“(...) Nossas contas falsas no Facebook e Twitter ajudam a criar e incentivar os extremistas radicais, não importando se são de direita ou de esquerda. Nosso trabalho é tão exitoso que o FBI e a NSA (National Security Agency) terminam qualificando todo extremista como terrorista interno (...)”
Sou leitor habitual de livros de espionagem e/ou
policiais. Costumam divertir-me nos intervalos de minhas leituras de romances e
crítica literária. Mas “O manifesto Nêmesis”, de Eric Van Lustbader, me
preocupou.
Lustbader — um dos herdeiros da série de Robert Ludlum,
autor de best-sellers — monta uma trama que envolve, naturalmente, os serviços
de inteligência dos Estados Unidos e da Rússia.
Do lado russo, dois megaespiões disputam o controle de
algo chamado Nêmesis, uma arma soturna contra os Estados Unidos, capaz de
desestruturar a sociedade americana e de abrir caminho para um fantasioso
domínio de Moscou. São eles o General Boyko, chefe da SVR, sucessora da KGB, e
o General Gorgonov, da GRU, a maior agência de inteligência russa, ligada às
Forças Armadas.
Do lado dos Estados Unidos, destacam-se Brady Thompson,
secretário de Defesa, e Benjamin Butler, chefe de uma daquelas agências
nebulosas, sem nome, que só responde ao Potus (presidente dos Estados Unidos).
Butler fica obstinado em localizar e mandar destruir Nêmesis, ao passo que
Thompson tudo faz para comprometer a missão (porque, saberemos ao final, ele
era agente duplo).
O diálogo que Riley Rivers, assessor de Thompson — na
verdade, também agente de Moscou —, mantém com seu padrinho, o General
Gorgorov, bem resume os objetivos de Nêmesis. Os trechos abaixo — traduzidos
livremente — são autoexplicativos.
A guerra cibernética que iniciamos contra os Estados
Unidos visa a obscurecer a verdade, a apresentar uma gama de verdades
alternativas, via robôs. As pessoas acreditam no que mais se aproxima de seus
preconceitos.
— Atualize-me sobre essa nova geração de robôs.
Todos têm Inteligência Artificial. Podem driblar filtros
de spams. Estão programados para criar muitos milhões de novos endereços na
internet (IP), para fazer circular nossas dezinfortmatsiya.
Benjamin Butler, por exemplo, chefia uma unidade
ultrassecreta do Departamento de Defesa, e é judeu; portanto, vulnerável. Vamos
cobri-lo de rótulos de fascista e socialista, torná-lo um homem amoral, um
risco de segurança, um homossexual enrustido e o que mais nos vier à cabeça. É
uma engenharia social que utilizamos para difundir informações tóxicas e/ou
fake a respeito de uma pessoa.
Criaremos narrativas falsas, que transformaremos em
teorias da conspiração: nada mais sedutor para nosso público-alvo do que uma
teoria da conspiração.
Distribuiremos uma foto de Butler em plena orgia com
mulheres e homens, prostitutas e proxenetas. Concebi um programa, RGA (rede
geradora de adversários), que criará o chamado deep fakes, uma combinação
conhecida como deep learning e fake news. Seu objetivo é difundir a um seleto
grupo de ultra-left wing e supremacistas brancos uma avalanche de
dezinfortmatsiya.
Nossas contas falsas no Facebook e Twitter ajudam a criar
e incentivar os extremistas radicais, não importando se são de direita ou de
esquerda. Nosso trabalho é tão exitoso que o FBI e a NSA (National Security
Agency) terminam qualificando todo extremista como terrorista interno.
Bilionários ultraconservadores e evangélicos poderosos
manipulam o sistema político, financiando as eleições de congressistas em todos
os quadrantes do país. Estão fartos da América liberal. Só se interessam pela
ressurgência da América branca. Procuram um tirano que possam controlar. E nós
estaremos nessa cruzada.
É ou não é preocupante o que pretende essa gente? Lendo e
relendo esse texto, me pergunto se essas coisas fazem parte das agendas de
conversação que altas autoridades estrangeiras exploram no curso de seus
encontros em Moscou.
Jornal O Globo, André Amado
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