A população brasileira alcançou em 2021 a marca de 213,3
milhões de habitantes, indica estimativa do IBGE divulgada nesta sexta-feira
(27).
O estudo tem a data de 1º de julho como referência.
Em 2020, a projeção era de 211,8 milhões de pessoas -em torno de 1,5 milhão a
menos.
Os dados, contudo, ainda não medem os reflexos da pandemia, que já provocou
mais de 570 mil mortes no país.
Segundo o IBGE, o município de São Paulo continua sendo o mais populoso do
país, com 12,4 milhões de habitantes. Em seguida, aparecem Rio de Janeiro (6,8
milhões), Brasília (3,1 milhões) e Salvador (2,9 milhões).
Os 17 municípios do país com mais de 1 milhão de habitantes concentram 21,9% da
população brasileira. Ou seja, 46,7 milhões de pessoas.
O IBGE destaca que, na última década, as estimativas mostraram um "aumento
gradativo" na quantidade de grandes cidades do país. No Censo de 2010,
somente 38 municípios tinham população superior a 500 mil habitantes, e apenas
15 deles tinham mais de 1 milhão de moradores. Em 2021, são 49 com mais de 500
mil habitantes, e 17 com mais de 1 milhão.
Mais da metade da população brasileira (57,7% ou 123 milhões) está concentrada
em apenas 5,8% dos municípios. Nesse caso, são 326 cidades com mais de 100 mil
habitantes.
A população das 27 capitais supera os 50 milhões, representando 23,87% da
população total do país.
Os dados também mostram o alto número de municípios de menor porte. Dos 5.570
no Brasil, quase a metade (44%) tem menos de 10 mil habitantes. São 2.451
municípios nessa faixa.
Com 771 habitantes, Serra da Saudade (MG) é a cidade brasileira com menor
população. Outras três têm menos de 1 mil habitantes, diz o IBGE. São as
seguintes: Borá (SP), com 839, Araguainha (MT), com 909, e Engenho Velho (RS),
com 932.
Os cálculos do IBGE ainda trazem informações por estados. São Paulo continua no
posto de unidade da federação com mais habitantes. A população paulista foi
estimada em 46,6 milhões de pessoas em 2021 -o equivalente a 21,9% do total. No
ano passado, o estado tinha 46,3 milhões, conforme a projeção do IBGE.
Na sequência, aparecem Minas Gerais (21,4 milhões) e Rio de Janeiro (17,5
milhões). Roraima (652,7 mil), na outra ponta da lista, tem a menor população
entre as unidades da federação.
Amapá (877,6 mil) e Acre (906,9 mil) são os outros dois estados com menos de 1
milhão de habitantes.
As estimativas populacionais representam parâmetros utilizados pelo TCU (Tribunal
de Contas da União) para o cálculo do Fundo de Participação de Estados e
Municípios, além de referências para indicadores sociais, econômicos e
demográficos.
O IBGE pondera que as projeções não incorporam os efeitos da pandemia. De acordo
com o instituto, "dados preliminares do Registro Civil e do Ministério
da Saúde apontam para um excesso de mortes, principalmente entre
idosos, e uma diminuição dos nascimentos".
É possível que também tenham ocorrido alterações nos fluxos migratórios, diz o
IBGE. As implicações disso no tamanho da população, contudo, só serão
verificadas a partir do próximo Censo Demográfico.
'Como a pandemia ainda está em curso e devido à ausência de novos dados a
respeito da migração, que juntamente com a mortalidade e fecundidade constituem
as chamadas componentes da dinâmica demográfica, ainda não foi elaborada uma
projeção da população para os estados e o Distrito Federal que incorpore os
efeitos do contexto sanitário atual na população', comenta o gerente de Estimativas
e Projeções de População do IBGE, Márcio Mitsuo Minamiguchi?
O IBGE pretende realizar o próximo Censo em 2022. O levantamento é o mais
detalhado sobre as características demográficas e socioeconômicas do país.
A nova edição estava prevista para 2020, mas chegou a ser adiada para 2021 em
razão da pandemia. O que acabou inviabilizando o trabalho neste ano
foi o corte de recursos destinados ao trabalho.
Por Leonardo Vieceli, Folha de S. Paulo
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