A
pandemia enfatizou quanto o acesso digital é essencial, mas ao mesmo tempo
mostrou que há muita gente de fora desse jogo
Muito vem se
falando sobre a aceleração da digitalização de serviços em meio à pandemia,
incluindo setores essenciais como educação e saúde. A tecnologia se tornou
ainda mais importante neste momento desafiador, a ponto de impactar as relações
sociais e profissionais da maioria dos cidadãos, sendo uma poderosa aliada para
propiciar o trabalho e o estudo
remoto, apoiar a transformação digital de pequenas, médias e grandes empresas e
minimizar os efeitos do distanciamento físico imposto pelo novo coronavírus.
Pois este período também evidenciou desigualdades nesse campo, já que boa parte
da população brasileira não toma contato com tais avanços tecnológicos. E a
falta de acesso à internet, ao celular e ao computador acaba por contribuir
para ampliar o abismo entre os que têm e os que não têm diante de si as
oportunidades descortinadas por essas ferramentas.
Um dos fatores
determinantes para a produtividade é a adoção da tecnologia. Vale, portanto,
prestar atenção à pesquisa “Conectividade Rural na América Latina e no Caribe —
Uma Ponte para o Desenvolvimento
Sustentável em Tempos de Pandemia”, elaborada pelo Instituto Interamericano de
Cooperação para a Agricultura e pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento. Ela mostra que, no
Brasil, entre 53% e 63% dos cerca de 43 milhões de pessoas que vivem nas zonas
rurais não acessam serviços significativos de conectividade — um exemplo da disparidade
social e de acesso à tecnologia neste país de dimensões continentais.
Reconhecendo isso, não tenho dúvida de que a economia digital, impulsionada
pela tecnologia e pela inteligência artificial (IA), promoverá uma verdadeira
revolução nos negócios e na sociedade e vai acelerar a retomada no Brasil.
O mercado
profissional precisa estar preparado para mudanças rápidas, que exigem
qualificação permanente. Enfrentamos dois grandes desafios. O primeiro é a
formação e a capacitação de profissionais da área de TI, setor que conta com
bem menos profissionais do que o país necessita. De acordo com um relatório da
Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação, o Brasil lança
no mercado 46?000 pessoas com perfil tecnológico por ano, quando a demanda é de
70?000, e sobe. Devemos atrair mais jovens para a área de exatas, sobretudo
mulheres, que representam escassos 15% dos profissionais de TI. O segundo
desafio é promover requalificação profissional, ligando os que estão no mercado
a novas chances de emprego e
incentivando ao máximo o empreendedorismo.
É de extrema
relevância estarmos prontos para a veloz transformação no mundo do emprego. Em todos os tipos de empresa,
modelos de negócio, produtos e formas de engajar os clientes estão em franca
mudança, empurrada pela tecnologia. Um estudo encomendado pela Microsoft à
consultoria DuckerFrontier, realizado poucos meses antes da pandemia, analisou
as consequências da inteligência artificial na economia, na sociedade e no
mercado de trabalho brasileiros
até 2030. Observou-se que a adoção massiva de IA traz ao mesmo tempo melhores
vagas, ganhos substanciais de produtividade e aceleração do crescimento
econômico. Com a inteligência artificial, enfatiza a pesquisa, há potencial
para atingirmos, no setor de serviços corporativos, 103% mais postos de trabalho até 2030, em comparação com
as estimativas do Banco Mundial e do FMI. Outras áreas que teriam ganhos
importantes na criação de empregos seriam as de manufatura (+73%), comércio
varejista, atacadista, hotelaria e alimentação (+44%) e construção (+42%).
Temos de
percorrer um caminho para que seja possível a adoção maciça de tecnologia e a
garantia da igualdade de oportunidades no acesso aos benefícios da inteligência
artificial. Precisamos treinar nossa mão de obra para o trabalho do presente e do futuro, qualificando-a e
requalificando-a. Outro ponto é fomentar a inovação, assegurando o acesso a
tecnologias de ponta em empresas de todos os tamanhos. E, o que é a base de
tudo, prover educação de qualidade à população. Para dar cabo dessas questões,
anunciamos em outubro o Microsoft Mais Brasil, um plano voltado para
impulsionar, entre outras coisas, a economia digital, a capacitação
profissional e o empreendedorismo. No tocante à economia digital, expandimos
nossa infraestrutura de nuvem com uma nova região de data center baseada no Rio
de Janeiro.
Também
anunciamos um novo esforço, em colaboração com a Vale e o Imazon, para proteger
a Floresta Amazônica de desmatamento e queimadas ilegais, justamente fazendo
uso de inteligência artificial. Ela é capaz de prever quais são as áreas mais
vulneráveis a incêndios na próxima temporada de seca. Na seara da qualificação
profissional, firmamos uma parceria com o Ministério da Economia para talhar a
força de trabalho para o hoje e
o amanhã, com orientação personalizada e uma série de cursos em nossa
plataforma. Doamos créditos de nuvem para ajudar a melhorar o Sistema Nacional
de Emprego, de modo que adote inteligência artificial para conectar as pessoas
aos postos de trabalho em que se
encaixem bem. Até 25 milhões de trabalhadores podem ser beneficiados. A tarefa
de preparar a força de trabalho
é gigantesca e não dá para pensar em executá-la sem uma união dos setores
público e privado e das cabeças pensantes da academia. Não fazer nada não é uma
opção, pois emperraria o desenvolvimento
econômico e isso impactaria diretamente no bem-estar da população. Todas as
iniciativas que acredito primordiais corroboram a crença de que a tecnologia
não é o fim, mas o meio para empoderar cada pessoa e cada organização a atingir
seus objetivos.
Por Tânia Cosentino, na Revista Veja
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