que serão avaliadas, tornando toda a sistemática mais transparente, dando inclusive oportunidade para que as instituições conheçam os procedimentos de avaliação.

Naturalmente, este é um processo alvo de resistências nem sempre amenas. Neste caso, particularmente, as resistências se manifestam com certa virulência através das corporações que representam as instituições privadas. Mas que o governo federal vem administrando com competência.

Para qualificar qualquer processo há que conhecê-lo, devassá-lo, familiarizar com seus detalhes, entrâncias, particularidades e minúcias. Há que sabê-lo. E como cumprir essas etapas ignorando ou fazendo pouco caso da avaliação?

Felizmente, este é um caminho já natural e sem sobressaltos para o MEC. Que as demais instituições públicas inspirem-se em sua espertise.

A metodologia de Planejamento Estratégico Quasar K+ e a tecnologia de produção de Teatro Popular de Bonecos Mané Beiçudo são produções originais de Antônio Carlos dos Santos. vilatetra@gmail.com