(...)A degradação do meio ambiente impacta diretamente nossa qualidade de vida. A poluição se manifesta de forma onipresente no excesso de ruídos, na atmosfera tomada por gazes nocivos, na sempre crescente produção de lixo, nos esgotos a céu aberto - sem tratamento ou com processamento incorreto, nos detritos que aniquilam cursos d’águas, rios e praias, nos cartazes publicitários que devastam a paisagem, nos agrotóxicos, nas precipitações ácidas que transformam as chuvas num miasma de ácido sulfúrico e nítrico, num trânsito cada vez mais caótico e irracional... (...)"
A exceção e a regra
À medida que crescem, as cidades vão deixando vincos, marcas que deveriam merecer especial atenção do gestor público, ao menos no sentido de mitigá-las.
Refiro-me aos vincos e marcas que de uma forma mais intensa se fixam nas pessoas, comprometendo as funções nervosas responsáveis pela capacidade de receber e perceber impressões e alterações do ambiente.
Dos cinco sentidos que os antigos atribuíam aos seres humanos - tato, gosto, ouvido, vista e olfato – está evidente que os três últimos encontram-se na UTI, numa espécie de estágio terminal que, ao manifestar melhoras, adentra mais e mais no mundo dos moribundos.
Parte expressiva dos gestores públicos brasileiros tem confundido desenvolvimento com poluição sonora, visual e olfativa.
Por isto desdenham a educação.
O zum-zum-zum nervoso das ruas e avenidas, ônibus, caminhões, veículos com autofalantes, buzinas, pessoas sempre apressadas, o som dos bares, botecos e inferninhos, vão gradativamente comprometendo nossa capacidade auditiva, e não demora, perdemos até mesmo a capacidade de sussurrar, falar baixo, perceber quem está ao lado...
Gigantescos outdoors’s, grandes placas e faixas comerciais escondem o muito de belo que existe nas fachadas das casas e edificações, nas praças e logradouros, transformando a cidade num descomunal magazine onde anúncios e propaganda têm vidas próprias, engolindo a harmonia, a arquitetura, o paisagismo, a originalidade da cidade.
A poluição olfativa avança numa guerra sem tréguas tornando nossos habitat’s espaços onde predomina o mau cheiro, o fedor...a vida se tornando insalubre, pesada, doentia, a auto estima comprometida.
Os que conhecem o Rio de Janeiro evitam freqüentar as imediações do Posto 5, na orla de Copacabana, na zona sul. O presidente da Companhia Estadual de Águas e Esgoto lamenta: "Há um ano eu estava tomando café com o governador Sérgio Cabral e ele estava reclamando do cheiro de cocô que tem aqui em Copacabana”.
O mau cheiro é provocado pela elevatória de esgotos de Parafuso. Diante do problema, o prefeito encomendou um projeto que desenvolverá um sistema de controle de odores para purificar os gases provenientes da decomposição de matéria orgânica da elevatória, que serão comprimidos, envasados e encaminhados a um potente sistema de lavagem. Exultante, o presidente da companhia de saneamento comemora: “(...) em vez de cheirar a cocô, vai cheirar a jasmim".
A degradação do meio ambiente impacta diretamente nossa qualidade de vida. A poluição se manifesta de forma onipresente no excesso de ruídos, na atmosfera tomada por gazes nocivos, na sempre crescente produção de lixo, nos esgotos a céu aberto - sem tratamento ou com processamento incorreto, nos detritos que aniquilam cursos d’águas, rios e praias, nos cartazes publicitários que devastam a paisagem, nos agrotóxicos, nas precipitações ácidas que transformam as chuvas num miasma de ácido sulfúrico e nítrico, num trânsito cada vez mais caótico e irracional...
O cenário nos encaminha para a descrença, o desespero e o ceticismo, a desgraça? Não, claro que não. Apenas ajuda a enfatizar a importância de resgatar a educação como estratégia para o desenvolvimento e a promoção humana. Um povo educado qualifica seus processos de organização e mobilização, potencializando a pressão das ruas. Torna o milenar ditado “a voz do povo é a voz de Deus” fato incontestável; e não figura de retórica na boca de tantos que acalentam as artes da oratória, do ilusionismo e da enganação.
A pressão democrática, a justa manifestação da sociedade, efetuada de forma organizada, demonstra que é possível corrigir, aperfeiçoar, melhorar, impregnar os gestores de vontade política e tirocínio para o trato da coisa pública. Continuarão respondendo aos respectivos governadores, sem dúvidas, como no caso ilustrado acima. Mas ambos, gestores e governadores – ainda que queiram – jamais darão de ombros às demandas populares se embebidas da mais densa organização e mobilização. Condições só possíveis quando educação de qualidade se constituir em regra, e não exceção.
A metodologia de Planejamento Estratégico Quasar K+ e a tecnologia de produção de Teatro Popular de Bonecos Mané Beiçudo são criações originais de Antônio Carlos dos Santos
segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009
segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009
Nem tudo termina em pizza
Nas pesquisas, levantamentos e estudos internacionais, o Brasil já conquistou cadeira cativa em dois importantes rankings. No que afere o nível de corrupção, ocupamos sempre as primeiras posições. E no que revela o nível de educação, estamos sempre a disputar a lanterna ou as últimas posições.
Nem tudo termina em pizza
Não há momento na história brasileira em que a corrupção tenha deixado de ostentar a áurea das perversidades onipresentes. A corrupção entre nós tem sido um mal maior, uma chaga terrível presente em todas as entranhas de nossa história política. Não seria exagero afirmar que o Brasil nasceu com esta sina.
Herdamos da metrópole portuguesa a cultura cartorial, cuja principal anomalia talvez seja a inesgotável voracidade do aparelho de estado, ávido por tudo controlar, sequioso por tudo tributar, remetendo seus tentáculos para aprisionar todas as atividades econômicas, quaisquer que sejam, ainda que as mais fragilizadas, tais como as pequenas relações informais e o escambo. Sem, naturalmente, perder o foco nas grandes negociatas, onde o suborno é porta da entrada, do processamento e da saída.
Para exercer de forma onipresente e onipotente a tributação no grau mais elevado, é desenvolvida uma burocracia descomunal, com infinitas regras, normas, fluxo e rotinas, um sem número de caminhos que levam do nada a lugar nenhum (quando se trata de desenvolvimento sustentável), cenário de todo improdutivo, mas ambiente mais que salutar para a proliferação da corrupção. Sabemos que quanto maior a burocracia, mais vigorosa e profícua é a corrupção.
Estado gigantesco e burocracia descomunal são, de longe, os principais entraves para o desenvolvimento do país. Irmãos siameses têm reduzido a meras ilusões os sonhos e oportunidades de milhões e milhões de brasileiros.
Um antigo ditado árabe ensina que a cobra, por mais adestrada e domesticada, jamais deixará de ser uma cobra. Muitos não aprendem a lição, ignoram o ensinamento, afeiçoam e tomam carinho pelo animal, até o dia em que se a dá picada mortal, quando de nada mais adianta compreender as razões de um animal peçonhento jamais perder suas características originárias.
Assim é a corrupção. Está tão presente na cultura nacional que já se acomodou, fincou âncoras no imaginário popular. As pessoas passaram a tê-la como algo natural, E, sem que se dêem conta, passam a defendê-la com argumentações como as conhecidas expressões "rouba, mas faz", "política é assim mesmo”, e “tudo acaba em pizza".
Nas pesquisas, levantamentos e estudos internacionais, o Brasil já conquistou cadeira cativa em dois importantes rankings. No que afere o nível de corrupção, ocupamos sempre as primeiras posições. E no que revela o nível de educação, estamos sempre a disputar a lanterna ou as últimas posições.
Na vertente oposta, os países que ocupam as primeiras posições no ranking da educação são os que mais combatem a corrupção.
Talvez por isso, a CNBB, Confederação Nacional dos Bispos do Brasil, instituição católica que congrega o alto prelado brasileiro tenha decidido desenvolver uma grande campanha nacional, em que um dos objetivos mais destacados figura como "denunciar a gravidade dos crimes contra a ética, a economia e as gestões públicas, assim como a injustiça presente nos institutos da prisão especial, do foro privilegiado e da imunidade parlamentar para os crimes comuns".
A intensidade com que a corrupção tem impregnado as relações do Estado com a sociedade é que levou a instituição religiosa a mergulhar fundo na questão, priorizando no ano de 2009 a reflexão sobre o tema.
E para dar início às discussões, utilizará o assunto corrupção como um dos focos da Campanha da Fraternidade deste ano.
A Campanha da Fraternidade tem sua origem em 1961, quando a Cáritas Brasileira desenvolveu um projeto embrionário objetivando arrecadar fundos e torná-la autônoma financeiramente. Mas só em dezembro de 1964, teve início o ciclo de campanhas nacionais, a primeira explorando o lema “Lembre-se: você também é Igreja”.
Este ano, o eixo gravitará em torno de questões referentes à segurança pública, mas também estimulará as que digam respeito à ética na política.
Sem dúvidas um bom sinal, prova de que a sociedade, como um todo, ainda não se vergou, não se prostrou inerme, não caiu no conformismo fatalista do “tudo termina em pizza”.
A metodologia de Planejamento Estratégico Quasar K+ e a tecnologia de produção de Teatro Popular de Bonecos Mané Beiçudo são criações originais de Antônio Carlos dos Santos
Nem tudo termina em pizza
Não há momento na história brasileira em que a corrupção tenha deixado de ostentar a áurea das perversidades onipresentes. A corrupção entre nós tem sido um mal maior, uma chaga terrível presente em todas as entranhas de nossa história política. Não seria exagero afirmar que o Brasil nasceu com esta sina.
Herdamos da metrópole portuguesa a cultura cartorial, cuja principal anomalia talvez seja a inesgotável voracidade do aparelho de estado, ávido por tudo controlar, sequioso por tudo tributar, remetendo seus tentáculos para aprisionar todas as atividades econômicas, quaisquer que sejam, ainda que as mais fragilizadas, tais como as pequenas relações informais e o escambo. Sem, naturalmente, perder o foco nas grandes negociatas, onde o suborno é porta da entrada, do processamento e da saída.
Para exercer de forma onipresente e onipotente a tributação no grau mais elevado, é desenvolvida uma burocracia descomunal, com infinitas regras, normas, fluxo e rotinas, um sem número de caminhos que levam do nada a lugar nenhum (quando se trata de desenvolvimento sustentável), cenário de todo improdutivo, mas ambiente mais que salutar para a proliferação da corrupção. Sabemos que quanto maior a burocracia, mais vigorosa e profícua é a corrupção.
Estado gigantesco e burocracia descomunal são, de longe, os principais entraves para o desenvolvimento do país. Irmãos siameses têm reduzido a meras ilusões os sonhos e oportunidades de milhões e milhões de brasileiros.
Um antigo ditado árabe ensina que a cobra, por mais adestrada e domesticada, jamais deixará de ser uma cobra. Muitos não aprendem a lição, ignoram o ensinamento, afeiçoam e tomam carinho pelo animal, até o dia em que se a dá picada mortal, quando de nada mais adianta compreender as razões de um animal peçonhento jamais perder suas características originárias.
Assim é a corrupção. Está tão presente na cultura nacional que já se acomodou, fincou âncoras no imaginário popular. As pessoas passaram a tê-la como algo natural, E, sem que se dêem conta, passam a defendê-la com argumentações como as conhecidas expressões "rouba, mas faz", "política é assim mesmo”, e “tudo acaba em pizza".
Nas pesquisas, levantamentos e estudos internacionais, o Brasil já conquistou cadeira cativa em dois importantes rankings. No que afere o nível de corrupção, ocupamos sempre as primeiras posições. E no que revela o nível de educação, estamos sempre a disputar a lanterna ou as últimas posições.
Na vertente oposta, os países que ocupam as primeiras posições no ranking da educação são os que mais combatem a corrupção.
Talvez por isso, a CNBB, Confederação Nacional dos Bispos do Brasil, instituição católica que congrega o alto prelado brasileiro tenha decidido desenvolver uma grande campanha nacional, em que um dos objetivos mais destacados figura como "denunciar a gravidade dos crimes contra a ética, a economia e as gestões públicas, assim como a injustiça presente nos institutos da prisão especial, do foro privilegiado e da imunidade parlamentar para os crimes comuns".
A intensidade com que a corrupção tem impregnado as relações do Estado com a sociedade é que levou a instituição religiosa a mergulhar fundo na questão, priorizando no ano de 2009 a reflexão sobre o tema.
E para dar início às discussões, utilizará o assunto corrupção como um dos focos da Campanha da Fraternidade deste ano.
A Campanha da Fraternidade tem sua origem em 1961, quando a Cáritas Brasileira desenvolveu um projeto embrionário objetivando arrecadar fundos e torná-la autônoma financeiramente. Mas só em dezembro de 1964, teve início o ciclo de campanhas nacionais, a primeira explorando o lema “Lembre-se: você também é Igreja”.
Este ano, o eixo gravitará em torno de questões referentes à segurança pública, mas também estimulará as que digam respeito à ética na política.
Sem dúvidas um bom sinal, prova de que a sociedade, como um todo, ainda não se vergou, não se prostrou inerme, não caiu no conformismo fatalista do “tudo termina em pizza”.
A metodologia de Planejamento Estratégico Quasar K+ e a tecnologia de produção de Teatro Popular de Bonecos Mané Beiçudo são criações originais de Antônio Carlos dos Santos
segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009
Um olhar de humildade
Um olhar de humildade
Nova York tem apresentado ao mundo um conjunto de experiências que costuma dar certo. Tolerância Zero é uma delas, forma diferente de conceber a segurança pública, punindo crimes triviais e desvios elementares como estratégia vitoriosa para a prevenção e punição dos delitos e crimes mais graves e complexos.
Mas não é só na área de segurança que a maior cidade norte-americana obtém sucessivos êxitos quando se trata da adoção de políticas públicas. Resultados positivos têm sido obtidos também em outros setores, como o da educação pública.
Nova York iniciou em 2001 uma ampla reforma escolar no que é hoje o maior sistema de ensino do país. Fundamentalmente, o modelo empresta especial enfoque aos processos de gestão, investindo na formação dos professores, promovendo um minucioso acompanhamento do rendimento escolar dos alunos e estimulando a participação dos pais. No modelo implantado, essa participação assume tamanha importância que, em cada escola, é contratado um coordenador de pais, com a tarefa exclusiva de planejar e promover atividades que aproximem as famílias da escola, compromissando-as com o processo de aprendizagem dos alunos.
Ao contrário de viver sob inteira dependência dos recursos públicos, o novo sistema estimula a direção da escola a abrir o leque para outras possibilidades, buscando apoio do setor privado, que, naturalmente, se manifesta com auxílio financeiro, mas também oferecendo suporte às ações de planejamento. Um dos resultados mais promissores do modelo é a formação de lideranças.
Tudo se origina, se implementa, se renova, ganha vida e movimento sob a égide do planejamento, de modo que a avaliação se processa de forma contínua, ininterrupta. Alguns quesitos são analisados com profundidade: a frequência de professores e alunos, a rotatividade e absenteísmo dos docentes, os dados referentes aos incidentes de indisciplina e violência no interior da escola e a visão da comunidade escolar - alunos, pais, servidores, professores e diretores - sobre a unidade educacional e seu contexto comunitário.
É este modelo que São Paulo planeja implantar em suas escolas estaduais. Dez delas que tiveram baixo desempenho no Índice de Desenvolvimento da Educação do Estado de São Paulo (Idesp), todas localizadas na zona periférica, serão pioneiras na implantação do novo sistema de inspiração norte-americana. A meta é ousada: em três anos promover um salto de qualidade na aprendizagem dos alunos.
Segundo a professora Maria Helena Guimarães de Castro, secretária de Estado da Educação “(...) a idéia é criar mecanismos de gestão e supervisão do trabalho pedagógico que fortaleçam o compromisso da direção, coordenação, corpo docente e famílias para oferecer uma aprendizagem de qualidade. Os objetivos são incrementar os processos de gestão e supervisão do clima escolar utilizados pelo diretor e professor coordenador, incluir formação no trabalho do professor coordenador; aumentar o envolvimento das famílias com a escola e melhorar o desempenho dos alunos nas avaliações”.
Iniciativas como esta mostram que ensino público de qualidade não é assunto para as calendas gregas ou conversa de político-anão para embair e passar mel na boca de eleitores. Ao contrário, é um sonho que se encontra bem pertinho, ali na esquina, bem ao alcance da vista e das mãos. Basta ousadia para se livrar dos nocivos paradigmas que paralisam o setor, manter com a sociedade compromissos forjados na ética, e coragem para priorizar o investimento. Quanto ao know how, bastaria abandonar a pretensão megalomaníaca dos que exaurem a vida desejando reinventar a roda. O que custa lançar um olhar de humildade em direção à Coréia, Irlanda, Austrália, Chile... e Nova York?
A metodologia de Planejamento Estratégico Quasar K+ e a tecnologia de produção de Teatro Popular de Bonecos Mané Beiçudo são criações originais de Antônio Carlos dos Santos
Nova York tem apresentado ao mundo um conjunto de experiências que costuma dar certo. Tolerância Zero é uma delas, forma diferente de conceber a segurança pública, punindo crimes triviais e desvios elementares como estratégia vitoriosa para a prevenção e punição dos delitos e crimes mais graves e complexos.
Mas não é só na área de segurança que a maior cidade norte-americana obtém sucessivos êxitos quando se trata da adoção de políticas públicas. Resultados positivos têm sido obtidos também em outros setores, como o da educação pública.
Nova York iniciou em 2001 uma ampla reforma escolar no que é hoje o maior sistema de ensino do país. Fundamentalmente, o modelo empresta especial enfoque aos processos de gestão, investindo na formação dos professores, promovendo um minucioso acompanhamento do rendimento escolar dos alunos e estimulando a participação dos pais. No modelo implantado, essa participação assume tamanha importância que, em cada escola, é contratado um coordenador de pais, com a tarefa exclusiva de planejar e promover atividades que aproximem as famílias da escola, compromissando-as com o processo de aprendizagem dos alunos.
Ao contrário de viver sob inteira dependência dos recursos públicos, o novo sistema estimula a direção da escola a abrir o leque para outras possibilidades, buscando apoio do setor privado, que, naturalmente, se manifesta com auxílio financeiro, mas também oferecendo suporte às ações de planejamento. Um dos resultados mais promissores do modelo é a formação de lideranças.
Tudo se origina, se implementa, se renova, ganha vida e movimento sob a égide do planejamento, de modo que a avaliação se processa de forma contínua, ininterrupta. Alguns quesitos são analisados com profundidade: a frequência de professores e alunos, a rotatividade e absenteísmo dos docentes, os dados referentes aos incidentes de indisciplina e violência no interior da escola e a visão da comunidade escolar - alunos, pais, servidores, professores e diretores - sobre a unidade educacional e seu contexto comunitário.
É este modelo que São Paulo planeja implantar em suas escolas estaduais. Dez delas que tiveram baixo desempenho no Índice de Desenvolvimento da Educação do Estado de São Paulo (Idesp), todas localizadas na zona periférica, serão pioneiras na implantação do novo sistema de inspiração norte-americana. A meta é ousada: em três anos promover um salto de qualidade na aprendizagem dos alunos.
Segundo a professora Maria Helena Guimarães de Castro, secretária de Estado da Educação “(...) a idéia é criar mecanismos de gestão e supervisão do trabalho pedagógico que fortaleçam o compromisso da direção, coordenação, corpo docente e famílias para oferecer uma aprendizagem de qualidade. Os objetivos são incrementar os processos de gestão e supervisão do clima escolar utilizados pelo diretor e professor coordenador, incluir formação no trabalho do professor coordenador; aumentar o envolvimento das famílias com a escola e melhorar o desempenho dos alunos nas avaliações”.
Iniciativas como esta mostram que ensino público de qualidade não é assunto para as calendas gregas ou conversa de político-anão para embair e passar mel na boca de eleitores. Ao contrário, é um sonho que se encontra bem pertinho, ali na esquina, bem ao alcance da vista e das mãos. Basta ousadia para se livrar dos nocivos paradigmas que paralisam o setor, manter com a sociedade compromissos forjados na ética, e coragem para priorizar o investimento. Quanto ao know how, bastaria abandonar a pretensão megalomaníaca dos que exaurem a vida desejando reinventar a roda. O que custa lançar um olhar de humildade em direção à Coréia, Irlanda, Austrália, Chile... e Nova York?
A metodologia de Planejamento Estratégico Quasar K+ e a tecnologia de produção de Teatro Popular de Bonecos Mané Beiçudo são criações originais de Antônio Carlos dos Santos
Assinar:
Postagens (Atom)