Atração de abertura no segundo dia
do Festival LED - Luz na Educação, a futurista americana Amy Webb defende que é
possível o Brasil, enfim, se tornar o país do futuro. Para isso, no entanto,
ela argumenta que é preciso construir o que serão os pilares dos próximos anos
no presente. Único caminho possível, na avaliação da especialista, é priorizar
a formação de cidadãos, o que passa obrigatoriamente por foco em educação.
— Só há uma maneira de lidar com isso: infraestrutura
para tecnologia e financiamento governamental. Não entendo por que nos EUA, no
Brasil e em muitos lugares no mundo a educação não é prioritária dos governo.
Acho que esperam que os municípios ou pais assumam esse papel, o que é
ridículo. Para resolver os problemas causados pelo acesso desigual à educação
na pandemia, é preciso tornar a conectividade gratuita ou muito barata e
disponível em toda parte — afirmou Webb, fundadora e CEO do Future Today
Institute e reconhecida como uma das futuristas mais importantes da atualidade.
A especialista ainda desenhou futuros otimistas que são,
na avaliação dela, possíveis para o Brasil. Ela afirma que, com decisões
corretas, o Brasil pode, a partir do ano que vem, construir uma comunidade de
materiais educacionais inovadores, armazenados na nuvem, que utilizem
tendências dos alunos para que eles se engajem cada vez mais nas aulas.
— Mas esse futuro otimista só poderá ocorrer caso o
governo vencedor da eleição, seja Bolsonaro ou Lula, resolva priorizar a
educação, fazendo um enorme investimento — disse.
Com isso, em dez anos anos seria possível ver no país —
ela projeta — uma enorme variedade de parcerias público-privadas para o
financiamento da educação, treinamentos contínuos de professores e banda larga
disponível para todos, inclusive nas áreas periféricas e favelas da cidade.
— Nesse momento, a matrícula bateu recordes na história
da educação brasileira e temos inteligência artificial ajudando os alunos,
otimizando as aulas e liberando os professores para desafiar e incentivar seus
alunos sistemas de recompensas — destaca.
A especialista ainda apontou maneiras com que novas
tecnologias podem ajudar a escola do futuro. Segundo ela, a inteligência
artificial poderá a ser utilizada para que o professor insira comandos pedindo,
por exemplo, para que um software estruture uma aula no formato da nova trend
do Tiktok.
— Sou filha de uma professora de escola pública. Sei o
quanto ela é sobrecarregada. Nem todos conseguem acompanhar qual é a trend do
momento. Assim, a inteligência artificial cria o formato e o professor
utilizaria seu conhecimento para a aula — conta.
O Festival LED - Luz na Educação é realizado pela Globo e
pela Fundação Roberto Marinho em parceria com a plataforma “Educação 360 –
Conferência Internacional de Educação”, da Editora Globo, com patrocínio de
Invest.Rio e apoio do Coppead. Segundo os organizadores, o evento é um dos três
pilares do Movimento LED. Os outros dois são promover iniciativas na educação e
a relação contínua com a comunidade.
Extra, Bruno Alfano
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