Trabalhos de Anita Malfatti são mostrados no Museu de Arte Moderna de São Paulo (Isabella Matheus.jpg) Isabella Matheus.jpg |
O Museu de
Arte Moderna de São Paulo (MAM) recebe obras de Anita Malfatti que despertaram
reações apaixonadas da crítica quando foram exibidas pela primeira vez. “A
única diferença reside em que nos manicômios essa arte é sincera, produto
ilógico de cérebros transtornados pelas mais estranhas psicoses; fora deles,
nas exposições públicas, zabumbadas pela imprensa e absorvidas por americanos
malucos, não há sinceridade nenhuma, nem nenhuma lógica”, escreveu Monteiro
Lobato, em 1917, sobre os trabalhos da artista, que havia voltado há pouco da
Europa.
A mostra
individual, que reuniu 53 obras, entre pinturas, gravuras e desenhos, foi
percursora da Semana de Arte Moderna, realizada em 1922, e que abriu as portas
para as vanguardas artísticas no Brasil. Alguns desses trabalhos, elaborados
durante os seis anos em que a artista esteve no exterior (Alemanha e Estados
Unidos), e no ano de regresso ao Brasil, compõem a exposição Anita
Malfatti: 100 anos de arte moderna.
O
conjunto, com 70 peças, pode ser visto até o dia 30 de abril no museu que fica
no Parque Ibirapuera, zona sul da capital paulista. Além dessa fase inicial da
pintora, a mostra faz um recorte amplo da produção de Malfatti, dividida em
três fases. A primeira, marcada pelo escândalo com a quebra de paradigmas, que
levou, inclusive, à devolução de cinco trabalhos que haviam sido vendidos, após
a publicação do artigo de Lobato no jornal O Estado de S. Paulo.
Fazem parte desse momento pinturas famosas, como o Homem de Sete Cores (1915/16)
e os óleo sobre tela O japonês e O farol.
Na segunda
parte podem ser vistos trabalhos desenvolvidos durante os estudos da artista em
Paris, como as pinturas a óleo Porto de Mônaco (1925) e Paisagem
de Pirineus, além das aquarelas Veneza, Canal e Vista
do Fort Antoine em Mônaco.
A última
parte da mostra traz a produção realizada a partir da década de 30, quando a
artista fez diversos retratos de amigos e familiares. Há ainda paisagens
interioranas, como em Trenzinho (1940), o Samba (1945)
e Na Porta de Venda.
Por Daniel Mello, na Agência Brasil