sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

O Fies, o mercado da educação e a esperteza maliciosa


O Fies e o mercado da educação
Esperteza é habilidade maliciosa, onde a astúcia prevalece na conquista dos seus objetivos. Na edição nº 2.514 (25-1-2017), a revista Veja, por título 'Virou Farra', assinado pela jornalista Fernanda Allegretti, retrata realidade que deveria merecer profundas investigações pelas autoridades responsáveis pela educação brasileira. Comprova que o programa Fundo de Financimento Estudantil (Fies) vem criando, de maneira badernosa, gigantescas corporações de ensino superior, guiadas em mares nunca d'antes navegado. A grande vítima é o dinheiro público e os jovens estudantes que dependem da ajuda financeira do programa oficial. Denuncia que o Fies transformou-se em um programa sem transparência, assegurando boa vida aos monopolizadores do ensino, onde a ganância se vale de artifícios para garantir lucros na escala de bilhões de reais.
Quantificadamente, em 2017, atenderia 2 milhões de universitários a um custo de 21 bilhões de reais. Educação não pode ser tratada como commodities, ou seja, produto que funciona como matéria prima produzida em escala. O Fies, nos seus financiamentos estudantis, garante que o comtemplado não deverá desembolsar nenhum valor durante o curso, mas, de maneira solerte, cobranças 'extras' são acrescidas mensalmente, sob alegação de o valor pago pelo governo federal não cobrir as despesas do curso. Aquela publicação destaca: 'Enquanto lesam os alunos, as instituições ganham muito dinheiro. As universidades brasileiras estão longe do topo do ranking de excelência, mas é aqui que está instalado o maior grupo do mundo nesse setor em valor de mercado: o Kroton é uma potência avaliada em 24 bilhões de reais. Nos últimos anos cresceu à sombra do Fies.'
E prossegue: 'Hoje, seus 120 campus espalhados pelo território nacional, do Amapá ao Rio Grande do Sul, atendem 1 milhão de estudantes de ensino superior, mais da metade financiado pelo Fies. No ano passado, o grupo recebeu 2,5 bilhões de reais'. E destaca: 'O Tribunal de Contas da União, em uma auditoria de 23 de novembro de 2016, compara o lucro líquido dos quatro maiores grupos educacionais do país entre 2010 e 2015, o período de maior expansão do Fies. O Kroton disparou em crescimento de 22.130%, bem acima dos demais – Anima, 820%; Estácio Participações, 565% e Ser Educacional, 483%.'
A cobrança de preços diferenciados é sempre mais alta para os alunos financiados pelo dinheiro público. Fica patente entre quem paga com recursos próprios em um curso de engenharia mecânica em Minas Gerais, o valor é de 769 reais. Enquanto no Fies, o aluno pagará 1.501. Um superfaturamento de fazer ladrão grego corar de vergonha. Ao mesmo tempo em que rasga o Código do Consumidor que define que não se pode cobrar preços diferenciados para um mesmo serviço.
De acordo com a publicação, o site da Kroton anuncia que o Fies é mais rentável para os alunos: 'A taxa de juros é baixa que vale a pena contratar, mesmo que você tenha dinheiro para pagar o curso. Se você colocar na poupança o dinheiro que iria usar para pagar a faculdade, acaba tendo lucro'. Fato determinante para a redução de matrículas dos estudantes que, podendo ser responsável direto pelo pagamento da anuidade, optaram pelo financiamento do Fies. A concessão de crédito, de maneira indiscriminada, operou e vem operando no enriquecimento frenético dos grupos econômicos que enxergaram no setor educacional uma maneira fácil de multiplicar os seus lucros. Levando a Ministra Ana Arraes, do Tribunal de Contas da União a qualificar a gestão do Fies como verdadeiro descalabro, destacadamente entre 2010 e 2015.
O Ministério da Educação é o grande responsável pelo carnaval de irresponsabilidades e farra com o dinheiro público, desvirtuando um programa de grande mérito na sua origem. Muito bem destacado pela jornalista Fernanda Allegretti, na sua histórica matéria: 'É uma pena, mas o que nasceu como excelente idéia, e tanto ajudou jovens desfavorecidos a abrir as portas da universidade, acabou com dois resultados visíveis e opostos: é um grande negócio para universidade privadas e uma grande dívida para jovens recém-formados'.
Por Hélio Duque, no Bem Paraná/PR
Hélio Duque é doutor em Ciências, área econômica, pela Universidade Estadual Paulista (UNESP). Foi Deputado Federal (1978-1991)

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Coleção estórias maravilhosas para aprender se divertindo

São 10 peças teatrais completas, direcionadas ao público infanto-juvenil:
•Livro 1 – A onça e a capivara ou Não é melhor saber dividir?
•Livro 2 – Eu compro, tu compras, ele compra
•Livro 3 – A cigarra e as formiguinhas
•Livro 4 – A lebre e a tartaruga
•Livro 5 – O galo e a raposa
•Livro 6 – Todas as cores são legais
•Livro 7 – Verde que te quero verde
•Livro 8 – Como é bom ser diferente
•Livro 9 – O bruxo Esculfield do Castelo de Chamberleim
•Livro 10 – Quem vai querer a nova escola.
O teatro e a dramaturgia - ao contrário das demais ramificações da literatura – transcendem o mero prazer, regalo e deleite da leitura bem como os aspectos educativos e pedagógicos intrínsecos às letras.
É isto que o leitor perceberá tão logo adentre as páginas dos livros que compõem a coleção infanto-juvenil.
A leitura dos livros e a reflexão sobre os seus conteúdos poderão remeter o leitor a um universo só possibilitado pelo teatro.
Não por acaso, esta arte milenar tem sido cultuada por todos os povos, do ocidente e do oriente, desde muitos séculos antes de Cristo. De tão importante, os antigos egípcios e gregos chegaram a vincular o teatro aos rituais destinados a homenagear suas divindades e entes sagrados.
A dramaturgia e o teatro continuam mantendo as características que os tornaram imprescindíveis na antiguidade clássica:
- o auxilio para vencer a timidez e desenvolver a autoestima;
- o aprimoramento da oratória e da dicção;
- a aprendizagem quanto à impostação de voz, a postura, a presença cênica;
- os predicados da argumentação lógica e da reflexão crítica;
insumos que, sem dúvidas, qualificam a participação, o que – convenhamos – não é pouca coisa num ambiente social obliterado pela mediocridade. 

Preferencialmente destinada às crianças e à juventude, os livros atendem a todas as faixas etárias, dos pequenos que ainda engatinham na pré-escola e no ensino fundamental, aos jovens de ideias e propósitos que já romperam a terceira idade.
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