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Protesto em Teerã |
O escritório de direitos humanos
da Organização das Nações Unidas (ONU) expressou nesta sexta-feira preocupação
com o tratamento do Irã aos manifestantes detidos e disse que as autoridades se
recusaram a liberar alguns dos corpos dos mortos, enquanto manifestantes
voltaram a pedir a queda do governo.
A República Islâmica foi tomada por protestos desde a morte
da curda Mahsa Amini, de 22 anos, sob custódia policial no mês passado.
A agitação se transformou em uma revolta popular de
iranianos de todas as camadas da sociedade, representando um dos maiores
obstáculos à liderança clerical do Irã desde a revolução de 1979.
Vídeos nas redes sociais mostraram manifestantes na cidade
de Zahedan, perto da fronteira sudeste do Irã com o Paquistão e o Afeganistão,
pedindo nesta sexta-feira a morte do líder supremo "ditador", aiatolá
Ali Khamenei, e da milícia Basij, que tem desempenhado um papel importante na
repressão às manifestações.
O conselho de segurança da província disse que dissidentes
armados provocaram os confrontos, levando à morte de pessoas inocentes, mas
admitiu "deficiências" da polícia.
Grupos de direitos humanos disseram que pelo menos 250
manifestantes foram mortos e milhares foram presos em todo o país. Uma dura
repressão por parte das forças de segurança, incluindo a temida milícia Basij,
que tem um histórico de esmagar a dissidência, não conseguiu aliviar a
agitação.
"Vimos muitos maus-tratos... mas também assédio às
famílias dos manifestantes", disse Ravina Shamdasani, porta-voz do
Escritório do Alto Comissariado para os Direitos Humanos, em uma coletiva de
imprensa em Genebra, citando várias fontes.
“De particular preocupação são as informações de que as
autoridades estão transferindo manifestantes feridos de hospitais para centros
de detenção e se recusando a liberar os corpos dos mortos para suas famílias”,
disse ela.
Shamdasani acrescentou que, em alguns casos, as autoridades
estão colocando condições para a liberação dos corpos, pedindo às famílias que
não realizem um funeral ou falem com a mídia. Às vezes, os manifestantes
detidos também não recebiam tratamento médico, segundo ela.
Reuters
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