O papa Francisco se inspirou no escritor colombiano Gabriel
García Márquez para relatar a "solidão" de tantos anos de conflito na
Colômbia, em alguns dos discursos feitos na visita ao país, que começou na
quarta-feira.
No pronunciamento às
autoridades e ao presidente Juan Manuel Santos, ao falar do caminho de
reconciliação do país, o líder religioso disse que os colombianos têm uma
formosa e nobre tarefa pela frente e que em seus corações "ecoa a coragem
do grande compatriota Gabriel García Márquez".
O pontífice também citou
algumas palavras ditas por García Marquez quando o escritor recebeu o prêmio
Nobel de Literatura em 1982.
"No entanto, diante da
opressão, do saque e do abandono, nossa resposta é a vida. Nem os dilúvios nem
as pestes, nem a fome nem os cataclismos, nem sequer as guerras eternas através
dos séculos conseguiram reduzir a vantagem tenaz da vida sobre a morte. Uma
vantagem que aumenta e se acelera", pronunciou.
Papa Francisco continuou a
recordar o escritor com a citação: "Uma nova e arrasadora utopia da vida,
onde ninguém possa decidir por outros até a forma de morrer, onde de verdade
seja certo o amor e seja possível a felicidade, e onde as estirpes condenadas a
cem anos de solidão tenham, enfim e para sempre, uma segunda oportunidade sobre
a terra".
Um discurso que Gabo
intitulou como "A Solidão da América Latina" e que hoje o papa levou
como insiração para a situação que atravessa a Colômbia após 53 anos de
conflito, um acordo de paz com as FARC que dividiu a sociedade e um duro
caminho para a reconciliação.
O pontífice também mencionou
uma das obras-primas de García Márquez, "Cem anos de solidão", quando
disse aos colombianos em seu primeiro discurso: "O tempo gasto no ódio e
na vingança é muito. A solidão de estar sempre uns contra os outros já se conta
por decênios e aproxima-se dos cem anos".
Depois no discurso aos bispos
colombianos, os lembrou que um de seus ilustres escritores escreveu falando de
um de seus míticos personagens: "Não imaginava que era mais fácil começar
uma guerra que terminá-la". Uma citação do coronel Aureliano Buendía de
"Cem Anos de Solidão".
EFE
Amor de elefante
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Nesta peça dramática o autor apresenta - de uma forma bastante inusitada - duas personagens em busca da realização de seus sonhos. Enfatiza o caráter político dos obstáculos interpostos, vincula as barreiras artificialmente criadas ao aparelhamento do Estado por grupos de interesses, contrapõe o messianismo vigente aos valores da liberdade e da democracia, para finalizar a trama de um modo surpreendente, capturando definitivamente o leitor, conduzindo-o ao mais inesperado e sublime dos desfechos.