Ao menos 133
pessoas morreram no Irã como consequência da repressão às manifestações que
começaram após a morte da jovem Mahsa Amini, segundo informou neste domingo (2)
a Direitos Humanos do Irã, ONG com sede na Noruega.
"A comunidade
internacional tem o direito de investigar e de impedir que outros crimes sejam
cometidos", declarou Mahmud Amiry-Moghaddam, diretor da instituição.
Também neste domingo,
parlamentares iranianos gritaram "obrigado, polícia" durante uma
sessão do órgão, em uma demonstração de apoio ao regime.
No último dia 13, Amini, que
era natural do Curdistão iraniano e visitava Teerã, foi levada para a delegacia
pela polícia moral por supostamente não usar o véu islâmico como dita o rígido
código de vestimenta do país.
A jovem saiu de lá
desacordada e morreu três dias depois. A família diz que ela foi espancada e
entrou em coma. Ativistas vêm afirmando que a abordagem policial em casos do
tipo tem sido violenta, muitas vezes com uso de violência contra as mulheres.
Teerã nega as acusações e
alega que a jovem sofreu uma parada cardíaca.
Uma onda de protestos foi
desencadeada desde o funeral, com manifestações que se espalharam pelas 31
províncias do país. São os maiores protestos desde os atos contra um aumento no
preço da gasolina em 2019.
Alguns jogadores de futebol
iranianos, considerados ídolos nacionais, declararam apoio à causa. O atleta
aposentado Ali Karimi chegou a dizer, em redes sociais, que nem água sagrada
poderia "limpar esta desgraça". A agência de notícias iraniana Fars
pediu sua prisão em um texto.
No Irã, após a Revolução de
1979, que abriu espaço para um regime teocrático, a lei passou a afirmar que
mulheres são obrigadas a cobrir seus cabelos com o véu e usar roupas largas
para encobrir o formato de seus corpos. Aquelas que descumprem a norma
enfrentam repreensões públicas, multas e mesmo a prisão.
Ao longo dos últimos meses,
ativistas de direitos humanos vêm instando mulheres a retirarem o véu
publicamente em protesto contra o código de vestimenta.
Yahoo notícias, Folhapress
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