sábado, 4 de junho de 2022

56% dos professores ainda não aplicaram educação empreendedora em sala de aula, diz pesquisa

Educação Empreendedora — Foto: Mayara Cardoso - Aicom Unesc

46% dos entrevistados apontam a falta de tempo para inclusão no conteúdo obrigatório como principal barreira e 40% indicam a falta de interdisciplinaridade como um dos obstáculos.

 

Pelo menos 56% dos professores de educação básica ainda não tentaram aplicar educação empreendedora em sala de aula, segundo pesquisa Sebrae e do Canal Futura, em parceria técnica com a Plano CDE, divulgada nesta quarta-feira (1).

O ensino do empreendedorismo está previsto na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que está em vigor para ensino infantil e fundamental desde 2019 e para ensino médio desde 2022, e estipula o conteúdo e as habilidades que devem ser desenvolvidas pelas escolas.

A pesquisa, entretanto, mostra que existem barreiras. A principal é a falta de tempo para incluir o assunto no conteúdo obrigatório – apontada por 46% dos docentes entrevistados. Além disso, apenas 1 em cada 4 professores (25%) afirma ter conhecimento sobre o tema.

Segundo o presidente do Sebrae, Carlos Melles, a pesquisa mostra que é preciso ajustar a forma como o tema é apresentado aos professores e ampliar a compreensão do que é a educação empreendedora.

“A educação empreendedora chega para contribuir para o desenvolvimento de competências integradas à construção de projetos de vida e colabora para o desenvolvimento integral de estudantes, estimulando o seu protagonismo em diversas faixas etárias”, explica.

Já o secretário-geral da Fundação Roberto Marinho, João Alegria, avalia que a educação empreendedora é uma "parte importante" da educação básica.

"[A educação empreendedora] Aponta para a construção de autonomia dos estudantes, para o protagonismo de suas próprias vidas, na estruturação de projetos de vida, dando concretude e realidade aos sonhos e desejos. Prepara melhor as novas gerações para os desafios de viver num mundo complexo, no qual as capacidades de identificar e resolver problemas, atuar coletivamente e liderar, desenvolver e implementar projetos, para citar alguns exemplos, são condições cada vez mais exigidas a todos”.

Professores não conhecem as competências da BNCC

O levantamento mostrou ainda que os professores da educação básica não possuem um conhecimento profundo sobre as competências gerais da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) ou sobre as competências socioemocionais.

Dos entrevistados, 59% afirmaram já ter recebido alguma formação sobre as dez competências gerais (saiba mais abaixo), mas 52% ainda não se sentem familiarizados com o tema.

Além disso, 70% dos professores afirmam nunca ter recebido nenhuma capacitação sobre o trabalho com competências socioemocionais e 44% não se sentem confortáveis para trabalhar com o tema na sala de aula.

Competências gerais da BNCC

Conhecimento: Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.

Pensamento científico, crítico e criativo: Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes áreas.

Repertório cultural: Desenvolver o senso estético para reconhecer, valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, e também para participar de práticas diversificadas da produção artístico cultural.

Comunicação: Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos das linguagens artística, matemática e científica para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo.

Cultura digital: Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.

Trabalho e projeto de vida: Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade.

Argumentação: Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta.

Autoconhecimento e autocuidado: Conhecer se, apreciar se e cuidar de sua saúde física e emocional, compreendendo se na diversidade humana e reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas.

Empatia e cooperação: Exercer a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza.

Responsabilidade e cidadania: Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões, com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.

Emily Santos, g1.globo.com


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