domingo, 27 de agosto de 2017

Primeiro satélite de comunicação quântica chinês envia dados à Terra

EFE/Kay Nietfeld
O primeiro satélite de comunicação quântica que a China colocou no espaço há um ano conseguiu enviar com sucesso dados à Terra, lançando as bases para construir uma rede global de comunicação quântica, informaram nesta quinta-feira fontes oficiais.
A agência oficial de notícias "Xinhua" explicou que o QUESS, sigla em inglês de "Experimentos com Quantos em Escala Espacial", operou com sucesso e que os seus resultados foram publicados na revista acadêmica "Nature".
Os científicos chineses se tornaram os primeiros a realizar o envio de chaves quânticas para a terra a partir de um satélite, depois que em agosto do ano passado ele foi lançado do centro espacial de Jiuquan, no deserto de Gobi (noroeste da China).
A comunicação quântica é baseada em trocas de estado de partículas subatômicas como os fótons e na prática poderia ter dois grandes usos: um sistema de transmissão de dados mais rápidos que os atuais e impossível de interceptar e, mais remoto e complicado, o teletransporte.
Estados Unidos, Europa e Japão já testaram a comunicação quântica na superfície, mas a China, que também começou a desenvolver uma rede de transmissão deste tipo entre Pequim e Xangai, é a primeira a leva a pesquisa ao espaço.
A equipe científica chinesa que desenvolve estes experimentos é comandada pelo físico quântico Pan Jianwei, que explicou que o satélite enviou chaves quânticas às estações terrestres em Xinglong (Hebei, norte da China) e Nanshan (Xinjiang).
A distância de comunicação entre o satélite e a estação terrestre varia de 645 quilômetros a 1.200 quilômetros e a velocidade de transmissão da chave quântica é de até 20 ordens de magnitude mais eficiente que a experimentada usando uma fibra ótica de mesmo tamanho.
Quando o satélite sobrevoa a China proporciona uma janela do experimento de quase 10 minutos. Durante esse tempo, a chave segura de 300 kbits pode ser gerada e enviada pelo satélite, segundo explicou Pan.
"Isso, por exemplo, pode satisfazer a demanda de fazer uma ligação telefônica segura absoluta ou transmitir uma grande quantidade de dados bancários", acrescentou.
"A distribuição de chaves quânticas baseada nos satélites pode ser vinculada às redes quânticas metropolitanas" e ajudar "vários usuários a se conectarem dentro de uma cidade a mais de 100 quilômetros", acrescentou o cientista.
Os cientistas esperam que as comunicações quânticas mudem fundamentalmente o desenvolvimento humano nas próximas duas ou três décadas, já que há enormes perspectivas para aplicar esta nova geração de comunicação em campos como defesa e finanças.
EFE


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