domingo, 25 de abril de 2021

Nova geração assume a defesa dos direitos civis nos Estados Unidos



Sessenta anos depois de os cidadãos negros começarem a marchar pelos direitos civis nos Estados Unidos, uma nova geração de ativistas e políticos assumiu o lugar na luta que no passado foi liderada por Martin Luther King.

 

Confira a seguir, algumas das vozes proeminentes na reivindicação atual pelos direitos civis no país.

- Black Lives Matter -

O movimento Black Lives Matter (BLM, Vidas Negras Importam em português) foi fundado em 2013, depois que o policial George Zimmerman foi absolvido da morte a tiros na Flórida de Trayvon Martin, um adolescente negro que estava desarmado.

Este movimento inicialmente pouco organizado ganhou musculatura um ano depois da morte de outro jovem afro-americano, Michael Brown, assassinado a tiros por um policial em Ferguson, Missouri.

Desde então, o BLM estabeleceu representações em diferentes partes dos Estados Unidos e chegou a simbolizar as vítimas da violência policial da comunidade negra.

- Kamala Harris e Stacey Abrams -

Harris, de 56 abos, filha de mãe indiana e pai jamaicano, é a vice-presidente mulher, negra e de origem indiana dos Estados Unidos.

Referindo-se à condenação do ex-policial de Minneapolis Derek Chauvin pelo assassinato de George Floyd, Harris destacou que seus pais participaram das marchas pelos direitos civis dos anos 1960.

A vice-presidente acolheu com satisfação o veredicto, mas ressaltou: "Ainda temos muito trabalho a fazer" no que diz respeito à injustiça racial e à reforma da justiça penal.

"Os Estados Unidos têm uma longa história de racismo sistêmico", disse.

Abrams, de 47 anos, ex-membro democrata da Câmara de Representantes pelo estado da Geórgia, se tornou uma defensora de destaque do direito ao voto dos afro-americanos.

Seus esforços ajudaram Joe Biden a se tornar o primeiro democrata a ganhar o voto presidencial na Geórgia desde Bill Clinton em 1992 e também levaram dois democratas à vitória nas eleições ao Senado em janeiro passado.

- Ben Crump e a família Floyd -

Crump, advogado de direitos civis e lesões penais de 51 anos, representou as famílias de vários afro-americanos mortos em incidentes com a polícia nos últimos anos, incluindo a família de George Floyd.

Ao apresentar Crump a seus partidários na terça-feira, após a condenação de Chauvin, o veterano ativista dos direitos civis Al Sharpton o descreveu como o "Procurador-geral para os Estados Unidos Negro".

Philonise, irmão mais novo de Floyd, assim como outros membros da família, também se tornaram ativistas de destaque pela justiça racial e a reforma da instituição policial.

"Temos que continuar lutando", disse Philonise depois do veredicto de terça-feira contra Chauvin. "Não estou mais lutando por George. Estou lutando por todos neste mundo", afirmou.

- Colin Kaepernick e LeBron James -

Kaepernick, de 33 anos, ex-quarterback do time de futebol americano San Francisco 49ers, acendeu um debate nacional quando se ajoelhou durante a execução do hino nacional no início dos jogos das Ligas Nacionais em 2016, em protesto contra a violência policial dirigida à população negra.

O gesto de Kaepernick foi progressivamente adotado por atletas americanos de outros esportes e também de vários países do mundo para protestar contra o racismo.

No caso de LeBron James, de 36 anos, que utilizou o status dos quatro títulos de campeão da NBA e um dos melhores jogadores de basquete, para falar de questões raciais e sociais, e fazer campanha a favor de candidatos democratas.

Após a condenação de Chauvin pelo assassinato de Floyd, o atacante do Los Angeles Lakers publicou em sua conta no Twitter uma única palavra em letras maiúsculas: "RESPONSABILIDADE".

AFP


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