O peso da JBS no
mercado americano pode ser medido pela onipresença das 28 marcas do grupo nas
prateleiras de carnes e congeladores de alimentos processados nos supermercados
pelo país.
Após a aquisição da
Swift, em 2007 -que marcou a entrada da JBS no país, e de assumir o controle
acionário da Pilgrim's Pride, em 2009, a empresa se tornou a maior produtora de
carne nos Estados Unidos, à frente das também gigantes Cargill e Tyson Foods.
Com R$ 117,4 bilhões
de receita líquida só nos EUA em 2016, a operação americana representou 68,9%
de toda o faturamento da JBS no último ano. Apenas a venda de carne bovina nos
EUA respondeu por 42% da sua receita em todo o mundo.
Com sede na cidade de
Greeley, a cerca de 100 km de Denver, no Colorado, a JBS USA concentra cerca de
27% dos funcionários de toda a empresa, com 63,5 mil empregados. São 44
unidades de processamento de carne bovina, suína e de frango, sem contar as
unidades de confinamento de animais e as fábricas de ração.
Diante do sucesso da
operação nos Estados Unidos, o grupo decidiu abrir o capital da JBS Foods
International na Bolsa de Nova York neste ano, mas o plano foi adiado antes
mesmo de virem à tona a gravação feita por Joesley Batista, um dos donos da
JBS, do presidente Michel Temer e o conteúdo de sua delação premiada.
O plano de adiar a
oferta de ações -prevista para ocorrer até junho- foi uma resposta à Operação
Bullish, deflagrada pela Polícia Federal no dia 12, que investiga justamente as
compras das marcas americanas Swift e Pilgrim's Pride com investimento do
BNDES.
No primeiro caso, da
Swift, que em 2007 era a terceira maior empresa do setor nos EUA, o
investimento foi de US$ 1,1 bilhão. O TCU (Tribunal de Contas da União) apontou
que o banco usou "recursos superiores ao necessário" e não houve
"acompanhamento adequado" da operação.
Na operação
envolvendo a Pilgrim's Pride, a suspeita é que, ao converter a dívida da JBS -
que havia emitido US$ 2 bilhões em debêntures- em ações, o BNDES tenha tido um
prejuízo de US$ 267 milhões.
Diante do escândalo
em que os irmãos Batista são protagonistas no Brasil, um escritório de
advocacia de Nova York, o Rosen Law Firm, já está reunindo acionistas para
entrar com uma ação coletiva contra a empresa nos EUA por divulgar informações
"enganosas" aos investidores.
Como forma de
blindagem, a JBS tenta fechar um acordo de leniência com o Departamento de
Justiça dos Estados Unidos para evitar punições por atos de corrupção cometidos
fora do país.
Por Isabel Fleck, na
Folha de São Paulo
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