Em 2017, 7,4 milhões de pessoas se
dedicaram a esse tipo de atividade
Os dados são baseados na Pesquisa
Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad Contínua), da mesma instituição, que
considera trabalho voluntário aquele não compulsório, realizado por pelo menos
uma hora na semana, sem receber remuneração ou benefícios em troca, e realizado
em apoio a pessoas que não moram no mesmo domicílio do entrevistado e não são
de sua família.
O perfil dos voluntários no país é prioritariamente de mulheres que têm
uma série de atividades extras, além de trabalho e afazeres domésticos. Os que
desenvolviam atividades voluntárias em 2017 eram 5,1% das mulheres e 3,5% dos
homens, fato observado em todas as grandes regiões.
Para analisar a intensidade do trabalho voluntário, o IBGE considera a
média de horas despendidas na semana em tais atividades. Em 2017, a média foi
de 6,3 horas semanais, inferior às 6,7 horas constatadas no ano anterior. A
região com maior média de horas foi a Norte (7,1 horas) e a com menor média, a
Sudeste (6 horas). A única região com aumento da dedicação ao trabalho
voluntário foi a Sul. A região Norte ficou estável e as demais tiveram queda.
Detalhamento
A quantidade de horas dedicadas ao trabalho voluntário é equivalente
entre os homens e as mulheres que realizam esse tipo de atividade.
A dedicação ao trabalho voluntário é maior entre os que têm uma ocupação
(4,7% do total) do que entre os não ocupados (3,9%).
Em relação à idade, a participação nessas atividades é maior entre as
pessoas mais velhas: em 2017, 2,9% dos que têm 14 a 24 anos faziam trabalho
voluntário; a proporção sobe para 4,6% entre os de 25 a 49 anos; e para 5,1%
entre os que têm 50 anos ou mais. Nas regiões Norte e Nordeste, no entanto, a
maior taxa foi a do grupo de pessoas de 25 a 49 anos de idade (6,9% e 3,6%,
respectivamente).
Se considerado o grau de escolarização, a participação é maior entre os
que têm nível superior completo (8,1%) do que os que não têm instrução ou têm o
fundamental incompleto (2,9%). Para a analista de Trabalho e Rendimento do
IBGE, Alessandra Brito, este aumento "pode ser por causa do maior acesso à
informação da população graduada, que sabe onde realizar esse tipo de trabalho,
uma vez que as pessoas com nível superior completo costumam estar melhor
inseridas no mercado, com mais tempo livre, e podem por isso mesmo ter uma
maior conscientização frente aos menos escolarizados".
Vínculo com associações
A maioria dos que desempenham trabalho de voluntariado mantém vínculos
com instituições, 91% do total. Pelos dados, 79,8% das pessoas que realizaram
trabalho voluntário o fizeram em congregação religiosa, sindicato, condomínio,
partido político, escola, hospital ou asilo. O percentual de vínculo com
instituições reduziu 1,7 ponto percentual de 2016 para 2017. Regionalmente, o
Centro-Oeste apresentou o maior percentual (86,1%), enquanto o Sul teve o menor
(74,8%).
Por outro lado, aumentou em 0,6 ponto o percentual de realização de
trabalho voluntário vinculado associação de moradores, associação esportiva,
organização não governamental (ONG), grupo de apoio ou outra organização,
fechando em 13% em 2017.
Para aprimorar a pesquisa, Alessandra ressaltou que é necessária uma
maior disseminação do conceito de trabalho voluntário. "Muitas pessoas
ainda relacionam voluntariado a apenas fazer algo para um asilo ou uma
organização não governamental. Precisamos lembrar que levar a vizinha ao
médico, ajudar um amigo com alguma tarefa ou ficar com a neta do vizinho para
ele ir trabalhar também são exemplos de trabalho voluntário individual",
disse, em referência aos 9% que se voluntariam sem estar vinculados a
instituição.
EBC
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