Universitários de Manaus estão desenvolvendo um projeto social
voluntário para levar astronomia e ciência a escolas públicas da cidade. A
iniciativa conta com o apoio da Olimpíada Brasileira de Astronomia e
Astronáutica (OBA) e foi selecionada para ser apresentada durante o 2º Simpósio
em Atividades de Educação Espacial, que ocorrerá de 11 a 13 de abril em
Budapeste, na Hungria.
Os estudantes, que não têm recursos para a viagem, lançaram uma campanha
virtual de financiamento colaborativo para arrecadar ao menos R$ 8 mil e garantir o envio de um
representante.
O Projeto Cosmos, como foi intitulado, surgiu em 2015 e é desenvolvido
por jovens universitários. O objetivo é promover a ciência de uma forma
divertida e difundir a astronomia, assim como conhecimentos de matemática,
física, química e outras disciplinas. Eles organizam aulas interativas, com o
uso de recursos variados como oficinas, experimentos, vídeos e desafios. Os
resultados da experiência e das metodologias de ensino testadas resultaram em
um artigo científico que despertou o interesse dos organizadores do evento
internacional.
"Astronomia é uma ciência que
não está na grade curricular como disciplina. Ela aparece diluída em outras
matérias como geografia e física. E nem sempre é abordada", diz Carlla
Vicna, fundadora do projeto. Para ela, a astronomia é uma ciência base que permite
entender melhor o mundo em nossa volta.
As atividades mobilizam 25
voluntários de diversos cursos como engenharia de computação, química, física,
matemática e enfermagem. Os universitários também atuam na preparação de sete
turmas para competirem na OBA. Trata-se da maior olimpíada científica do Brasil.
Carla relatou que foi participante e
medalhista da OBA no ensino médio, assim como alguns outros voluntários. Na
época, eles sentiram que havia uma lacuna nos conhecimentos adquiridos na
escola. Foi dessa constatação que surgiu mais tarde o Projeto Cosmos.
Inicialmente era apenas um
preparatório para a olimpíada, mas ganhou outra dimensão na medida que os
estudantes foram se mostrando seduzidos. "Os alunos se interessam pelo que
falamos e se empolgam", diz a coordenadora do projeto, Ingrid Celeste. Ela
explica também que as metodologias foram sendo aprimoradas com o tempo.
A iniciativa envolve ainda palestras,
oficinas e eventos em comunidades, onde são organizadas "brincadeiras
espaciais". Neste ano, o grupo planeja criar um canal na plataforma de
vídeos Youtube, onde veicularão gratuitamente algumas aulas, e também darão
sequência às pesquisas científicas sobre suas metodologias de ensino.
EBC