1989: Massacre na Praça da Paz Celestial |
A China agiu para impedir que Taiwan fechasse um acordo com a empresa alemã BioNTech para o fornecimento de vacinas contra a Covid-19, afirmaram na quinta-feira (27) autoridades taiwanesas.
Embora o governo do território disputado já tenha
reclamado outras vezes do vizinho, é a primeira vez que ele acusa diretamente
Pequim de ter bloqueado o fornecimento do imunizante.
"Taiwan estava próximo de fechar um acordo com a
fábrica alemã, mas, por causa da intervenção da China, ainda não podemos
assinar o contrato", afirmou a presidente Tsai Ing-wen durante uma reunião
de seu partido, de acordo com o jornal de Hong Kong South China Morning Post.
O racha entre os dois lados, que remonta à guerra
civil, tem se intensificado nos últimos meses em meio à pandemia de coronavírus
--Pequim não reconhece a legitimidade do governo taiwanês e reivindica a ilha
como seu território.
Isso, inclusive, teria levado a BioNTech a pedir que o
governo de Taiwan não utilizasse a palavra "país" nos comunicados
sobre a negociação para obtenção da vacina, disse o ministro da Saúde de
Taiwan, Chen Shih-chun.
Segundo ele, os dois lados negociaram por dois meses a
compra dos imunizantes, que são produzidos em parceria entre a empresa alemã e
a americana Pfizer, e estavam próximos de um acordo no dia 8 de janeiro.
"De repente, a BioNTech enviou uma carta na qual
recomendava enfaticamente que mudássemos a expressão 'nosso país' na versão em
chinês do comunicado", afirmou Chen durante uma entrevista coletiva nesta
quinta.
De acordo com a pasta, o pedido foi enviado apenas
quatro horas antes do horário em que estava programado o anúncio oficial do
acordo. O governo aceitou a mudança, substituindo o termo em questão por
"Taiwan", mas uma semana depois a BioNTech informou que a assinatura
do contrato teria que ser adiada por mudanças no cronograma de fornecimento dos
imunizantes.
"Está muito claro para mim que o contrato estava
fechado", afirmou o ministro. "O problema é algo fora do
contrato."
Diferentemente da presidente, porém, Chen não acusou
diretamente a China pela ação.
A BioNTech afirmou que não se manifesta sobre
negociações em andamento. O porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da
China, Zhao Lijian, também não quis responder às acusações das autoridades
taiwanesas, mas afirmou nesta quinta que não há nenhum impedimento para a ilha
receber vacinas chinesas.
O conglomerado chinês Fosun Pharma, com sede em
Xangai, assinou no ano passado um acordo com a BioNTech pelo qual seria a
fornecedora exclusiva dos imunizantes da empresa alemã na China, em Hong Kong,
em Macau e em Taiwan.
Nesse cenário, o Escritório de Assuntos de Taiwan do
governo chinês afirmou que apoiava uma iniciativa feita por duas entidades
privadas chinesas de ofereceram vacinas para a ilha. Embora o nome das duas
instituições em questão não tenha sido revelado oficialmente, a especulação é
que a oferta foi feita pela própria Fosun Pharma e por uma de suas
subsidiárias.
O governo de Taiwan confirmou que recebeu a proposta e
que a recusou porque a China não está sendo transparente no caso e não revela
se as vacinas que iriam para a ilha seriam da BioNTech ou de outro fornecedor.
Esse novo capítulo na troca de farpas entre Pequim e
Taipé tem ganhado cada vez mais relevância porque a quantidade de casos e de
mortes por coronavírus disparou na ilha nas últimas semanas. Em apenas um mês,
o total de mortes acumuladas em Taiwan --que por muito tempo foi exemplo no
combate à pandemia-- quase quadruplicou, indo de 12 óbitos no fim de abril para
46 atualmente. No mesmo período, o total de casos acumulados pulou de 1.110
para 6.356.
Para piorar, a ilha vacinou até o momento apenas de 1%
de seus 23 milhões de habitantes --todos com doses da AstraZeneca/Oxford, que
foram recebidas por meio do consórcio Covax, iniciativa global promovida pela
OMS (Organização Mundial da Saúde) para facilitar o acesso a imunizantes.
Como Taiwan não é reconhecido pela maioria dos países
e das entidades internacionais, tem encontrado dificuldade em ter acesso às
vacinas contra a Covid.
Derrotados pelas forças comunistas em 1949 na guerra
civil, os chamados nacionalistas chineses --que defendiam um modelo capitalista
para todo o país-- fugiram para a ilha de Taiwan, onde estabeleceram um governo
próprio, o que criou a divisão que perdura até hoje.
Nesse cenário, Pequim considera que a ilha é uma
província rebelde, enquanto o governo de Taiwan se declara um país
independente. Por isso, o governo chinês se recusa a ter relações diplomáticas
com países ou entidades que reconhecem Taiwan.
Dada a importância da China no cenário internacional,
isso acaba por isolar a ilha, que não faz parte da OMS ou da ONU e que é
reconhecida apenas por uma dezena de países --Brasil, EUA, União Europeia,
Rússia e Japão, por exemplo, não reconhecem oficialmente Taiwan como um país
independente, embora muitos mantenham relações extraoficiais.
Nesta semana, o governo da ilha já tinha reclamado por
não ter sido convidado para participar de uma reunião de cúpula da OMS para
discutir a resposta à pandemia. Mesmo sem fazer oficialmente parte da entidade,
Taiwan poderia ter sido convidado a participar do encontro como observador, mas
isso não aconteceu.
"Como um organismo profissional internacional de
saúde, a OMS deve buscar a saúde e o bem-estar de toda a humanidade, e não
ceder aos interesses de um determinado membro", disse na terça (25) um
comunicado conjunto dos ministérios de Saúde e de Relações Exteriores de
Taiwan, em referência à China.
O governo da ilha também tem acusado o rival de usar
as vacinas como arma diplomática. Em abril, por exemplo, Taiwan disse que
Pequim ofereceu imunizantes contra a Covid-19 ao governo do Paraguai em troca
do fim do apoio diplomático do país sul-americano à ilha.
O Paraguai é um dos 15 países que ainda mantêm laços
formais com Taiwan no mundo, apesar da pressão chinesa.
Na ocasião, o chanceler taiwanês, Joseph Wu, afirmou
que o regime de Xi Jinping está "flexionando os músculos" com sua
diplomacia de vacinas, especialmente na América do Sul e Central, onde estão
alguns dos principais aliados remanescentes de Taiwan. Pequim negou todas as
acusações.
Por Bruno
Benevides, no Yahoo Notícias
- - -
No mecanismo de busca do site amazon.com.br, digite "Coleção As mais belas lendas dos índios da Amazônia” e acesse os 24 livros da coleção. Ou clique aqui.
No mecanismo de busca do site amazon.com.br, digite "Antônio Carlos dos Santos" e acesse dezenas de obras do autor. Ou clique aqui.
Clique aqui para acessar os livros em inglês. |
-----------
Para saber mais, clique aqui. |
Para saber mais, clique aqui. |
Coleção Greco-romana com 4 livros; saiba aqui. |
Coleção Educação e Democracia com 4 livros, saiba aqui. |
Coleção Educação e História com 4 livros, saiba mais. |
Para saber sobre a Coleção do Ratinho Lélis, clique aqui. |
Para saber sobre a "Coleção Cidadania para crianças", clique aqui. |
Para saber sobre esta Coleção, clique aqui. |
Clique aqui para saber mais. |
Click here to learn more. |
Para saber mais, clique aqui. |
Para saber mais, clique aqui. |
Para saber mais, clique aqui. |
Para saber mais, clique aqui. |
- - - -
No mecanismo de busca do site amazon.com.br, digite "Coleção As mais belas lendas dos índios da Amazônia” e acesse os 24 livros da coleção. Ou clique aqui.
No mecanismo de busca do site amazon.com.br, digite "Antônio Carlos dos Santos" e acesse dezenas de obras do autor. Ou clique aqui.
Clique aqui para acessar os livros em inglês. |
-----------
Para saber mais, clique aqui. |
Para saber mais, clique aqui. |
Coleção Greco-romana com 4 livros; saiba aqui. |
Coleção Educação e Democracia com 4 livros, saiba aqui. |
Coleção Educação e História com 4 livros, saiba mais. |
Para saber sobre a Coleção do Ratinho Lélis, clique aqui. |
Para saber sobre a "Coleção Cidadania para crianças", clique aqui. |
Para saber sobre esta Coleção, clique aqui. |
Clique aqui para saber mais. |
Click here to learn more. |
Para saber mais, clique aqui. |
Para saber mais, clique aqui. |
Para saber mais, clique aqui. |
Para saber mais, clique aqui. |