No 2º ano do ensino fundamental, 17 estados apresentaram desempenho abaixo da média nacional em língua portuguesa e matemática.
No entanto, o MEC não esclareceu se a média está dentro do desejado, acima ou abaixo.
Alunos do 9º ano do ensino fundamental, o último desta
etapa de aprendizagem, apresentam baixos níveis de conhecimento em ciências, de
acordo com dados do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) 2019,
divulgados nesta quarta-feira (4) pelo Ministério da Educação (MEC) e Instituto
Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
Em ciências humanas, a maior parte (52,16%) está na
faixa abaixo do nível 1 até o nível 2 (em uma escala até 9), seguida por 30,78%
dos alunos nos níveis 3 e 4. Em ciências da natureza, 68,61% teve desempenho
abaixo do nível 1 até o nível 3.
Esta foi a primeira vez que o Saeb analisou o que os
estudantes estão aprendendo em ciências.
Outra novidade foi a avaliação de alunos em fase de
alfabetização, no 2º ano do ensino fundamental. Eles tiveram seus os
conhecimentos em matemática e português avaliados.
Os dados apontam que estudantes de 17 estados do país
estão com desempenho abaixo da média nacional em língua portuguesa e em
matemática. O dado não é claro sobre o que é esperado, ou seja, se esta média
está dentro do desejável, abaixo ou acima do esperado.
Até então, o Saeb avaliava alunos do 5º e 9º ano do
ensino fundamental, em português e matemática, e também do 3º ano do ensino
médio, nestas mesmas áreas de conhecimento. Os dados referentes a estas etapas
foram divulgados em setembro, e compõem o Índice de Desenvolvimento da Educação
Básica (Ideb).
As provas do Saeb foram feitas entre 21 de outubro e
1º de novembro de 2019, período, portanto, anterior à pandemia.
Os resultados são organizados em escalas de
proficiência, que variam conforme a área de conhecimento e avançam de 25 em 25
pontos. O objetivo é avaliar o domínio dos estudantes sobre o conteúdo
ensinado, seguindo matrizes de referências. O MEC ou o Inep não detalharam, no
entanto, o que é considerado "satisfatório" dentro destas escalas.
Confira abaixo os dados apresentados pelo MEC:
Proficiência
do 2° ano do ensino fundamental
Matemática:
A maior parte (34,25%) dos alunos avaliados está nos
níveis 3 e 4, seguido por 32,69% dos alunos nos níveis 5 e 6.
Abaixo do nível 1 - 2,82%
Nível 1 - 4,48%
Nível 2 - 8,62%
Nível 3 - 14,42%
Nível 4 - 19,83%
Nível 5 - 18,16%
Nível 6 - 14,53%
Nível 7 - 10,15%
Nível 8 - 6,99%
No nível 1, segundo Aline Mara Fernandes Muler,
pesquisadora do Inep, os estudantes sabem reconhecer e nomear um triângulo,
reconhecem objetos com formatos parecidos ao de uma pirâmide, comparam
comprimentos ou alturas, identificam a medida de comprimento de um objeto a
partir da imagem de uma régua, e também identificam o que aparece com mais
frequência em um gráfico simples. Os demais níveis não foram detalhados na
apresentação.
Na análise por estados, 17 estão abaixo da média do
país em matemática no 2º ano do ensino fundamental: AC, AP, AM, PA, RO, RR, TO,
AL, BA, MA, PB, PI, RN, SE, MG, MT e MS.
Língua
portuguesa:
A maior parte (39,94%) dos alunos avaliados está nos
níveis 5 e 6.
Abaixo do nível 1 - 4,62%
Nível 1 - 4,22%
Nível 2 - 6,72%
Nível 3 - 11,9%
Nível 4 - 17,8%
Nível 5 - 21,55%
Nível 6 - 18,39%
Nível 7 - 9,76%
Nível 8 - 5,04%
Na análise por estados, 17 estão com desempenho abaixo
da média em língua portuguesa: AC, AP. AM, PA, RO, RR, TO, AL, BA, MA, PA, PE,
PI, RN SE, MT e MS.
Parte da escala de proficiência foi mostrada durante a
apresentação desta quarta-feira. Ela indica que, no 2º ano do ensino
fundamental, alunos com desempenho abaixo do nível 1 "provavelmente não
dominam qualquer uma das habilidades que compuseram o primeiro conjunto de
testes".
No nível 1, os estudantes demonstraram conhecimento em
relacionar sons de consoantes com registros escritos em palavras ditadas,
relacionar o som de uma sílaba inicial em palavra dissílaba, por exemplo, ler
palavras dissílabas com sílabas canônicas a partir de palavra ditada, e ler
palavras trissílabas com apoio de imagem.
No nível 2, os estudantes demonstram tem aprendido o
conteúdo dos níveis anteriores, e também relacionam sons de consoantes com
regularidades contextuais, leem palavras polissílabas a partir de um ditado,
com apoio de imagem.
No nível 8, o aluno é capaz de inferir informações e
assuntos em textos longos. Os demais níveis não foram detalhados durante a
apresentação.
Proficiência
do 9° ano do ensino fundamental
Ciências
Humanas:
A maior parte (52,16%) está nos níveis mais baixos de
aprendizagem (abaixo de 1 até o nível 2), seguida por 30,78% dos alunos nos
níveis 3 e 4.
Abaixo nível 1 - 16,97%
Nível 1 - 16,59%
Nível 2 - 18,6%
Nível 3 - 17,41%
Nível 4 - 13,37%
Nível 5 - 9,33%
Nível 6 - 4,83%
Nível 7 - 2,17%
Nível 8 - 0,6%
Nível 9 - 0,14%
Em ciências humanas no 9º ano do ensino fundamental, a
escala de proficiência apresentada pelo Inep aponta que, no nível abaixo de 1,
o estudante não dominou as habilidades exigidas.
No nível 1, o estudante conseguiu associar o período
do ano com maiores temperaturas e precipitação à maior probabilidade de
ocorrência de arco-íris, com base em um climograma; e também compreendeu a
capacidade de carga como vantagem competitiva ao transporte de mercadorias por
meio de navio cargueiro representado em imagem.
No nível 9, o aluno foi capaz de demonstrar domínio de
todos os conteúdos exigidos nos níveis anteriores e também foi capaz de
reconhecer que a Constituição Federal de 1988 foi a responsável por eliminar o
grau de instrução como critério impeditivo ao voto; localizar as áreas ocupadas
por elementos naturais em mapas, como o Aquífero Guarani e o Pantanal
brasileiro. Pode também compreender as características da civilização grega
durante a época clássica, entre outros pontos.
Os demais níveis de aprendizagem não foram detalhados
na apresentação.
Ciências
da Natureza:
A maior parte (68,61%) está nos níveis mais baixos de
aprendizagem, abaixo do nível 1 até o nível 3.
Abaixo nível 1- 17,73%
Nível 1 - 16%
Nível 2 - 17,98%
Nível 3 - 16,8%
Nível 4 - 14,02%
Nível 5 - 9,81%
Nível 6 - 5,29%
Nível 7 - 1,87%
Nível 8 ou mais - 0,5%
Em ciências da natureza, o aluno do 9º ano que ficou
abaixo do nível 1 não soube demonstrar conhecimento adquirido nesta etapa.
No nível 1, os estudantes foram capazes de identificar
a importância do uso de preservativo masculino na prevenção contra a Síndrome
de Imunodeficiência Adquirida (Aids) entre diferentes métodos contraceptivos; e
identificar a ação da adrenalina a partir dos efeitos causados no corpo.
No nível 8, o aluno é capaz de analisar o efeito do
campo magnético em materiais e determinar a estação do ano a partir da duração
do dia no Hemisfério Norte e associá-la à estação correspondente no Hemisfério
Sul.
Os demais níveis de aprendizagem não foram detalhados
na apresentação.
Por
Elida Oliveira, no G1
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