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Ministério da Cultura (MinC), por meio da Secretaria da Cidadania e da
Diversidade Cultura, lançou hoje (5) o Edital Culturas Populares Leandro Gomes
de Barros, que irá premiar 500 inciativas que fortaleçam as expressões
culturais populares brasileiras.
Cada
iniciativa selecionada receberá R$ 10 mil. Das 500 premiações, 200 serão
destinadas a pessoas físicas, 200 para coletivos culturais sem constituição
jurídica, 80 voltadas para pessoas jurídicas sem fins lucrativos e com natureza
ou finalidade cultural e em homenagem aos mestres já falecidos (in memorian).
Além disso, 20 prêmios serão destinados aos herdeiros dessas pessoas que
dedicaram seus trabalhos a expressões culturais e a fazeres populares.
Segundo a
secretária da Cidadania e da Diversidade Cultural do ministério, Débora
Albuquerque, a premiação visa valorizar e manter vivas as manifestações
culturais populares, os saberes populares e os seus mestres.
“O incentivo à participação social de representantes deste
segmento na elaboração de políticas públicas de cultura e o acesso a recursos
públicos é outro passo na garantia de seus direitos culturais”, afirmou a
secretária.
O edital vai contemplar iniciativas ligadas ao Cordel, Quadrilha,
Maracatu, Jongo, Cortejo de Afoxé, Bumba Meu Boi, Boi de Mamão, entre outras.
Inscrições
As inscrições já estão abertas e seguem até 28 de julho.
Para participar, basta fazer a inscrição pela internet ou por via postal. Em
caso de inscrição online, a documentação prevista no edital deverá ser
preenchida, assinada e anexada ao Sistema de Acompanhamento às Leis de
Incentivo à Cultura, alicWeb, disponível na página eletrônica http://sistemas.cultura.gov.br/propostaweb.
Caso o candidato prefira fazer a inscrição por via postal,
ela deverá ser enviada com aviso de recebimento obrigatório (AR) simples ou
entrega rápida, para o endereço especificado no edital.
Entre os critérios avaliados estão: contribuição
sociocultural que o projeto proporcionou às comunidades, melhoria da qualidade
de vida das comunidades a partir de suas práticas culturais, impacto social e
contribuição da atuação para a preservação da memória e para a manutenção das
atividades dos grupos, entre outros.
Por Júlia Buonafina, na Agência
Brasil
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O livro com a peça teatral Irena Sendler, minha Irena:
A história registra as ações de um grande herói, o espião e membro do Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães, Oskar Schindler, que salvou cerca de 1.200 judeus durante o genocídio perpetrado pelos nazistas. O industrial alemão empregava os judeus em suas fábricas de esmaltes e munições, localizadas na Polónia e na, então, Tchecoslováquia.
Irena Sendler, utilizando-se, tão somente, de sua posição profissional – assistente social do Departamento de Bem-estar Social de Varsóvia – e se valendo de muita coragem, criatividade e altruísmo, conseguiu salvar mais de 2.500 crianças judias.
"O Anjo do Gueto de Varsóvia", como ficou conhecida Irena Sendlerowa, conseguiu salvar milhares de vidas ao convencer famílias cristãs polonesas a esconder, abrigando em seus lares, os pequeninos cujo pecado capital – sob a ótica do führer – consistia em serem filhos de pais judeus.
Período: 2ª Guerra Mundial, Polônia ocupada pela Alemanha nazista. A ideologia de extrema-direita que sistematizou o racismo científico e levou o antissemitismo ao extremo com a Solução Final, implementava a eliminação dos judeus do continente europeu.
A guerra desencadeada pelos nazistas – a maior deflagração do planeta – mobilizou 100 milhões de militares, provocando a maior carnificina já experimentada pela humanidade, entre 50 e 70 milhões de mortes, incluindo a barbárie absoluta, o Holocausto, o genocídio, o assassinato em massa de 6 milhões de judeus.
Este é o contexto que inspirou o autor a escrever a peça teatral “Irena Sendler, minha Irena”.
Para dar sustentação à trama dramática, Antônio Carlos mergulhou fundo na pesquisa histórica, promovendo a vasta investigação que conferiu à peça um realismo que inquieta, suscitando reflexões sobre as razões que levam o homem a entranhar tão exageradamente no infesto, no sinistro, no maléfico. Por outro lado, como se desanuviando o anverso da mesma moeda, destaca personagens da vida real como Irena Sendler, seres que, mesmo diante das adversidades, da brutalidade mais atroz, invariavelmente optam pelo altruísmo, pela caridade, pela luz.
É quando o autor interage a realidade à ficção que desponta o rico e insólito universo com personagens intensos – de complexa construção psicológica - maquinações ardilosas, intrigas e conspirações maquiavélicas, complôs e subterfúgios delineados para brindar o leitor – não com a catarse, o êxtase, o enlevo – e sim com a reflexão crítica e a oxigenação do pensamento.
Dividida em oito atos, a peça traz à tona o processo de desumanização construído pelas diferentes correntes políticas. Sob o regime nazista, Irena Sandler foi presa e torturada – só não executada porque conseguiu fugir. O término da guerra, em 1945, que deveria levar à liberdade, lancinou o “Anjo do Gueto” com novas violências, novas intolerâncias, novas repressões. Um novo autoritarismo dominava a Polônia e o leste Europeu. Tão obscuro e cruel quanto o de Hitler, Heydrich, Goebbels, Hess e Menguele, surgia o sistema que prometia a sociedade igualitária, sem classes sociais, assentada na propriedade comum dos meios de produção. Como a fascista, a ditadura comunista, também, planejava erigir o novo homem, o novo mundo. Além de continuar perseguindo Irena, apagou-a dos livros e da historiografia oficial, situação que só cessaria com o debacle do império vermelho e a ascensão da democracia, na Polônia, em 1989.
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