domingo, 28 de novembro de 2010

Graciliano Ramos (1892 – 1953)

Documentário sobre a vida do autor produzido pela TV Escola
Graciliano Ramos - Literatura Sem Bijuterias - Parte 1


Graciliano Ramos - Literatura Sem Bijuterias - Parte 2


Graciliano Ramos - Literatura Sem Bijuterias - Parte 3


Graciliano Ramos (1892 – 1953)

"Deve-se escrever da mesma maneira como as lavadeiras lá de Alagoas fazem seu ofício. Elas começam com uma primeira lavada, molham a roupa suja na beira da lagoa ou do riacho, torcem o pano, molham-no novamente, voltam a torcer. Colocam o anil, ensaboam e torcem uma, duas vezes. Depois enxáguam, dão mais uma molhada, agora jogando a água com a mão. Batem o pano na laje ou na pedra limpa, e dão mais uma torcida e mais outra, torcem até não pingar do pano uma só gota. Somente depois de feito tudo isso é que elas dependuram a roupa lavada na corda ou no varal, para secar.
Pois quem se mete a escrever devia fazer a mesma coisa. A palavra não foi feita para enfeitar, brilhar como ouro falso; a palavra foi feita para dizer."
Graciliano Ramos em entrevista concedida em 1948

Site oficial do escritor
Biografia do autor
•Trecho da adaptação de Vidas Secas para o cinema, por Nelson Pereira dos Santos
•Trecho do livro Angústia
•Página do escritor Ricardo Ramos, filho de Graciliano
Crônica do autor no site Alô Escola, da TV Cultura
Análise de Vidas Secas

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Alexander Solzhenitsyn

Um prisioneiro político do regime soviético revela as atrocidades
dos campos de trabalho forçado em 'Um Dia na Vida de Ivan Denisovich'.

E Kruschev surpreende ao autorizar a publicação sem qualquer censura

O que aconteceu com os presos políticos capturados a mando de Joseph Stalin? Pelo que se sabe no Ocidente, poucos sobraram para contar a história – e mesmo os que sobreviveram não têm voz para relatar seus dramas. No mês que vem, contudo, um novo livro deve oferecer uma espiada inédita nas entranhas do bestial regime de repressão da União Soviética. Com publicação prevista para a próxima edição da Noviy Mir, uma revista literária russa, o romance Um Dia na Vida de Ivan Denisovich, de Aleksandr Solzhenitsyn, promete dar detalhes nunca antes conhecidos do cotidiano dos prisioneiros do gulag, o sistema de campos de trabalho forçado da URSS. A obra é muito aguardada tanto dentro como fora do país – afinal, é o primeiro trabalho literário significativo de um dissidente do regime a ser lançado na URSS desde os anos 20. Desde aquela década, nenhum outro livro de cores políticas tão carregadas foi chancelado pelo governo. Ainda assim, Nikita Kruschev autorizou a publicação do romance sem qualquer tipo de censura. Talvez distraído pela crise dos mísseis de Cuba, talvez disposto a ser mais magnânimo que Stalin, o chefão comunista permitiu que Solzhenitsyn contasse sua história livremente, um fato sem precedentes no império soviético.

O autor da obra, um professor e historiador de 43 anos, não imaginou as atrocidades relatadas no livro nem ouviu os testemunhos de antigos prisioneiros – Solzhenitsyn sentiu a fúria do regime na própria pele, numa longa detenção que só por milagre não lhe custou a vida. Comandante de um pelotão de artilharia no Exército Vermelho durante a II Guerra Mundial, ele foi condecorado duas vezes no decorrer dos combates. No fim da campanha, entretanto, foi detido por criticar Stalin numa carta privada enviada a um amigo. Até esse momento, Solzhenitsyn jamais questionara a ideologia comunista ou a propalada superioridade dos soviéticos frente ao mundo capitalista. Tudo isso mudou nos oito anos de prisão nos campos para prisioneiros políticos. Em um deles, em Ekibastuz, no Cazaquistão, o autor foi escravizado como mineiro e pedreiro, sempre sob condições desumanas. Só deixou o campo em 1953, vítima de câncer e à beira da morte. Curado num hospital de Tashkent, Solzhenitsyn foi perdoado e pôde retornar à porção européia da URSS, onde passou a trabalhar como professor de escola secundária. À noite, contudo, o ex-prisioneiro escrevia em segredo, sem jamais imaginar que algum dia poderia mostrar essas páginas para qualquer outra pessoa.

Mais aqui: Resenha de Um Dia na Vida de Ivan Denisovich na revista Veja (outubro de 1962)
Trailer de Um Dia na Vida de Ivan Denisovich


“Um artista vê a si mesmo como um criador de um mundo espiritual independente. Ele iça em seus ombros o dever de criar esse mundo, de povoá-lo e carregar toda a responsabilidade por ele; mas ele cai diante disso, onde um gênio mortal não é capaz de suportar tal encargo. Ele é apenas um homem comum, que declarou-se como o centro da existência, e não teve sucesso em criar um sistema espiritual balanceado. E quando esse infortúnio o alcança, ele culpa a desarmonia do mundo, a complexidade da hoje rompida alma, ou a estupidez do público. (...) Mas toda a irracionalidade da arte, suas deslumbrantes voltas, suas inacreditáveis descobertas, estão rachando a existência humana – elas estão cheias de mágica para se exaurir pela visão artística do mundo. (...) Nem tudo assume um nome. Algumas coisas estão além das palavras. A arte eleva até mesmo uma alma congelada e escurecida para uma experiência de grande espiritualidade (...) Como naquele espelho de contos de fada: Olhe nele e você verá – não você mesmo – mas por um segundo, o Inacessível, para onde nenhum homem pode cavalgar, nenhum homem pode voar. E para o qual a alma apenas dá um suspiro ...”

Entrevista concedida ao Der Spiegel em julho de 2007
•Página de Alexander Solzhenitsyn no site do Prêmio Nobel
•A critica de Arquipélago Gulag no New York Times (junho de 1978)
Russia's literary light who illuminated dark world of Soviet regime

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Machado de Assis

"Achei Machado de Assis excepcionalmente espirituoso, dono de uma perspectiva sofisticada e contemporânea, o que é incomum, já que o livro [Memórias Póstumas de Brás Cubas] foi escrito há tantos anos. Fiquei muito surpreso. É muito sofisticado, divertido, irônico. Alguns dirão: ele é cínico. Eu diria que Machado de Assis é realista."
- Woody Allen, diretor de cinema norte-americano



Machado de Assis
“Mas eu ainda espero angariar as simpatias da opinião, e o primeiro remédio é fugir a um prólogo explícito e longo. O melhor prólogo é o que contém menos coisas, ou o que as diz de um jeito obscuro e truncado. Conseguintemente, evito contar o processo extraordinário que empreguei na composição destas Memórias, trabalhadas cá no outro mundo. Seria curioso, mas nimiamente extenso, aliás desnecessário ao entendimento da obra. A obra em si mesma é tudo: se te agradar, fino leitor, pago-me da tarefa; se te não agradar, pago-te com um piparote, e adeus.”

Obras de Machado de Assis no site Domínio Público
Biografias, bibliografia e produções acadêmicas no site sobre Machado de Assis da Academia Brasileira de Letras
Abertura do vídeo “O Rio de Machado de Assis”
Abertura do vídeo Machado de Assis: Um Mestre na Periferia 
2008 - O Ano Nacional Machado de Assis 
Simpósio Internacional Caminhos Cruzados: Machado de Assis pela Crítica Mundial
Frases retiradas de seus livros