A terceira edição do Programa de
Apoio ao Desenvolvimento do Audiovisual Brasileiro (Prodav) voltado para as TVs
públicas deve sair do papel ainda este ano. A novidade foi anunciada em Belo Horizonte, durante um painel organizado pela Empresa
Brasil de Comunicação (EBC). A atividade ocorreu dentro da
programação do MAX 2017 - Minas Gerais Audiovisual Expo, evento feito pelo
governo mineiro voltado para fortalecer a cadeia produtiva do audiovisual no
país e no estado.
O
Prodav é uma iniciativa da Agência Nacional do Cinema (Ancine) que surgiu em
2008 com o objetivo de fomentar diversos segmentos da indústria audiovisual.
Ele se divide em diversas linhas de ação. A linha voltada para a produção de
conteúdo para TVs públicas foi criada em 2013 a partir de uma parceria com
a EBC, que é responsável pelo assessoramento das
produtoras, pela verificação do cumprimento das normas técnicas e pela
distribuição do conteúdo para as emissoras.
"É
uma política pública que tem apresentado resultados muito positivos. O
diferencial dessa linha do Prodav em relação às outras é que ela alcança o
mercado independente. Produtoras que não têm tanta expertise ainda estão
desenvolvendo produtos para as TVs públicas e também para o mercado", explica
Carlos Eduardo dos Santos, responsável na EBC por
coordenar o Prodav/TVs Públicas. Ele não adiantou detalhes da nova edição, mas
afirmou que as conversas com a Ancine estão avançadas. Assim como as edições
anteriores, devem ser elaborados cinco editais, um para cada região do Brasil.
Produção
O
Prodav/TVs públicas tem 63 obras concluídas e disponíveis para as emissoras
vinculadas ao programa. Elas estão entre os 94 projetos contemplados na
primeira edição, que totalizam 249 horas de conteúdo.
As
outras 31 obras que ainda não foram disponibilizadas estão em fase de conclusão
ou aguardam liberação da EBC para distribuição, pois há
um processo de verificação se as especificações técnicas estão de acordo com as
normas dos editais. Caso se observe a necessidade de algum ajuste, o projeto
retorna à produtora para adequação.
A
segunda edição contemplou 57 obras, que somarão 220 horas de conteúdo. Os
produtores selecionados estão iniciando as produções ou aguardam a formalização
dos contratos.
Investimento
Em
cada uma das duas primeiras edições houve um investimento de R$60 milhões.
Foram cinco editais de R$12 milhões, um para cada região do país.
Os
recursos são provenientes do Fundo Setorial de Audiovisual (FSA), que é gerido
por representantes da Ancine, do Ministério da Cultura, de agentes financeiros
credenciados e da indústria audiovisual. A principal fonte de receita do fundo
é a Contribuição para o Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica Nacional
(Condecine), que é cobrada sobre a veiculação, a produção, o licenciamento e a
distribuição de obras cinematográficas e videofonográficas com fins comerciais.
As
produções financiadas pelo Prodav/TVs Públicas também podem contribuir para o
retorno de recursos ao FSA. "As produções são inicialmente licenciadas paras
as TVs públicas de forma não onerosa. Posteriormente também podem ser
licenciadas para outras emissoras, para empresas e outros mercados de forma
onerosa. E, nesse caso, um percentual da verba obtida é revertida para o
fundo", explica Santos.
Desenvolvimento regional
Outro
objetivo do programa é possibilitar o desenvolvimento do mercado regional do
audiovisual, motivo pelo qual há um edital para cada região do país. Em
Teresina, por exemplo, a produção da série Luli tem
possibilitado uma troca de conhecimento significativa entre profissionais da
capital piauiense e de São Paulo.
Trata-se
de uma obra infantil de ficção que terá 26 episódios de 13 minutos. A história
gira em torna de uma pré-adolescente que descobre novos arranjos familiares
quando deixa sua cidade natal no interior do estado e vai morar em Teresina
para estudar.
EFE