terça-feira, 10 de agosto de 2021

Olimpíada: Como técnica transformou time feminino do Canadá em campeão olímpico em menos de um ano


Nas listas de favoritos para o pódio do futebol feminino nos Jogos Olímpicos de Tóquio, o Canadá quase não aparecia.

 

Um trabalho muito recente e a forte dependência do time de sua principal estrela, Christine Sinclair, colocou baixas expectativas sobre a campanha da seleção que já conquistou dois bronzes olímpicos consecutivos. Mas na última sexta-feira, a jovem técnica Beverly Priestman provou que as previsões estavam erradas, e cumpriu seu ousado objetivo de mudar a cor da medalha do Canadá.

Com apenas 35 anos, Priestman é a treinadora mais jovem do torneio e, após a vitória nos pênaltis sobre o forte time da Suécia, colocou no seu currículo algo que muitos dos técnicos experientes e com o dobro da sua idade ainda não têm: um ouro olímpico. Ela assumiu a seleção do Canadá em outubro do ano passado, no que se tornou seu primeiro trabalho como técnica de uma equipe principal.

Dez meses depois, ela fez sumir as dúvidas em volta de sua nomeação, e de quebra ajudou a manter a tradição de treinadoras campeãs no futebol feminino. Nas últimas cinco edições dos Jogos Olímpicos, todas as equipes que levaram o ouro eram comandadas por mulheres.

A vitória na tensa disputa de pênaltis no estádio Yokohama coroou o desempenho de ouro do Canadá, que passou por todas as fases do mata-mata como o azarão. Desde as quartas de final, contra o Brasil, a equipe era vista como o adversário "mais fácil" entre as possibilidades do chaveamento. A equipe se impôs defensivamente e conseguiu resolver a partida também nas penalidades.

Nas semi, o Canadá quebrou um jejum de 20 anos ao vencer as favoritas dos Estados Unidos, atuais bicampeãs mundiais. Na decisão, novamente tinha um grande desafio contra uma Suécia que fez campanha invejável.

Em nenhum desses momentos, Priestaman via seu time como inferior, e fez o necessário para motivá-las a acreditar no mesmo.

— Quando você trabalha com jogadores que já participaram de torneios consecutivos [como Christine Sinclair], como você continua incentivando-as a serem melhores do que eram antes? Para mim, senti que o grupo precisava de outro empurrão para mudar a cor da medalha. Você tem que fazer e pedir mais coisas às pessoas que não foram feitas antes — disse a técnica do Canadá.

Com um time que vive dificuldades na renovação, ela soube aproveitar as principais armas para montar um sólido sistema defensivo e de marcação. Apostando no futebol retrancado, Priestman conseguiu surpreender as seleções favoritas jogando com os pés no chão, e sem sobrecarregar a estrela do time, que aos 35 anos, se despede das Olimpíadas subindo no lugar mais alto do pódio.

— Quero que meu time domine, com e sem bola — deixou claro a técnica, em entrevista ao Guardian antes do início da Olimpíada. — Vou pedir às jogadoras que sejam corajosas.

Trajetória longa no futebol

Priestman se tornou ainda a primeira treinadora inglesa em uma final olímpica de futebol em 73 anos. Aos 20 e poucos, ela abandonou os planos para uma carreira de professora em escola e trocou a pequena cidade de Consett por uma nova vida na Nova Zelândia e a aposta de ganhar a vida como treinadora.

Ela começou jogando futebol nas ruas com os meninos da vizinhança desde que ela tinha idade suficiente para chutar uma bola. Embora Priestman tenha orgulho de suas raízes na cidade operária de Consett, ela também reconhece que teve que deixar o lugar para conseguir realizar seus grandes sonhos.

Depois de se formar em ciências e futebol pela Universidade John Moores, em Liverpool, ela obteve uma licença "A" da UEFA como treinadora e atuou como diretora de desenvolvimento do futebol neozelandês. Ela também atuou como assistente técnica das seleções principais do Canadá e Inglaterra (ao lado de Phill Neville), e depois se tornou treinadora das seleções de base canadenses. Até que, no ano passado, foi contratada para substituir Kenneth Heiner-Møller na equipe principal.

— Não me considero jovem no sentido de que estou envolvida em tempo integral no futebol há 20 anos como profissional. Passei por experiências muito variadas na Inglaterra, Nova Zelândia e agora no Canadá. Por isso, embora seja jovem, trabalhei muito e fiz muitos sacrifícios — afirma ela.

Giulia Costa, em O Globo


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