"... é necessário usar a situação da
pandemia para transformar o ensino brasileiro"
Para o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Augusto Nardes,
o impacto na educação causado pela pandemia da covid-19 foi muito grande, mas
ele ressalta que problemas no setor não foram causados apenas pelo vírus. 'O
que está caracterizado é que não temos plataforma para alcançar todos os
estudantes, principalmente os mais pobres', pontua.
Em entrevista ao CB.Poder - uma parceria do Correio Braziliense com a TV
Brasília, Nardes ressaltou ser necessário usar a
situação da pandemia para transformar a educação. E afirmou que os problemas no
setor são graves. 'Os nosso melhores alunos não conseguem superar os piores
alunos do Vietña, e essa situação é vexatória em nível internacional'.
Para o ministro do TCU, a
solução é buscar as boas práticas que existem no Brasil e implantá-las no resto
do país. 'O Brasil tem nichos de boa educação. Quando eu presidia o Tribunal
fui ao interior do Piauí, em uma escola pobre, mas que os alunos se destacavam
entre os melhores do Brasil na área de matemática. Ou seja, temos bons nichos
de educação tanto no setor público como no setor privado. O que acontece é que
não existe trabalho cooperativo e de troca de boas práticas pelo país',
explicou.
Para resolver parte do problema, Augusto
Nardes contou que propôs ao TCU o Fórum Nacional de Controle, para que o Tribunal pudesse
ser um órgão orientador das políticas públicas do país. 'Em cada órum
escolhemos um tema. Este ano, no 4° Fórum Nacional de Controle, o tema é
inovação em prol da educação, ele será on-line e aberto para todos poderem
participar. O evento vai ocorrer nos dias 3 e 4 de dezembro', destacou.
Nardes também afirmou que parte do problema da educação é a sua politização.
'Não podemos politizar a educação, ela serve para formar as pessoas e dar
condições de apresentar um cidadão com competência e capacidade para o mercado
de trabalho'.
Estratégia e cooperação
Segundo o ministro, é necessário avaliar e monitorar as ações do país para
entender as vulnerabilidades de cada local. De acordo com levantamento
realizado recentemente, pontuou, existem em torno de 14 mil obras inacabadas no
Brasil. 'Isso é desgovernança, falta de planejamento e de avaliação de risco',
pontua.
E citou a Rede de Governança Brasil, que possui mais de 200 mil voluntários
integrantes que ajudam o país com projetos de médio e longo prazo. 'A
governança precisa trazer uma colaboração entre os estados e municípios. Agora
mesmo estamos criando um guia de governança para os novos prefeitos que vão
assumir, para que eles saibam o que é planejamento estratégico', explicou.
O ministro disse também ser essencial a avaliação de especialistas sobre as
urgências do país. 'Um comitê de crise que possa trabalhar de forma unificada.
O Congresso, por exemplo, toma semanalmente e mensalmente decisões que envolvem
bilhões de reais. E o que acontece, mesmo no cenário da covid-19 e dos recursos
destinados à pandemia, é que ocorrem desvios, fraudes e falta de aplicação
desses recursos'.
Em sua opinião, a falta de governança no país se deve à cultura de improvisação
do brasileiro. 'Para a implementação da governança é necessário uma equipe,
reuniões e planejamento. E o começo é difícil. O Brasil é muito imediatista.
Mas a governança é importante para cumprir metas e até mesmo avaliar a
qualidade de resposta do poder público em relação ao que acontece no país'.
Por Edis
Henrique Peres, no Correio Braziliense
- - - -
No mecanismo de busca do site amazon.com.br, digite "Coleção As mais belas lendas dos índios da Amazônia” e acesse os 24 livros da coleção. Ou clique aqui.
O autor:
No mecanismo de busca do site amazon.com.br, digite "Antônio Carlos dos Santos" e acesse dezenas de obras do autor. Ou clique aqui.
-----------
|
Clique aqui para saber mais. |
|
Click here to learn more. |
|
Para saber mais, clique aqui. |