quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Brasil, o país onde o corrupto é o outro



Por Sonia Racy, no Estadão

Ainda que só 3% dos brasileiros afirmem ser corruptos, 70% admitem ter tomado ao menos uma “atitude corrupta” durante a vida. E mais: mesmo se considerando honestos, 80% conhecem alguém que cometeu algum tipo de ilegalidade.

A pesquisa fresquinha do Data Popular, capitaneado por Renato Meirelles, dá uma nítida dimensão do que são as microcorrupções diárias – tema do levantamento feito com 3,5 mil entrevistados.

O outro 2
Comprou algum produto pirata? 67% dizem que sim. Recebeu troco e não devolveu a diferença? 21% admitem que sim —  e outros 46% informam que não, mas admitem ter conhecimento de alguém que fez isso. Pagou propina a um policial ou agente de fiscalização? A porcentagem cai para 7% mas outros 19% juram conhecer gente que subornou.

Declarou ou deixou de declarar alguma coisa para a RF visando restituição? Só 1% confirma a malandragem. Mas, a exemplo do que ocorre  em outras respostas, 15% dos entrevistados apontam alguém que faz isso sistematicamente.

O outro 3
Meirelles constata que a corrupção está enraizada a tal ponto no País que o brasileiro não se percebe como corrupto. “Se acha isento nas pequenas corrupções de que se beneficia e critica as grandes, nas quais se acha lesado.”


O problema do Brasil é endêmico e segundo o pesquisador, só vai se resolver estruturalmente com a devida condenação ensinada permanentemente nas escolas.

_________________

Para saber mais, clique na figura



Quando ocorre o massacre de Canudos, em 1897, Alfredo dá a extrema unção a Antônio Conselheiro e recebe dele uma missão secreta. Alfredo era o braço direito e o chefe da Guarda Pessoal do Conselheiro – a Guarda Católica. Recebida do beato a missão secreta, Alfredo foge da cena do massacre com a família, e por 28 anos vaga pelo interior do país, em busca de Lagolândia, terra onde o beato de Belo Monte previu o aparecimento de Santa Dica.