sexta-feira, 15 de agosto de 2008

O número saído das trevas: 8.097.513 de eleitores analfabetos

A boa nova recém divulgada pelo Tribunal Superior Eleitoral é que o Brasil superou a casa dos 130 milhões de eleitores.

Com um crescimento de 7,5% em relação a 2004, já somos 130.391.630 aptos a votar. Todavia, como no Distrito Federal não existem eleições municipais, votarão 128.805.829 brasileiros, distribuídos nos 5.564 municípios dos 26 estados do país.

O TSE informa que as mulheres compõem a maioria do eleitorado. São 67.483.419 e correspondem a 51,72% do total.

O estado de São Paulo é, disparado, o maior colégio eleitoral com 29.143.392 eleitores. Na seqüência aparecem Minas Gerais com 14.070.606, Rio de Janeiro com 11.259.336, Bahia com 9.153.703, Rio Grande do Sul com 7.925.459, Paraná com 7.299.999 e Pernambuco com 6.067.589.

Neste contexto, um número – como que saído das trevas – macula a alma nacional. Do total de eleitores, 8.097.513 são analfabetos.

Outro dado que assombra é que a maioria, 44.456.754 eleitores, não conseguiu concluir sequer o primeiro grau.

Na extremidade oposta, apenas 4.558.845 têm curso superior completo.

Como já era de conhecimento geral, os dados recém divulgados pelo TSE demonstram que a maioria dos eleitores brasileiros são jovens. São 31.620.929 cidadãos situados na faixa etária que vai de 25 a 34 anos.

Os eleitores de primeira viagem, com 16 anos de idade, somam 1.119.028; e os com 17 anos, 1.803.404.

As eleições estão para as democracias como as águas para os peixes. Se o que desejamos é um Brasil democrático, progressista, com instituições fortes e sustentáveis, então devemos dimensionar este momento como um instante mágico, mais que importante para nossas vidas, para o futuro de nossos filhos e netos.

O mínimo a fazer é estimular o debate sobre os programas eleitorais e os candidatos, fomentar a discussão e a reflexão crítica sobre a vinculação das eleições com a melhoria das condições da saúde, do ensino, com a geração de emprego e renda, com a segurança...

Omitir-se será mais que um ato de covardia, será um ato de alta traição, será perfilar-se ao lado dos que pretendem um Brasil medíocre e cabisbaixo, um país-covil de corruptos e larápios, uma pátria subjugada por patifes, bandidos e canalhas.

Antônio Carlos dos Santos – criador da metodologia de Planejamento Estratégico Quasar K+ e da tecnologia de produção de Teatro Popular de Bonecos Mané Beiçudo. acs@ueg.br