Os estados-membros
da União Europeia concordaram nesta quarta-feira (5) em impor uma nova rodada
de sanções contra a Rússia, após a anexação de quatro regiões ucranianas por
Moscou. Segundo a presidência tcheca do bloco, o acordo foi concluído pelos
embaixadores dos 27 países.
Os nomes e entidades visados
pelas
medidas punitivas serão
divulgados nesta quinta-feira (6) no Jornal Oficial da UE, o que representará sua efetiva entrada em vigor.
"Acabamos de chegar a
um acordo político sobre novas sanções contra a Rússia, uma forte resposta da
UE à anexação ilegal de territórios por Putin", declarou a embaixadora
tcheca Edita Hrda. Este é o oitavo pacote de sanções do bloco europeu desde a
invasão russa da Ucrânia, em 24 de fevereiro.
No domingo (3), em uma conversa
telefônica com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, o chefe de Estado
francês, Emmanuel Macron, havia prometido trabalhar com os parceiros europeus
em um novo conjunto de sanções.
Em 28 de setembro, a UE
reagiu ao projeto de anexação de quatro regiões ucranianas – Lugansk, Donetsk,
Kherson e Zaporíjia – ocupadas total ou parcialmente por Moscou, propondo, em
particular, limitar o preço do petróleo russo e adicionar novas restrições ao
comércio com Moscou.
Apesar disso, o presidente
Vladimir Putin anunciou em 30 de setembro a controversa anexação dos quatro
territórios, após a realização de referendos organizados às pressas em nome do
"direito à autodeterminação dos povos". “É a vontade de milhões de
pessoas”,
declarou ele durante a cerimônia oficial no Kremlin. As votações, ocorridas em
circunstâncias duvidosas, foram chamadas de "farsa" pela Ucrânia e
seus aliados ocidentais. Nesta quarta-feira, Putin assinou definitivamente a
lei que formaliza as anexações.
As capitais ocidentais se
recusam a reconhecer os referendos realizados em áreas sob ocupação ilegal. As
sanções aplicadas até agora pelo bloco envolveram o congelamento de bens de
personalidades ou dirigentes de empresas próximos do Kremlin e a proibição de
permanência das pessoas atingidas na União Europeia.
Avanços importantes
Na noite de terça-feira (4),
Zelensky reivindicou avanços importantes de seu Exército no sul da Ucrânia,
evocando "dezenas de localidades" retomadas das tropas russas. O
chefe de Estado também agradeceu a ajuda militar que recebe dos Estados Unidos,
depois do anúncio feito por Washington de um novo envio de armas.
Para o embaixador russo nos
Estados Unidos, Anatoly Antonov, a decisão do governo americano representa uma
ameaça para Moscou e alimenta um risco de confronto entre a Rússia e o
Ocidente.
RFI, com informações da AFP
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