terça-feira, 4 de abril de 2017

Corrupção e a farra do desperdício levam o país para o esgoto


Licitação do Dnit tem cadeira de escritório a R$ 8 mil
"Apoia-cabeça injetado em espuma de poliuretano flexível, no mesmo revestimento do assento e encosto com regulagem de movimento angular. Braços reguláveis na altura, liberado por alavanca deslizante, e na abertura através de manípulo". Essa é apenas uma parte do extenso "currículo" da cadeira de escritório pela qual o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) pretende pagar R$ 8,2 mil. A encomenda, entretanto, é de 133 unidades, o que eleva a conta para mais de R$ 1 milhão.
O Tribunal de Contas da União (TCU) mandou o Dnit suspender uma grande Licitação para contratação de mobiliário de escritório. O despacho, assinado pelo Ministro Bruno Dantas, indica uma série de irregularidades, com destaque para uma discrep-ncia substancial nos preços ofertados pela empresa vencedora, a Forma Office Móveis e Interiores, localizada em Brasília.
Somente em cadeiras de escritório o contrato prevê a contratação de mais de 13,3 mil unidades, a um custo total de R$ 22,35 milhões. Em média, cada cadeira saiu por R$ 1.677, mas há centenas de versões bem mais sofisticados. Sozinhas, as 450 poltronas "top de linha" custam R$ 3,43 milhões, ou R$ 7,6 mil cada uma.
O contrato também não economizou nos sofás. Ao todo, seriam gastos R$ 2,8 milhões com a compra de 708 unidades, cerca de R$ 4 mil para cada um. Juntas, as cadeiras e os sofás integraram o grupo 2 da Licitação, vencido pela Forma Office pelo valor global de R$ 25,1 milhões, um desconto de 7,43% sobre o orçado.
O grupo 1 contemplou a contratação de armários, divisórias e mobiliários diversos. Arrematado pela mesma empresa, esse contrato ficou em R$ 27,17 milhões, o que representou um desconto de 7,65% do montante projetado inicialmente pelo Dnit.
A Licitação foi homologada em dezembro do ano passado pelo diretor-geral do órgão, Valter Casimiro. No documento, ele determina que sejam tomadas as providências necessárias para a contratação da empresa vencedora.
Ainda assim, o Dnit informou, por meio de sua assessoria, que os valores mencionados constam em uma ata de registro de preços e que não há, necessariamente, compromisso de compra do material. O órgão esclareceu que ainda não foi notificado pelo TCU, mas garantiu que acatará todas as recomendações feitas.
De acordo com o TCU, algumas empresas que disputaram o contrato ofereceram preços melhores, mas foram inabilitadas por questões meramente burocráticas. No caso da cadeira de R$ 8,2 mil, por exemplo, um concorrente ofereceu o mesmo produto por R$ 5,5 mil, mas ficou de fora.
O tribunal também questionou a autorização dada pelo Dnit para que outros órgãos aproveitassem o certame para adquirir itens. Estão na lista as superintendências da Polícia Rodoviária Federal em Fortaleza e em Porto Velho, a Defensoria Pública da União e a Polícia Civil do Distrito Federal, entre outras repartições.
O Dnit e a Forma Office terão 15 dias para se manifestar. Até lá, a compra dos itens não poderá ser concluída. O responsável pela área de Licitações da empresa, Mauro Barbosa, disse que só os sócios poderiam se manifestar oficialmente, mas adiantou que a Forma Office venceu a concorrência de forma legítima.

Por Murillo Camarotto, no Valor Econômico 

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Comunicação estratégica - da interlocução às palestras exitosas: Como falar bem em ambientes controláveis e em situações de extrema pressão


Como fazer uma palestra? Mais cedo ou mais tarde seremos chamados a enfrentar este desafio.
"Os tempos primitivos são líricos, os tempos antigos são épicos e os tempos modernos são dramáticos".
A frase é de Victor Hugo, escritor francês do século XIX. Mantém uma atualidade que angustia. Sim, vivemos tempos dramáticos, não há como negar, tempos que impõem aos vitoriosos uma vida de intensos estudos e preparação continuada, meticulosa, planejada. Os mais esforçados aumentam as chances de êxito.
O que dizer sobre o estudante que não estuda para o concurso dos sonhos, sobre o indivíduo que ignora os princípios da vida saudável, do atleta que se recusa a treinar, do escritor que rejeita a solidão do ofício, do cidadão que opta por vender o voto?
A vida costuma responder com sorriso quem assim a cumprimenta, e com desventuras e lamentos aos mordazes e amargurados. Os preguiçosos também costumam pagar um alto preço pela indolência.
Há quem desconheça – como conduta mais adequada - manter uma atitude proativa - amistosa, colaborativa, de estudos e preparação continuada e planejada - para conseguir responder aos desafios que se apresentam no dia a dia.   
Imagine uma situação qualquer em que você necessite se alimentar, mas encontra-se impedido em decorrência de problemas decorrentes de um comportamento irresponsável para com a saúde...
E diante da premência de fazer uma corrida rápida para esgueirar-se da chuva, não perder o metrô, ou para escapar de um carro desgovernado que acelera em sua direção... Providências impossíveis de adotar em função do lastimável preparo físico; inexoravelmente terá um dia de cão: passará um bom tempo encharcado, terá que esperar o próximo trem e, na situação mais grave, será atropelado...
Mais cedo ou mais tarde seremos chamados a palestrar. É inevitável. E quando romper o instante, estaremos preparados?, conseguiremos - com êxito - levar a bom termo a tarefa?, ou o resultado se mostrará medíocre, um fiasco, um retumbante fracasso?
As opções estão entre ‘permanecer à mercê do acaso e da sorte’ ou ‘investir, planejadamente, na preparação’.
Não é melhor prevenir que remediar?, resguardar-se da doença que despender no tratamento? Não é mais sensato estudar para a prova que amargar a reprovação? Não é mais inteligente treinar para a luta que padecer a derrota?
Desde a mais singela conversação entre amigos ou familiares, até a palestra em um auditório lotado, com três mil pessoas, devemos cuidar para que a comunicação se estabeleça em sua integralidade, otimizando a utilização dos recursos disponíveis, de modo que, ao fim e ao cabo, a mensagem transmitida tenha sido assimilada pelos receptores.
Quando nos deslocamos para o contexto profissional, a trajetória reverbera um caminho lógico, evidenciando que, quanto mais prosperamos na carreira, mais expande a demanda por exposições orais.
Melhor, então, não ignorar a realidade e planejar a conquista da nova habilidade, ‘falar bem para o público’, independentemente do número de interlocutores, se um, se dez, se três mil...
Como em qualquer área do conhecimento acadêmico, um conjunto de técnicas criteriosamente adotadas poderá tornar a travessia menos dolorida, mais produtiva e mais prazerosa.
Esta é a razão deste livro, impedir que a surpresa se constitua num imponderável, na variável indesejada; impedir que o leitor seja pego de calças curtas. E para isso a obra se divide em capítulos estruturados para abrigar desde os referenciais teóricos até exercícios, dicas e experiências concretas, tudo com o propósito de transformar o leitor em um exímio palestrante. Aventure-se nesta jornada. Compreenda as dimensões da comunicação, as variantes que conduzem a mensagem ao seu destino de forma límpida, rápida e fidedigna. Aprenda como utilizar as linguagens gestual e vocal para potencializar os conteúdos emitidos. E a estruturar uma apresentação impecável, que receba a empatia e a cumplicidade da plateia.    
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