sexta-feira, 21 de outubro de 2022

Táticas ousadas para prolongar os protestos no Irã, apesar da repressão



Os iranianos, equipados com um simples celular, adotam uma série de táticas para prolongar as manifestações contra a morte da jovem Mahsa Amini, apesar da repressão mortal no país.

 

A indignação pela morte desta curda iraniana de 22 anos em 16 de setembro provocou as maiores manifestações no Irã desde os protestos de 2019 contra o aumento do preço da gasolina.

Mahsa Amini foi detida em 13 de setembro pela polícia da moral de Teerã por violar o rígido código de vestimenta da República Islâmica para as mulheres, que prevê o uso do véu.

Apesar das restrições de acesso à Internet impostas pelas autoridades e do bloqueio de aplicativos populares como Instagram e WhatsApp, os jovens internautas ainda conseguem publicar vídeos das manifestações feitos com seus próprios celulares.

Os vídeos mostram motoristas buzinando em Teerã em apoio aos manifestantes e bloqueando estradas com seus carros para atrasar a chegada das forças de segurança que, por sua vez, usam motos para abrir caminho nos engarrafamentos.

Os policiais inclusive arrancam as placas dos veículos para identificar os motoristas. Alguns atiram nos manifestantes com espingardas e balas de tinta para tentar localizá-los mais tarde, de acordo com os vídeos.

Para lidar com a repressão, os jovens usam máscaras e jaquetas com capuz, colocam seus celulares no modo avião para evitar serem vistos e carregam roupas extras para substituir as manchadas de tinta.

Nos vídeos compartilhados nas redes sociais, manifestantes desmontam uma câmera de vigilância em Sanandaj, capital da província do Curdistão de onde era Mahsa Amini.

Alguns organizam encontros mais restritos, longe das praças das grandes cidades.

- "Nova fase" -

"A revolta continua, mas vemos menos vídeos devido às severas restrições de acesso à Internet", tuitou Shadi Sadr, diretor da ONG Justice for Iran, com sede em Londres.

Aqueles intimidados demais para participar dos protestos encontraram outros meios mais discretos.

Duas semanas atrás, fontes em Teerã pareciam estar cheias de sangue depois que um artista tingiu suas águas de vermelho para refletir a repressão mortal.

Estudantes de arte de uma universidade de Teerã gravaram um vídeo mostrando suas mãos levantadas e cobertas de tinta vermelha.

"Esta nova fase dos protestos está mais descentralizada que as anteriores. Acontece sem liderança, organização ou reivindicações particulares", destacou Omid Memarian, analista iraniano da ONG Democracy for the Arab World Now (DAWN), à AFP.

"Pelo contrário, pedem a morte do ditador e o fim da República Islâmica", acrescentou.

Desafiando as autoridades, militantes do grupo de hackers Edalat e Ali invadiram um noticiário ao vivo da televisão estatal, divulgando uma imagem do líder supremo Ali Khamenei em chamas.

"Até o momento, nem o Estado nem os manifestantes são capazes de superar o desafio levantado pelo outro, o que sugere que os protestos e as violências atuais poderiam durar muito tempo", afirma Henry Rome, especialista em Irã no Washington Institute.

AFP, David VUJANOVIC 


- - - - - -



Para saber mais, clique aqui.


Para saber mais sobre o livro, clique aqui


Para saber mais sobre o livro, clique aqui.



Para saber mais, clique aqui.


No mecanismo de busca do site amazon.com.br, digite "Coleção As mais belas lendas dos índios da Amazônia” e acesse os 24 livros da coleção. Ou clique aqui

O autor:

No mecanismo de busca do site amazon.com.br, digite "Antônio Carlos dos Santos" e acesse dezenas de obras do autor. Ou clique aqui


Clique aqui para acessar os livros em inglês