sexta-feira, 5 de março de 2021

Inteligência da transição, a ferramenta para encarar a meia-idade

Inteligência da transição: repertório acumulado no enfrentamento de desafios ao longo do tempo pode nos ajudar a viver a segunda metade da vida com qualidade — Foto: Davidqr para Pixabay

Décadas atrás, as pessoas reverenciavam o QI (quociente intelectual), que media a capacidade do intelecto dos indivíduos. Os testes eram comuns e bastante valorizados, mas aos poucos foi ficando claro que tais resultados, sozinhos, não eram suficientes para dar conta da diversidade das habilidades humanas. 


Foi quando o psicólogo norte-americano Daniel Goleman cunhou o termo inteligência emocional, mostrando que atributos como controle das emoções, empatia e sociabilidade eram fatores cruciais para o bem-estar e o sucesso. Agora surge a expressão “inteligência da transição” para se referir ao repertório acumulado no enfrentamento de desafios ao longo do tempo, que pode nos ajudar a viver a segunda metade da vida com qualidade.

Quem está por trás dessa abordagem é Chip Conley, que já foi tema de coluna deste blog. Criador da Modern Elder Academy, que poderíamos chamar de Academia dos Anciãos Modernos, ou dos Novos Velhos, sua proposta é fazer uma “ressignificação” da meia-idade. Conley cobra salgadíssimos US$ 700 por um mês de curso baseado em quatro pilares: foco (exercícios de mindfulness para buscar o equilíbrio e deixar o cérebro afiado), aprendizado (palestras de especialistas), reflexão (através da criação de um diário) e o que acho mais rico e ele chama de conexão: dividir com os integrantes do grupo as vivências acumuladas. “Sabedoria não se ensina, se compartilha”, costuma dizer. Endosso 100%.

Carreira, saúde, relacionamentos, propósitos: são questões que vêm à tona com outra intensidade entre os 40 e 50 anos. O corpo não é o mesmo, assim como a libido. As doenças crônicas nos rondam, as opções profissionais rareiam como os cabelos. O que fazer nos próximos dez, 20, 30, 40 anos? Precisamos de tempo para processar as mudanças e, principalmente, identificar uma direção a seguir. No entanto, falamos pouco dos sentimentos de angústia e apreensão que nos assaltam nessa fase. E, com frequência, esquecemos ou subestimamos a experiência que pode nos auxiliar a tomar decisões.

Conley afirma que, embora as transformações façam parte da existência, não há escolas, ferramentas ou suporte social durante essa travessia: “o fundamental é criar uma trajetória que tenha significado e seja profunda enquanto durar. A segunda metade da vida é frequentemente definida por nossa busca por bem-estar, espiritualidade, senso de comunidade e propósito”. Precisamos falar sobre nossas próximas décadas. Elas importam, e muito.

Por Mariza Tavares, no G1.com


 - - - 




No mecanismo de busca do site amazon.com.br, digite "Coleção As mais belas lendas dos índios da Amazônia” e acesse os 24 livros da coleção. Ou clique aqui

O autor:

No mecanismo de busca do site amazon.com.br, digite "Antônio Carlos dos Santos" e acesse dezenas de obras do autor. Ou clique aqui


Clique aqui para acessar os livros em inglês