terça-feira, 25 de abril de 2017

Mais antiga escola de dança clássica do país comemora 90 anos


A mais antiga instituição brasileira dedicada ao ensino da dança e à formação de bailarinos clássicos está completando este mês 90 anos. Fundada em abril de 1927, a Escola de Dança Maria Olenewa, mantida pelo Theatro Municipal do Rio de Janeiro, equipamento cultural da Secretaria Estadual de Cultura, leva o nome da bailarina russa que a criou, com o objetivo de possibilitar a futura organização de um corpo de baile para atuar nas temporadas líricas do teatro inaugurado em 1909, evitando a constante contratação de profissionais no exterior.
O aniversário está sendo celebrado na noite de hoje (13) com um espetáculo do qual participam alunos da escola, sob a direção de cena de Helio Bejani, que também está à frente da instituição. Integram o repertório os balés Degas em Movimento, inspirado na obra do artista plástico francês Edgar Degas (1834-1917), um dos mestres do impressionismo e que retratou bailarinas em seus quadros e esculturas, e a suíte de Coppélia, baseado em conto fantástico de autoria do escritor alemão E.T.A. Hoffmann (1776-1822) e primeiro balé clássico a incluir danças folclóricas, com czardas, mazurcas e polcas.
“Na verdade, a escola é que deu origem ao Ballet do Theatro Municipal. A partir da escola fundada por Olenewa é que se formou o corpo de baile”, disse Bejani, ex-primeiro bailarino do Municipal. A criação do que é hoje um dos três corpos artísticos do Municipal – os outros são a Orquestra Sinfônica e o Coro – se deu em 1936, com alunos oriundos da escola.
Nascida em 1896 em Moscou, Maria Olenewa já tinha sido diretora da Escola de Dança do Teatro Colón de Buenos Aires, antes de se radicar no Rio em 1926. Ela permaneceu à frente da escola até 1943, quando se transferiu para São Paulo, onde criou a Escola de Bailados do Theatro Municipal da capital paulista, cidade onde faleceu, em 1965.
Instalada no prédio anexo ao Municipal, a Escola Maria Olenewa oferece curso profissionalizante com aulas de balé clássico, danças características, balé contemporâneo, história da arte, história da dança, educação musical, comportamento e atitude profissional, entre outras disciplinas. “A criança pode ingressar na escola aos 8 ou 9 anos, mesmo sem experiência nenhuma em dança. Ela passa por um teste de aptidão e rendimento físico. São nove anos de curso, os seis primeiros são preliminares e os três últimos têm o caráter de ensino técnico. Para receber o diploma, no entanto, o aluno tem que estar cursando, paralelamente, uma escola regular”, explicou Bejani.
Ao longo de sua existência a instituição tem sido responsável pela formação dos mais importantes nomes brasileiros que atuam como bailarinos, coreógrafos, maitres, professores e ensaiadores no Brasil e no exterior. “Três dos atuais primeiros bailarinos do Theatro Municipal, Claudia Mota, Marcia Jacqueline e Cícero Gomes são ex-alunos da escola. Temos ex-alunos em várias companhias de balé de todo o mundo. Um exemplo é Roberta Marquez, primeira bailarina do Royal Ballet de Londres”, disse o diretor da Escola Maria Olenewa.
Por Paulo Virgilio, da Agência Brasil

Nikolai Gogol: O inspetor geral.



livro contém o texto original de Nicolai Gogol, a peça teatral “O inspetor Geral”. E mais um ensaio e 20 artigos discorrendo sobre a realidade brasileira à luz da magnífica obra literária do grande escritor russo. Dessa forma, a Constituição brasileira, os princípios da administração, as referências conceituais da accountability pública, da fiscalização e do controle - conteúdos que embasam a política e o exercício da cidadania – atuam como substrato para o defrontar entre o Brasil atual e a Rússia dos idos de 1.800.

Desbravar a alma humana através de Gogol é enveredar por uma aventura extraordinária, navegar por universos paralelos, descobrir mundos mantidos em planos ocultos, acobertados por interesses nem sempre aceitáveis.

A cada diálogo, a cada cena e ato, a graça e o humor vão embalando uma tragédia social bastante familiar a povos de diferentes culturas, atravessando a história com plena indiferença ao tempo.

O teatro exerce este fascínio de alinhavar os diferentes universos: o cáustico, o bárbaro, o inculto que assaltam a realidade, que obliteram o dia a dia; e o lúdico, o onírico, o utópico-fantástico que habitam o imaginário popular.

O inspetor geral” é um clássico da literatura universal. Neste contexto, qualquer esforço ou tentativa de explicá-lo seria tarefa das mais frívolas e inócuas. E a razão é simples, frugal: nos dizeres de Rodoux Faugh “os clássicos se sustentam ao longo dos tempos porque revestem-se da misteriosa qualidade de explicar o comportamento humano e, ao deslindar a conduta, as idiossincrasias e o caráter da espécie, culminam por desvendar a própria alma da sociedade”.

Esta é a razão deste livro não aspirar à crítica literária, à análise estilística e, sim, possibilitar que o leitor estabeleça relações de causa e efeito sobre os fatos e realidade que assolavam o Império Russo de 1.800 com os que amarguram e asfixiam o Brasil dos limiares do século XXI.

Do início ao final da peça teatral, as similaridades com o Brasil atual inquietam, perturbam, assustam... Caracteriza a literatura clássica o distanciamento da efemeridade, o olhar de soslaio para com o passadiço pois que se incrusta nos marcos da perenidade. Daí a dramaturgia de Nicolai Gogol manter-se plena de beleza, harmonia, plástica, humor e atualidade.

Nesta expedição histórica, a literatura de um dos maiores escritores russos enfoca uma questão que devasta a humanidade desde os seus primórdios, finca âncoras no presente e avança, insaciavelmente, sobre o futuro. O dramaturgo, com maestria, mergulha nas profundezas do caráter humano tratando a corrupção, não como uma característica estanque, intrínseca exclusivamente à esfera individual, mas como uma chaga exposta que se alastrou para deteriorar todas as construções sociais, corroer as instituições e derrocar as organizações humanas.

É o mesmo contexto que compartilham Luís Vaz de Camões e Miguel de Cervantes, William Shakespeare e Leon Tolstoi, Thomas Mann e Machado de Assis.

Mergulhar neste mundo auspicioso e dele extrair abordagens impregnadas de accountability pública é o desafio estabelecido. É para esta jornada que o leitor é convidado de honra.

O livro integra a Coleção Quasar K+:
Livro 1: Quasar K+ Planejamento Estratégico;
Livro 2: Shakespeare: Medida por medida. Ensaios sobre corrupção, administração pública e administração da justiça;
Livro 3: Nikolai Gogol: O inspetor geral. Accountability pública; Fiscalização e controle;
Livro 4: Liebe und Hass: nicht vergessen Aylan Kurdi. A visão de futuro, a missão, as políticas e as estratégias; os objetivos e as metas.


Para saber mais sobre o livro "Nikolai Gogol: O inspetor geral - Accountability pública; Fiscalização e controle", clique aqui.