Crianças nigerianas em um acampamento de refugiados da Unicef. EFE/Xavi Fernández de Castro |
O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) denunciou nesta terça-feira o aumento no uso de menores de idade, e em particular de meninas, como bombas humanas pelo grupo jihadista nigeriano Boko Haram neste ano.
Segundo
os dados da entidade, desde 1º de janeiro, 83 menores foram utilizados na
Nigéria com esse objetivo, dos quais 55 eram meninas, na maioria dos casos
menores de 15 anos. O resto eram meninos, incluindo o caso de um bebê que foi
amarrado a uma das meninas e foi detonado.
"As
crianças foram usadas diversas vezes desta maneira nos últimos anos e, até
agora, em 2017, o número de afetados é quatro vezes maior do que durante todo o
ano passado", afirmou a porta-voz do Unicef em Genebra, Marixie Mercado.
Os
jihadistas do Boko Haram assumiram a autoria dessas atrocidades em vários
casos.
"O
uso de crianças em tais ataques tem um impacto ainda maior porque cria suspeita
e medo das crianças que foram libertadas, resgatadas ou que escaparam do Boko
Haram", explicou a porta-voz.
A
consequência é que essas crianças passam a ser rejeitadas pelas comunidades nas
quais tentam retomar uma vida normal.
De
acordo com o Unicef, esta situação se desenvolve em meio a uma crise de
deslocamentos em massa e de grave má-nutrição nas populações do nordeste da
Nigéria, onde opera o grupo terrorista.
Por
isso, a agência da ONU realiza esforços para oferecer ajuda psicossocial às
crianças que foram raptadas pelo Boko Haram, ao mesmo tempo que trabalha com
suas famílias e comunidades para que aceitem seu retorno.
EFE
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